sábado, 22 de julho de 2017

DEPRESSÃO

Segundo a Organização Mundial da Saúde, os últimos 25 anos do século passado caracterizaram-se por elevados índices de depressão e, em 2020, esta será a segunda moléstia que mais roubará tempo de vida útil da população, perdendo apenas para as doenças do coração. 
Especialistas afirmam que existem mais pessoas sofrendo de depressão do que de qualquer outra enfermidade, porque ela está ocorrendo em todos os lugares: tanto nas áreas urbanas como nas rurais, tanto entre os executivos bem-sucedidos como entre os trabalhadores desempregados. 
Mas, para agravar a situação, muitas delas estão desconsiderando a importância dos tratamentos médico, psicológico e psiquiátrico.
O QUE É DEPRESSÃO ??
Todos nós nos sentimos tristes, vez ou outra. 
Mesmo a pessoa mais alegre tem dias em que nada parece dar certo. 
E essa tristeza é perfeitamente natural; afinal, é uma reação normal aos problemas da vida cotidiana. 
A depressão clínica – doença clássica na Psiquiatria, pois compromete tanto a mente como o físico do indivíduo – é um termo utilizado por profissionais para indicar uma condição muito mais severa que as reações normais de tristeza. 
Ela não é um “baixo astral” simples e passageiro, mas uma enfermidade caracterizada por marcantes alterações de humor, por uma longa e profunda tristeza e por um estado de desencorajamento, que afeta, negativamente, a maneira pela qual a pessoa vê e sente a própria realidade. 
Tudo lhe parece difícil, problemático e cansativo. 
Quem nunca sofreu de depressão, quase sempre é incapaz de avaliar, corretamente, o sofrimento que acompanha essa doença. 
Ao contrário da crença popular, muitos deprimidos empenham-se, desesperadamente, para terem uma vida normal e “darem a volta por cima”, mas constatam que seus esforços nem sempre encontram o resultado desejado. 
Isso porque a depressão é uma doença que não se resolve apenas pela força de vontade. 
Ninguém é depressivo por desejo próprio. 
Assim, ela não é resultado da má vontade da pessoa, nem sinal de fraqueza de caráter, como muitos ainda acreditam, tampouco consequência de comportamentos inconvenientes. 
Em diversos casos, a depressão pode ser considerada o último estágio da dor humana, porque sua angústia é verdadeiramente intensa e dramática.

DEPRESSÃO - ORIGEM
Mas a principal razão para a sua origem ainda reside na alma das pessoas, que traz uma bagagem pretérita de equívocos em existências passadas, que emergem sob o efeito de “culpa” existente no subconsciente, ocasionando todo um quadro sintomático depressivo. 
De acordo com Manoel P. Miranda e Divaldo Franco (Nos Bastidores da Obsessão), os sexólatras, os viciados, invejosos, ciumentos, pessimistas, amargurados, são os que mais facilmente transpões os limites da saúde mental. 
No livro Pensamento e Vida (Emmanuel e Chico Xavier), citam que a falta cometida, opera em nossa mente um estado de perturbação instaurando desarmonias de vastas proporções. 
Joanna e Angelis e Divaldo Franco (Vitória sobre a Depressão), dizem: “podemos asseverar que na maioria dos transtornos depressivos, as causas apresentam-se como de natureza espiritual”. 
Emmanuel e Chico Xavier comentam que existem enfermidades na alma tão persistentes, que exigem várias reencarnações para a sua regeneração (O Consolador)
Ermance Dufaux e Wanderley de Oliveira (Prazer de Viver) resumem bem, quando dizem “reencarnar é com Deus, renascer é conosco”.

