quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Filho adotivo na visão espírita

Sabemos que nada ocorre por acaso. 

A formação de um lar é um planejamento que se desenvolve no Mundo Espiritual.  

Assim como filhos biológicos, nossos filhos adotivos também são companheiros de vidas passadas. E nossa vida de hoje é resultado do que angariamos para nós mesmos, no passado. 

Surge, então, a indagação: "se são velhos conhecidos e deverão se encontrar no mesmo lar, por que já não nasceram como filhos naturais?" 

Na literatura espírita encontramos vários casos de filhos que, em função do orgulho, do egoísmo e da vaidade, se tornaram tiranos de seus pais, escravizando-os aos seus caprichos e pagando com ingratidão e dor a ternura e zelo paternos. 

De retorno à Pátria Espiritual (ao desencarnarem), ao despertarem-lhes a consciência e entenderem a gravidade de suas faltas, passam a trabalhar para recuperarem o tempo perdido e se reconciliarem com aqueles a quem lesaram afetivamente. 

Assim, reencontram aqueles mesmos pais a quem não valorizaram, para devolver-lhes a afeição machucada, resgatando o carinho, o amor e a ternura de ontem. 

Porque a lei é a de Causa e Efeito. 

Não aproveitada a convivência com pais amorosos e desvelados, é da Lei Divina que retomem o contato com eles como filhos de outros pais chegando-lhes aos braços pelas vias de adoção. 

Aos pais cabe o trabalho de orientar estes filhos e conduzi-los ao caminho do bem, independente de serem filhos consanguíneos ou não.

A responsabilidade de pais permanece a mesma. 

Recebendo eles no lar a abençoada experiência da adoção, Deus sinaliza aos cônjuges estar confiando em sua capacidade de amar e ensinar, perdoar e auxiliar aos companheiros que retornam para hoje valorizarem o desvelo e atenção que ontem não souberam fazer. 

Trazem no coração desequilíbrios de outros tempos ou arrependimento doloroso para a solução dos quais pedem, ao reencarnarem, a ajuda daqueles que os acolhem, não como filhos do corpo, mas sim filhos do coração. 

Allan Kardec elucida: "Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias".

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