A vida tem sua dinâmica fantástica e tudo que está destinado a vivenciarmos neste plano físico, acontece para nosso bem.
Nascemos praticamente zerados de lembranças pretéritas.
Todo passado é apagado e a única bagagem que trazemos para este mundo são as nossas aquisições morais, que jamais perderemos.
Nascemos em um corpo frágil e carente de todo tipo de cuidados e carinhos, justamente para aprendermos as primeiras lições de amor.
Crescemos e vamos gradativamente compreendendo que o mundo é cheio de regras, que não podemos fazer tudo que queremos, que existem limites.
Chegamos ao período escolar e vamos também, aos poucos, aprendendo que existe uma necessidade de aprimorar os conhecimentos para melhor viver em sociedade e ser útil a ela.
Já na adolescência, inicia-se a preparação para a vida adulta, os conhecimentos adquiridos são mais amplos, os relacionamentos mais intensos e começa-se a manifestar as propriedades individuais, que até então, estavam praticamente adormecidas.
Chega-se à fase adulta e os sonhos de construir o seu mundo vão adquirindo formas e, com as dificuldades e atropelos, algumas desilusões.
Na fase adulta o indivíduo, longamente preparado no período infantil e adolescente, tem a possibilidade de colocar em prática todo seu aprendizado profissional e moral, o que constitui a sua prova neste mundo.
Com o passar dos anos, depois de muito suor e lágrimas derramados, depois de alegrias e tristezas, depois de bons e maus momentos, a bagagem espiritual é consideravelmente aumentada.
A decadência física se inicia e o mundo adquire novas cores e novo entendimento.
É sobre o “por que” importância da decadência que iremos tratar neste texto.
Por que envelhecemos?
Antes de nascermos nosso corpo físico já fora projetado, a herança hereditária dos pais analisada e, de acordo com o planejamento reencarnatório, fora traçado o espaço de tempo que haveremos de viver nesta existência.
O que determina esse espaço de tempo?
A quantidade de energia vital que acompanha nosso duplo etérico, o corpo intermediário entre o corpo físico e o corpo perispiritual.
Quer dizer que nascemos com uma quota de energia para viver, por exemplo, 70 ou 80 anos?
Exatamente. Só que esse espaço de tempo pode ser abreviado ou prorrogado, de acordo com o nosso proceder.
Quando que este período é abreviado?
Quando consumimos grande quota da energia de nosso corpo etérico em desregramentos diversos, tais como: alimentação em excesso ou inadequada, uso excessivo de bebidas alcoólicas, uso de drogas lícitas ou ilícitas, abusos na área sexual, sedentarismo, dentre outras circunstâncias.
Quando que este período é prorrogado?
É prorrogado a partir do momento em que é útil e benéfica a sua estadia por mais algum espaço de tempo. A vida regrada, bons pensamentos e atitudes, bons hábitos, também são fatores que podem prorrogar a vida física pela energia gerada por estes atos e comportamentos.
Quando o indivíduo vem a falecer é por que essas energias terminaram?
Nem sempre. Existem casos em que há o falecimento antes do previsto, tais como os ocorridos em acidentes, homicídios e suicídios.
Nesses casos, o que acontece com a energia vital?
Cada caso é um caso. Quando o indivíduo veio a falecer em circunstâncias que independeram de sua vontade, os espíritos protetores fazem o socorro espiritual e geralmente dissipam a energia ainda existente para que o desligamento do espírito do corpo possa ser feito.
E se for uma morte por negligência ou suicídio?
Cada um é responsável pelos seus atos e deve responder por eles.
O suicídio é algo que deve ser analisado mais profundamente, mas apenas para uma pálida elucidação, podemos dizer que os laços vitais ainda são muito fortes e prendem o espírito ao corpo.
Enquanto a energia vital não se esgota, o desligamento não é feito totalmente e o suicida é compelido a viver as conseqüências do seu ato tresloucado para que, em outra encarnação, não volte a cometer os mesmos equívocos.
Na maioria dos casos, o suicida fica ligado ao seu corpo em decomposição.
Lembro, no entanto, que todo caso tem suas atenuantes e suas agravantes.
E no caso de um indivíduo que morre por morte natural, como isso se processa?
Com o passar dos anos, a energia vital vai se esgotando e, consequentemente, o corpo físico vai naturalmente envelhecendo.
À medida que a energia vital vai diminuindo, os laços que prendem o espírito ao corpo vão se aflouxando, os órgãos começam a sentir a carência do fluido vital e começam a apresentar problemas, o que chamamos de envelhecimento natural.
Uma vivência tranqüila com uma alimentação saudável pode fazer com que o desgaste das energias vitais seja diminuído e o tempo de vida física prolongado.
Entretanto, todos estão sujeitos às leis naturais e chegará o momento em que as energias não conseguirão manter o organismo físico funcionando e acontecerá, então, o desenlace natural.
O desenlace natural, causado pelo esgotamento das energias vitais, é difícil ou doloroso?
Não, pelo fato do desprendimento não ser feito de uma hora para outra e sim gradativamente.
Graças ao esgotamento dessas energias, a passagem para a outra vida se torna mais simples e suave, sem maiores agitações ou dificuldades.
Porém, lembro mais uma vez que cada caso é um caso, cada indivíduo um universo e cada universo tem suas características.
O envelhecimento é um preparo para o desencarne?
O envelhecimento é algo natural e, logicamente, prepara o indivíduo para a passagem para outro plano.
Ele colabora grandemente para que a passagem seja menos complicada pelo fato de já ir, aos poucos, desligando-o das coisas materiais.
O forte apego à matéria é o que mais dificulta o desenlace e, no caso da morte natural, esses laços estão muito enfraquecidos e podem ser mais facilmente rompidos.
Lembro que toda idade tem sua beleza.
A terceira idade é uma fase de análise dos erros e acertos, é a fase da colheita das boas obras semeadas, é a fase da introspecção, onde o ser tem tempo para discernir sobre sua existência, seus atos, construções, amores, paixões, acertos, equívocos.
Digo que essa idade madura é o início e não o fim.
É a preparação para o retorno à vida espiritual, a verdadeira.
Uma boa terceira idade, bem aproveitada, é um excelente ganho de tempo para a adaptação à nova vida, já é um começo de delineamentos para outras existências que, indiretamente, o indivíduo faz através da consciência devidamente explorada.
(Colaboração: Valdenir – postado em 14/07/2011).
Fonte: Centro Espírita Vinhas do Senhor
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