A DEPRESSÃO E A SUA MANIFESTAÇÃO
Porque essa doença se manifesta, principalmente, por meio de pensamentos de derrota, de fraqueza e de vergonha, existem depressivos que, num mecanismo de defesa, atribuem seus problemas a causas externas: “eu seria mais feliz se fosse casado, ou separado, ou…”, “a vida poderia ser bem melhor se tivesse mais dinheiro, menos problemas, mais…” etc. 
Com ou sem razão, muitos deles também não reconhecem que estão doentes porque receiam, por exemplo, que a constatação de sua condição coloque em risco a sua carreira profissional, ou os force a uma internação, ou, para tantos outros, o pior de tudo: “ o que as pessoas vão pensar de mim? ”
As criaturas do sexo masculino são as mais propensas à depressão mascarada. 
Isso porque, desde a infância, a muitos homens somente foi permitido sentir alegria e raiva, sem que pudessem demonstrar seus medos, sua tristeza e a própria afetividade. 
Tais comportamentos poderiam prejudicar sua virilidade e, consequentemente, denegrir sua imagem masculina. 
Sendo assim, considerável é o número de homens que mascaram seus medos e sua insegurança por meio da agressividade e do alcoolismo. 
Mas, por conta de uma educação repressiva, em muitos outros casos a depressão pode estar igualmente mascarada. 
Nas crianças, sob a forma de irritação e agressividade. 
Nos adolescentes, através das drogas, do alcoolismo e da delinquência, porque tais jovens não conseguem expressar suas necessidades e características sem se tornarem alvos de ofensas e agressividade por parte da própria família. 
Nos adultos masculinos e femininos, são os vários excessos – álcool, droga, comida, sexo, jogo, trabalho – ou os problemas físicos que não respondem a tratamentos: dores de cabeça constantes, dores lombares, náuseas, vômitos, úlcera, alergias diversas etc.

SINTOMAS DA DEPRESSÃO
Muitos são os seus sintomas. 
Obviamente, ninguém os apresenta todos ao mesmo tempo, porque o quadro sintomático varia de acordo com a personalidade do indivíduo. 
Mas, qualquer um que se sinta atingido por mais de cinco deles e por um período de tempo superior a duas semanas pode suspeitar da doença. 
A gravidade desses sinais também pode variar, porque existem as depressões leves, as moderadas e as graves. 
Todavia, para que ela possa ser detectada, é imprescindível a presença de pelo menos um dos dois principais sintomas, que são:
- Tristeza ou humor deprimido – os intensos conflitos íntimos e/ou a sensação de vazio existencial fazem com que o depressivo se isole e se descuide afetivamente, evitando, assim, quem mais ama ou quem possa ajudá-lo. 
Porém, esse estado de afastamento o induz a repetidas crises de choro e de lamentações;
- Perda de interesse ou prazer nas atividades habituais – mesmo possuindo problemas a resolver e apesar da grande tristeza que possa estar sentindo, uma pessoa, em seu estado normal, consegue sustentar um relativo interesse pela sua rotina diária, pelo cuidado com sua higiene e aparência, pela sua vida afetiva e sexual etc. 
Entretanto, o deprimido abandona tudo isso, entregando-se, ainda mais, ao desânimo e ao abatimento, porque toda essa dinâmica diária lhe parece bastante entediante e sem sentido.

AINDA SOBRE OS SINTOMAS DA DEPRESSÃO
Enfatizando, mais uma vez, um desses dois sintomas necessita estar presente num quadro de depressão. 
E quais seriam os outros? Vamos citar alguns :
- Falta de concentração – para um depressivo, é extremamente exaustivo sustentar sua atenção. Ademais, suas tarefas rotineiras levam muito mais tempo para serem realizadas;
- Dificuldade na tomada de decisões – não consegue optar mesmo entre alternativas triviais: “Sorvete de chocolate ou de creme?”. 
Decisões complexas e importantes representam para ele um desafio ainda mais complicado;
- Insônia – falta de sono superior a um período de quatro semanas;
- Sonolência – apesar de ser um sintoma menos frequente e, em oposto à insônia, o indivíduo pode passar o dia todo na cama, como forma de fuga de seus problemas;
- Perda do apetite – a comida perde todo o atrativo, pois ela tende a ficar com um gosto e/ou um cheiro “esquisitos”;
- Apetite incontrolável – também um sintoma menos frequente que a perda de apetite, existem depressivos que se tornam insaciáveis e, compulsivamente, consomem grandes quantidades de doces, de alimentos gordurosos e de guloseimas de toda espécie;
- Fadiga – um dos sintomas mais aparentes da depressão, é o popular esgotamento. 
O depressivo sente-se sem disposição para enfrentar a monotonia e a constância de sua realidade diária. 
Assim, não tem ânimo para fazer sempre as mesmas coisas, para suportar as mesmas pessoas, para resolver os problemas que se repetem etc. 
Na realidade, ele está cansado da vida, e não de uma tarefa específica;
- Alterações do humor – normalmente, são os familiares e as pessoas mais próximas que, primeiro, percebem este sintoma, pois o deprimido, em um determinado momento, pode estar disposto e animado, para, logo em seguida, se apresentar extremamente irritado, com explosões temperamentais inesperadas, o que chega a causar estranheza, sobretudo se ele for de temperamento calmo e tranquilo;
- Pensamentos suicidas – a criatura chega a um desespero tão palpável, a uma dor tão insuportável, que o suicídio se configura como a única saída;
- Autoestima comprometida – o deprimido se considera inferior aos outros, e se julga bem pior do que gostaria de ser. Sua baixa autoestima o induz à autopiedade e também à autodepreciação, à autoacusação, aos sentimentos de feiúra, de fracasso e inutilidade, de incompetência e impotência, de rejeição, bem como a um sem-número de adjetivos degradantes;
- Sentimentos de desespero e desesperança – na depressão, tais sensações psíquicas são consideravelmente marcantes, porque o depressivo alimenta uma descrença absoluta em relação a tudo e a todos, não conseguindo confiar ou acreditar em quase nada.

