Tomar um comprimido a cada seis horas, perdoar desavenças e ser otimista.
Em breve, pacientes poderão sair de consultas médicas com recomendações parecidas com esta.
Estudos norte-americanos apontam que pessoas espiritualizadas têm saúde melhor.
No Brasil, 500 cardiologistas começaram a pesquisar o comportamento dos brasileiros.
De acordo com o médico Álvaro Avezum, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, nos
Estados Unidos o nível de espiritualidade foi medido por meio de um questionário.
Em seguida, foi associado a questões biológicas, como ocorrência de problemas
cardiovasculares (derrame e infarto) e índice de mortalidade.
Aqueles que cultivavam sentimentos positivos, como perdão, tolerância e paciência,
tiveram pressão arterial controlada, melhor nível de colesterol e menos risco de
desenvolver doenças cardíacas.
Álvaro explica que, na pesquisa, a espiritualidade é definida como uma forma de
enxergar e encarar a realidade e não se relaciona diretamente a religiões.
ATEUS TAMBÉM CONSIDERADOS
“Trata-se dos sentimentos que a pessoa nutre no cotidiano e como ela enfrenta os
problemas. Isso se aplica a crentes e ateus ”, afirma, acrescentando que americanos
também avaliaram a interferência da religiosidade na saúde.
“Os religiosos também tiveram melhores índices”, disse.
Segundo o médico, já está comprovado que estresse e depressão estão ligados
a problemas cardíacos, mas há muitos mistérios ainda não desvendados.
“Não conseguimos explicar casos que fogem do padrão clínico, como pacientes
que melhoram ou pioram subitamente, contrariando projeções”.
Há dois meses, a sociedade criou o Grupo de Estudos em Espiritualidade (Gemca).
Com cerca de 500 cardiologistas, o Gemca vai analisar o nível de espiritualidade
entre os 14 mil médicos da sociedade.
A pesquisa será estendida à população brasileira e o resultado deve sair em um ano.
Para Álvaro, há casos clínicos que não podem ser explicados apenas pela ótica biológica.
“Há lacunas na cardiologia e é possível encontrar a resposta para elas na espiritualidade”, acredita.
Fonte – O Dia
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