sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Como o espiritismo explica a depressão? E como se livrar dela?

Depressão é um estado de humor relacionado a uma significativa diminuição do funcionamento psicológico, mental e emocional que se caracteriza por: 

1) perda do interesse pela vida, 

2) Dificuldade de experimentar as coisas, 

3) insônia e distúrbios do sono em geral, 

4) tristeza generalizada, 

5) desesperança em si e no mundo, 

6) perda do apetite, 

7) pensamentos negativos recorrentes e obsessivos, 

8 ) ideias de autoextermínio, 

9) irritação frequente, 

10) perda de energia, 

11) Dificuldade de concentração, 

12) Sentimentos de autorreprovação e culpa, dentre outros.

A depressão é um problema de ordem mundial e hoje se tornou mesmo uma questão de saúde pública. A depressão pode baixar a nossa imunidade e deixar o corpo vulnerável a toda sorte de patologias. 

No livro “Depressão e Psicossomática”, escrito por vários autores, vemos as relações existentes entre a depressão e as patologias.
As Terapias que são consideradas mais eficientes contra a depressão, afirmadas por vários estudos empíricos na área, são a intervenção medicamentosa e a Terapia Cognitivo-Comportamental. 

Os medicamentos anti-depressivos, apesar de serem eficientes numa certa quantidade de casos, não tem o poder de solucionar o problema, apenas mexem na composição química do cérebro dando a falsa sensação de bom humor, adiando a resolução do problema. Por outro lado, a medicação anti-depressiva não funciona em todos os casos.
Não se deve confundir depressão com tristeza. 

Tristeza é um estado passageiro que tem relação com alguma situação objetiva e concreta vivenciada. Ou seja, na tristeza podemos identificar a causa de forma bem pontual. Além disso, a tristeza é um estado passageiro. 
A depressão é um estado crônico de desvitalização e alteração do humor, que independe de variáveis circunstanciais. Em outras palavras, a depressão é estrutural no indivíduo, tem a ver com sua base psicológica mais profunda. Começa no sujeito e só pode terminar nele mesmo.
Um estudo profundo e minucioso na Terapia de Vidas Passadas sobre a Depressão pode ser encontrado na obra “O Fio de Ariadne” (2008) de Camila Sampaio. Sampaio fez uma revisão bibliográfica de 35 obras sobre TVP e fez um levantamento das principais causas da depressão em nossas existências passadas e se configura como uma referência na área. 
As principais causas da depressão identificadas na literatura são:
1) Situações de abandono (hangover): Hangover de vida passada é uma das maiores causas da depressão hoje. 
São situações em que a pessoa se abandona ou é abandonada numa circunstância muito sofrida. Woolger conta o caso de Chris, que numa vida passada foi acorrentado e abandonado até a morte. O período em que ficou à espera da morte pode hoje ser reacendido e causar uma depressão grave. O ego é obrigado a se diminuir e aceitar aquela situação, sendo reduzido em seu poder de reação e tomada de atitude, o que pode se repercutir até hoje.
2) Vidas de Escravidão e violência: A escravidão é uma das maiores chagas da humanidade e um grande karma coletivo para a humanidade. A subjugação por décadas ou mesmo várias vidas pode gerar perda de energia com baixa autoestima, desesperança, revolta e raiva contida.
3) Posição de Vítima consolidada: Isso significa uma tendência secular ou milenar ao papel de vítima, que pode durar várias vidas. Sentir-se vítima e sempre colocar-se nesse papel reduz nosso poder de escolha e nossa atitude perante a vida, pois sempre vemos o mundo como ameaçador e causador dos nossos males. 
Atribui-se a causalidade dos nossos erros e sofrimentos ao estado das coisas. Isso é campo fértil para a depressão.
4) Apego à existência no astral: quando a pessoa está apegada à existências antes da Terra ou a situações que viveu no espaço entrevidas, após a encarnação, uma parte dela parece ficar presa no estado anterior. 
Segundo alguns casos registrados na literatura, isso pode ocasionar depressão.
5) Perda traumática do passado: Toda perda pode significar também a perda de um “pedaço de nós”, já que nossa identidade muitas vezes é misturada com algo ou alguém. Quando a perda é traumática e muito sofrida, há ainda um agravamento emocional na perda. O sentimento de impotência pode ser tão grande que pode ficar gravada a impressão em nosso psiquismo de que nada podemos fazer e isso pode causar uma sensação generalizada de impotência. A percepção de que não somos capazes, como sabemos, é uma das causas da depressão. Uma perda não significa necessariamente que algo concreto se perdeu. Pode ser também a perda de uma situação, de uma condição de estabilidade, dentre outros, embora esses não sejam casos típicos de perda com poder suficiente de gerar uma depressão mais acentuada.
6) Culpa: Esse é um sentimento que corroi o espírito e faz-nos perecer em vida. A culpa vem geralmente de uma idealização de que devemos cultivar um ideal de perfeição. É o nosso lado perfeccionista que alimenta a culpa como autopunição por não termos acertado. No final das contas, a culpa é uma negação de nossa imperfeição e dos nossos limites; é a recusa de nosso próprio estado humano. A sensação de que algo poderia ser feito e não foi feito pode ter fixado uma posição de incapacidade, que hoje se reflete como depressão. Sampaio diz ainda que “A culpa costuma ser uma brecha kármica, que mantém a pessoa conectada a situações onde ela cometeu algum erro ou prejudicou pessoas”.
7) Afloramento cronológico de alguma situação penosa: Este é o caso de pessoas que morreram de forma traumática ou se mataram em certa idade numa vida passada e ficam com uma força impressão da experiência. Na vida atual, conforme vai se aproximando a mesma idade em que ocorreu o trauma da vida passada, a pessoa começa a sentir toda a carga da experiência, podendo sentir que algo de muito ruim vai ocorrer em breve. Isso pode ser um fator desencadeante para a depressão. É o caso, por exemplo, de uma pessoa que se mata em vida passada aos 36 anos. Na vida atual, ao completar 36 anos, começa a sentir uma forte depressão e uma inexplicável vontade de morrer.