No entanto, nem sempre a depressão se manifesta na forma desses sintomas. 

Há pessoas que reprimem tão fortemente sua tristeza, que a mascaram. 

É o que se chama de depressão mascarada. 

Assim, sem demonstrar os indícios mais graves da doença, algumas delas podem parecer absolutamente saudáveis, mas não são. 

Muitos suicídios inesperados e aparentemente inexplicáveis são devidos às depressões mascaradas.

A MELHORA DA DEPRESSÃO
Gradativamente o depressivo vai compreendendo que esta apenas vivenciando uma experiência dolorosa, e que a situação do momento é apenas uma colheita temporária dos equívocos perpetrados nesta e nas existências passadas, e que o seu caso tem solução, com uma eventual cura de seus males. 
Passa a entender que o amor “lava uma multidão de pecados”, passando a proceder com mais educação e fraternidade perante os seus semelhantes, combatendo o egoísmo e mudando a sua disposição mental, que será a verdadeira cura para o seu mal. 
Evidente que em grande parte dos casos, não será apenas em uma existência que esta cura será alcançada. 
Mas, a melhora de sua situação será sempre evidente. 
Nos casos onde existe também a interferência de um agente externo do mundo invisível, o obsessor espiritual, a cura poderá ser ainda mais rápida, quando este após as manifestações através dos médiuns nas seções de desobssesão, consegue perdoar o antigo algoz do passado (que agora se encontra na roupagem de enfermo depressivo), afastando-se e permitindo a recuperação daquele que estava sendo vítima desta obsessão. 
Segundo Inácio Ferreira (Novos Rumos à Medicina, FEESP, Vol.1, pag. 47), 70% dessas tragédias que se desenvolvem na humanidade, produzindo estes transtornos mentais, são consequências psíquicas partindo do mundo invisível aos nossos olhos materializados. 
Evidente que sem a transformação moral do enfermo, pouco ou nenhum beneficio existirá neste tratamento espiritual, pois o afastamento de um Espírito endurecido no mal não é nenhuma garantia que outro ainda pior não venha a tomar o seu lugar. 
Apenas as defesas morais, adquiridas pelo comportamento ético, honesto e fraterno, poderão garantir as barreiras necessárias para mantê-los a distância de qualquer efeito malévolo. 
Da nossa parte, tenhamos certeza que ninguém esta livre de uma enfermidade depressiva ao longo de nossa existência terrena.

Fonte
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quinta-feira, 20 de julho de 2017

“O BEM E O MAL. PORQUE TODOS NÓS FAZEMOS MAIS O MAL DO QUE O BEM? ”

Esta sentença de Sócrates, mais tarde ratificada pelo apóstolo Paulo em carta dirigida aos romanos (Rm., 7:19) ao afirmar: Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço, fere a grave questão da predominância (ainda) do mal em nosso Orbe.

