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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Consumo de carne na visão espírita


Entrevistei o engenheiro agrônomo e professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP-Botucatu (SP), Edson Ramos de Siqueira – que é espírita desde 1993 e vincula-se ao CE Irmão Thomaz na mesma cidade. Palestrante e ministrando cursos de Espiritismo, é autor do livro Alimentação e Evolução Espiritual, com abordagem sobre os animais, inclusive sobre a alimentação humana. A íntegra da entrevista, com lúcidas respostas, ainda inédita, oferece a lucidez do pensamento espírita. Reproduzimos aqui os trechos mais expressivos das respostas.
Em minha atuação profissional, a principal experiência foi aguçar a percepção para entender que os outros animais são sencientes sim, como o ser humano. Senciência é a capacidade de sentir prazer, dor, alegria, tristeza, etc.; e a ciência moderna comprovou que todos os animais a têm. 
O mais intrigante, como achado científico bem recente: os outros animais também têm consciência. 
Concomitantemente, aprendi na literatura espírita que o espírito origina-se simples e ignorante, encarnando-se no mais simples instrumento físico, que caracteriza os animais situados nos primeiros degraus da escala zoológica; e o destino de todos é a angelitude. 
Portanto, eles são nossos irmãos menores. 
Ingerir seus restos mortais é um dos hábitos mais primitivos que o homem terreno ainda carrega. É uma questão cultural enraizada em nosso subconsciente, mas que deverá ser mudada, pois em Planetas de Regeneração é algo impensável.
Mesmo aqueles que já despertaram para o vegetarianismo, não devem criticar os que ainda consomem carne. 
A sociedade humana é bombardeada com informações a respeito da necessidade da carne à perfeita saúde física (paradigma que pode ser mudado, pois a Ciência Médica e da Nutrição comprovaram que isso não é verdade). 
Propagandas midiáticas tocantes, dão a entender que esse alimento provém de canteiros de flores. E a Humanidade ingênua, continua a ser enganada. 
Existem aqueles que afirmam que os animais existem para isso e que a própria Bíblia autoriza a matança deles para a nossa alimentação; o que também não é verdade. 
Então, o Poder Econômico, juntamente com a fé cega, criam a normose (a patologia da normalidade), que enraiza ainda mais, algo que já está arraigado há milênios. 
As mudanças para a Regeneração estão acontecendo, mesmo que de forma muito lenta e quase que imperceptível. Apenas a Educação é capaz de empreender a evolução; não as criticas, nem o radicalismo de qualquer natureza. 
O Espiritismo tem um papel fundamental nesse processo educacional, já que nos ensina, claramente, a dinâmica da evolução espiritual, desde a origem até a Divindade. 
O assunto precisa ser mais abordado nas Casas Espíritas e estudado pelos irmãos de Doutrina, já que ela é clara em relação à realidade espiritual dos animais. 
Abolir a carne da alimentação é um ato de não violência; consequentemente, um aprimoramento moral.
O que mais me chamou a atenção, ao efetuar a pesquisa de literatura para embasar o livro, foi ter encontrado informações concretas sobre os animais, oriundas dos principais autores espirituais, desde a obra de Kardec (O Livro dos Espíritos e A Gênese, principalmente). 
Cabe salientar no entanto, no caso do Codificador, que muitas informações estão escritas de forma velada; e não poderia ser diferente, já que na época em que foi publicado o Livro dos Espíritos, a dúvida era se as mulheres teriam alma. 
Como quereríamos que Kardec explicitasse a questão da alma dos outros animais? 
Se determinadas verdades, que hoje já temos condição de entender, fossem escritas naquela ocasião, certamente o Espiritismo teria nascido morto. 
Ao consultar a Revista Espírita, de janeiro de 1866 (nove anos após o lançamento da primeira edição de O Livro dos Espíritos), encontramos artigo escrito por Allan Kardec, cujo título é: “As mulheres têm alma?” Portanto, tudo tem seu momento. Mas, não tenhamos dúvida: pelo menos o processo reflexivo sobre o significado da carne na alimentação, tem que ser iniciado urgentemente.
 (…) um outro aspecto profissional determinante, foi o fato de ter frequentado abatedouros, onde pude sentir de perto a desumanidade do processo de abate, o sofrimento dos nossos irmãos menores, bem como a energia extremamente pesada que circula nesses ambientes lúgubres, fruto da ação de espíritos de baixo padrão vibratório, em mecanismo de vampirização do fluido vital liberado pela matança em série, naquilo que André Luiz (Chico Xavier) denominou de a indústria da morte. Portanto, quando escrevo ou falo sobre o assunto, traduzo uma triste realidade que pude pessoalmente sentir.
Orson Peter Carrara
Chico de Minas Xavier KARDEC RIO PRETO