8 ) Suicídios recorrentes: Sampaio explica que “O suicídio pode gerar depressão se a pessoa ficar sintonizada com o pós-morte, quando a mesma sensação de morte provocada é revivida ininterruptamente”. Por exemplo, alguém se suicida e fica preso no pós-morte (o que é comum em suicídios). No período intermissivo, a pessoa pode ficar revivendo a morte por autoextermínio; pode reviver até mesmo a forma com que se matou. Isso faz ficar gravado em seu psiquismo a sensação de morte, que está agregada a sensações de tristeza, melancolia, desesperança, medo de viver etc. Esse sentimento do suicídio, transportado para a vida atual, pode engendrar uma depressão mais profunda.
9) Arquepadia: Sampaio afirma que “Arquepadia é a magia feita em vidas passadas que deixa uma energia congelada de herança e o pacto com entidades trevosas. Essa energia parada e os acompanhantes astrais podem gerar a depressão.” É comum verificar que, aqueles que realizaram práticas de magia negra, pactos de sangue e com entidades, além de rituais diversos com fins de prejudicar outrem e conseguir vantagens materiais são acometidos em vidas futuras por severos quadros depressivos. A origem é a ligação com entidades e energias do astral inferior, além do mau karma acumulado pela força motriz do mal praticado.
10) Impotência em situação traumática: Este fator determinante pode ter relação com a culpa e com perda traumática. Porém, ele aborda um conjunto de vidas onde a linha mestra foi caracterizada pela impotência incrustada e contínua em nosso caráter. É o caso da vida atual despertar uma ou várias vidas de depressão, como se uma fosse se conectando a outra, formando uma bola de neve que deve ser extinta o quanto antes. Tudo isso pode ter sua origem num ou mais traumas passados.
11) Obsessores cobrando: Camila explica que “Os obsessores costumam vampirizar energias e deixar a pessoa em estado apático, para que eles possam emanar ideias negativas e depressivas até que o indivíduo sucumba”. Acrescentamos que, quando há muitas entidades do passado, a pessoa passa a ser controlada por uma corrente de influenciações mentais, que faz encolher seu ego e quase a despersonaliza. Com sua força vital reduzida e sugada, ela perde a vontade de viver e passa a desacreditar de suas capacidades: a depressão é uma conseqüência quase inevitável. Porém, o indivíduo deixa a “porta aberta” para os obsessores quando praticou muito mal a certas pessoas no passado que hoje voltam querendo uma compensação.
12) Alcoolismo no Passado: “O álcool pode deixar uma energia nos corpos espirituais de anestesia, apatia e produzir depressão atualmente”. Porém, é possível também que o álcool seja apenas um reforçador ou um sintoma de uma depressão que já estava instalada. O álcool seria, nesse sentido, não a causa, mas o efeito. Porém, se esse efeito foi levado a cabo por muito tempo, pode potencializar a depressão já presente e piorar as coisas. Esse processo pode ser a causa tanto no alcoolismo atual quanto da depressão que, com o uso da substância no passado, tentamos dissimular.
13) Pactos de Magia: Semelhante à arquepadia, porém com maior participação da pessoa na realização de pactos diretos e conscientes com entidades trevosas. Sampaio afirma que “É um tipo de cobrança de obsessor mais especializada, porque houve a total participação da pessoa no passado ao fazer o pacto mágico. Esse acordo é mantido e cobrado”.