Em absoluta sintonia com esses dois Espíritos iluminados, está outra criatura, também de escol, Joanna de Ângelis, ao enunciar em palestra de Divaldo Pereira Franco: Enquanto o bem e a virtude andam na semiobscuridade com sandálias de veludo, o mal e o vício ganham título de cidadania nas praças públicas sob os “spotlights” da promoção.

Afirma Allan Kardec, na Introdução do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, que a predominância do mal na Terra seria uma questão insolúvel sem o conhecimento da pluralidade dos mundos habitados e da destinação do planeta terreno, que comporta apenas uma fração mínima da Humanidade.

Somente o Espiritismo tem condição de lançar luzes nos panoramas descortinados por tal assunto, conforme comprovamos nas explanações contidas no livro citado, capítulos III a V. 

Ali passamos a compreender porque os meios de comunicação enfatizam tão prodigamente os escândalos, os crimes, toda sorte de coisas más, tristes e quejandos: é porque esse tipo de abordagem torna-se repasto de ampla ressonância nos Espíritos vinculados ao planeta, elevando o nível do ibope que as emissoras perseguem.

A Humanidade encarnada e desencarnada da Terra ainda se compraz no mal. 

É o estágio evolutivo atual, que leva os Espíritos do Senhor à seguinte assertiva: Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.[1]

Quando o homem moral substituir o homem carnal, a vida na Terra alcançará patamares morais elevadíssimos nunca dantes logrados. 

A preponderância até hoje do homem-matéria é que tem ensejado o advento de dores acerbas e lastimáveis desastres de ordem moral e material no mundo.

Explica ainda o mestre lionês[2]: O homem carnal, mais preso à vida corpórea do que à vida espiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. 

Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. 

Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, se conserva numa ansiedade e numa tortura perpétuas. (…)

O homem moral, que se colocou acima das necessidades factícias criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. 

A moderação de seus desejos lhe dá ao Espírito calma e serenidade. 

Ditoso pelo bem que faz, não há para ele decepções e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma, sem nenhuma impressão dolorosa deixarem.

Quando abandonar os padrões grosseiros da matéria, o homem experimentará, então, a felicidade reservada aos bons Espíritos, isto é, aqueles que conhecem todas as coisas e não sentem mais nem (…) ódio nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que ocasionam a desgraça dos homens. 

O amor que os une lhes é fonte de suprema felicidade. 

Não experimentam as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material. 

São felizes pelo bem que fazem.

Contudo, a felicidade dos Espíritos é proporcional à elevação de cada um. 

Somente os puros Espíritos gozam, é exato, da felicidade suprema, mas nem todos os outros são infelizes. 

Entre os maus e os perfeitos há uma infinidade de graus em que os gozos são relativos ao estado moral. 

Os que já estão bastante adiantados compreendem a ventura dos que os precederam e aspiram a alcançá-la. 

Mas, esta aspiração lhes constitui uma causa de emulação, não de ciúme. 

Sabem que deles depende consegui-la e para a conseguirem, trabalham, porém, com a calma da consciência tranquila e ditosos se consideram por não terem de sofrer o que sofrem os maus. [3]

Quando pensamos nas modificações que ainda precisam ser operadas para que a frase de Sócrates em epígrafe perca o seu conteúdo e sentido, nos perguntamos: 
Quando isso se dará? 
Quando a Humanidade viverá sob o pálio dos ensinamentos de Jesus?!

Para que chegue esse tempo de sublimes alvíssaras, é necessário começar já, hoje, agora, o difícil trabalho de lapidação das arestas do arraigado orgulho e da ancestral ignorância de tão triste memória, geradora de descalabros de vária ordem na História da Humanidade.

Os Benfeitores da Terra estão sempre conclamando-nos a perseverar no Bem, ainda que sob o acicate das mais duras adversidades…

É áspero, estreito e árduo o caminho evolutivo e Jesus alertou-nos sobre isso quando falou das aflições (Jo. 16:33) a que estaríamos sujeitos em nosso périplo terrestre. 
Mas, por outro lado, Ele afirmou que socorreria as ovelhas em apuros e salvas estariam as que até o fim perseverassem.

Bibliografia: 1 – KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006. q. 932.

Por Rogério Coelho


Autor: Rogério Coelho

Fonte:
Vivência e Espiritualidade