6.2.23

Vivi por 17 anos

A última vez que estive encarnado na Terra, meu espírito ganhou como instrumento de aperfeiçoamento e burilamento, um corpo disforme e mentalmente prejudicado. 

Vivi por 17 anos, não foi uma encarnação longa, foi somente o tempo que meu espírito infrator precisava para completar um tempo que eu mesmo em outra existência aniquilara com a violência de um suícido. 

Esses 17 anos foram para mim de grande vália. 
Aprendi muito e resgatei dívidas muito grandes. 
Embora tenha sido uma vida difícil para meu espírito, muito mais difícil foi para minha mãe que se redobrava em trabalhos como lavadeira, serviço que fazia em casa, e tomar conta de mim. 
Tamanha a minha dependência, que não era capaz de absolutamente nada, paralítico e deficiente mental, nunca proferi uma palavra sequer e a paralisia me deixava estático em uma cama. 

Apesar disso tudo, agradeço a Deus por ter tido a oportunidade de nesses 17 anos aprender muita coisa. 

Fui suícida numa encarnação anterior, era um homem inteligente e muito ativo, mas não soube dar valor à vida e num dia de desespero tirei minha própria vida. 
Ah! Se as pessoas soubessem o que é ser um suicida, da dor imensa que passa quem comete tal ato, não mais haveria suicídios. 

Por não ter dado valor ao corpo sádio, voltei nessa triste condição em que não tinha a menor lucidez, os raros momentos de lucidez eram através de sonhos conturbados, mas ao acordar de nada mais me lembrava. 

Eu era um “espírito morto” habitando um corpo vivo.

Hoje, tanto tempo depois de ter passado por essa experiência posso dizer a vocês que ela me foi muito valiosa. 

De grande valia também para minha mãe, que juntamente comigo falhara em outra existência e que dessa vez aprendeu o que é ter que cuidar de alguém tão dependente, e aprendeu muito mais que isso, aprendeu a me amar como só as mães sabem. 
Eu e ela, cada um sofrendo proporcional ao que precisava sofrer.

Bendita reencarnação! 

Deus é amor e não estamos eternamente fadados aos erros de outrora, temos a chance de melhorar nossa situação mesmo que a duras penas. Penas essas, impostas por nós mesmos, nunca por Deus, pois que Ele, em seu imenso amor, não pune ninguém.

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