14) Abortos: “O espírito abortado pode perseguir tenazmente a mãe que lhe negou a vida. Caso haja ligação passada entre os dois, essa perseguição pode ser cruel e gerar uma série de sintomas” (Camila Sampaio). É possível, inclusive, o feto ficar um tempo preso à aura da mãe e lhe causar muitos problemas físicos decorrentes, não apenas do aborto em si, mas da influência espiritual do feto. Além disso, a tristeza do espírito em ser rejeitada pode ser o alicerce ou o manancial da depressão atual.
15) Trauma intrauterino: No útero materno também podem ser acionadas, ou reativadas, lembranças passadas muito negativas, que podem ficar tão fixadas na consciência do indivíduo (ainda mais na gestação onde o feto é extremamente sensível ao meio) que ele guarda tudo para o resto de sua encarnação atual. Quando os pais se expõem a vários tipos de comportamentos desregrados e negativos, isso pode se refletir profundamente no feto e no espírito, a ponto de acionar várias camadas pretéritas de karmas, o que se torna a matriz da depressão futura. 
Exemplo 1: uma mãe se entrega a bebida e a vários vícios quando está grávida. 
Exemplo 2: A grávida é atropelada e a mãe sofre um intenso choque emocional. Esse choque pode ficar arquivado como um súbito sentimento de medo e morte, o que pode ativar resquícios de experiências de morte passada e trazer à tona a depressão das mortes passadas.
16) Obsessão por amor: O fundamento da obsessão por amor é o que se chama de apego. Um espírito de alguém que convivemos durante longos tempos no passado ou mesmo várias e prolongadas vidas, pode hoje aproximar-se de nós, e suscitar sentimentos de ausência, falta, carência e saudade. Não podemos usufruir do amor passado, pois encarnado e desencarnado encontram-se em faixas de freqüência distintas. Sampaio afirma que, nesses casos, a depressão pode ser desencadeada tanto pela falta do outro como pela obsessão do espírito cuja “ideia é abreviar a morte [diminuir o tempo de vida] da parte encarnada para agilizar o encontro dos dois”. 
Pode também ocorrer de um deles reacender a depressão que o outro já sentira antes.
17) Expulsão de comunidades e grupos: Diz Sampaio que “A expulsão gera a rejeição, o sentimento de não pertença, a raiva e o isolamento – cargas que, reacionadas, podem levar à depressão.” 
Os seres humanos são seres grupais por natureza, tem necessidade de pertencer a comunidades e coletividades, com estilos e modos de ser bem definidos e juntos por laços de simpatia e similaridade de pensamentos e sentimentos. Ser expulso de um grupo, comunidade ou coletividade na qual está identificado que pode ser um duro golpe para a pessoa, levando-a à depressão.
18) Reencontro e convivência compulsória com inimigos: Quando há encontro com antigos rivais na mesma família, no trabalho, ou em situações onde a convivência é obrigatória, a depressão pode vir chamando a atenção que algo está errado. Isso pode ocorrer, em grande parte, porque a pessoa é obrigada a aturar e conviver com um inimigo cuja carga de males mútuos praticados é imensa e no entanto, temos a obrigação de estar junto. Quando um indivíduo nasce na mesma família com o antigo desafeto, a situação se agrava, pois existe um paradoxo de amor e ódio que pode confundir a consciência de ambos e gerar conflitos aparentemente insolúveis e incapacitantes (pois não se conhece a origem e o motivo dos sentimentos negativos), levando assim à depressão.
(Hugo Lapa)