domingo, 14 de abril de 2024

Um homem tinha uma história de vida muito sofrida

Foi maltratado pelo pai, abusado pelo tio, sua mãe o abandonou, e desde bem jovem ele já começara a trabalhar como marceneiro. 
O serviço era duro e muito desgastante. Por conta de todos estes acontecimentos, ele sentia uma tristeza que quase sempre o acompanhava.

Certo dia, o homem já não aguentava mais essa tristeza que persistia em seus sentimentos e não lhe dava trégua. 
Foi então passear na cidade onde morava. 
Sentou num banco, e nele estava um senhor. 
De repente, o senhor puxou conversa com ele e iniciou-se um diálogo leve. O homem, que continuava sentindo a tristeza recorrente, sentiu que podia se abrir com o senhor, e disse:

– Na verdade, sou uma pessoa triste, disse ele.

O senhor, que parecia ser um homem sábio e vivido, disse:

– Não, você não é uma pessoa triste…

O homem surpreendeu-se com essa afirmação. “Como ele poderia saber o que sou e o que não sou? Ele nem me conhece”, pensou. O senhor então continuou a falar:

– Eu também não sou um senhor… Sim, é isso mesmo, e também não sou um professor, como eu havia te falado agora. E você não é um marceneiro e também não é um jovem…

O homem estava cada vez mais confuso. O senhor disse:

– Preste atenção… Eu não sou um senhor, eu ESTOU senhor. 
Você não é um marceneiro, você está marceneiro. 
Você não é jovem, você está jovem, da mesma forma que eu não sou um professor, nem um pai, nem sou deste país, nem nada disso. 
Eu estou essas coisas, eu não sou essas coisas.

O homem agora começava a compreender. O senhor continuou:

– Ninguém é alguma coisa, todos nós estamos. 
A vida humana é apenas uma passagem, um processo. 
Nós incorporamos determinadas posições sociais, papéis, funções e modos de estar no mundo. 
Tudo na vida é um estado, ou seja, é sempre “estar alguma coisa” e nunca “ser alguma coisa”. 
Portanto, você jamais pode admitir que é uma pessoa triste, você apenas está triste momentaneamente, mas isso um dia, mais cedo ou mais tarde, vai passar, assim como tudo passa… e você verá como você apenas “estava algo”, e não “era algo”.

O homem ouvia atentamente. O senhor concluiu:

– Tudo que existe nesse mundo é da natureza dos estados, nunca da natureza do ser. 
O único que não é da ordem do estar é Deus. Deus é da ordem do ser, pois ele é eternamente. 
Ele é o ser que nunca deixará de ser. 
Deus não conhece estados, ele simplesmente é. 
Quando nós, seres humanos, compreendermos a diferença entre estar e ser, que nada é, e que tudo está, entenderemos que vamos vivendo diversos estados até chegar ao ser essencial que somos no infinito, pois em última instância, somos como Deus, que não está, mas simplesmente é…

Autor: Hugo Lapa 


sexta-feira, 5 de abril de 2024

O amigo invisível que acompanha a criança em seus primeiros anos de vida

O amigo invisível é uma presença fantasiosa, simbólica ou real que acompanha a criança em seus primeiros anos de vida.   

Psicólogos e psiquiatras trabalham com a hipótese do amigo invisível ser um processo psicológico da mente infantil. 

Profissionais costumam alertar que a ajuda de um psicólogo é indispensável quando a criança só deseja ficar junto de seu companheiro. 

Crianças podem ter longas conversas com seu amigo; podem colocar para ele pratos e talheres na mesa de jantar; podem elaborar brincadeiras juntos, dentre outras coisas.

O amigo invisível só representa um problema quando existe alguma espécie de dano provocado em decorrência da presença ilusória ou real do amigo. 
Exemplo: o amigo invisível diz a criança para se afastar dos amigos e viver apenas com ele; ou o amigo invisível diz a ela coisas que a fazem sofrer de algum modo.

A Psicologia convencional oferece hipóteses sobre as possíveis causas da criação de um ente imaginário no universo simbólico da criança:

A necessidade de companhia que cria uma presença que não existe.

Necessidade de compartilhar situações que com outras pessoas não seria possível. Exemplo: Contar ao amigo como ela não gosta quando o pai bate nela.

Utilização da imaginação para lidar com a raiva e com a inveja.
A tentativa de criar alguém ideal que corresponda aos nossos gostos e preferências.
Criação de um ente que se possa controlar e que não seja alvo de críticas, obrigações e sofrimentos, dentre outros.
O amigo serve como “bode expiatório”. Exemplo: “Foi ele (o amigo) que sujou a mesa e não eu.”

Observamos que a repressão e negação da existência do amigo invisível não contribui em nada para solucionar as causas da “presença” espiritual. 

Muitas vezes é através da aceitação do amigo que os pais conseguem maior contato com a criança. 

É preciso adentrar no universo simbólico ou encarnatório da criança para que possamos fazer alguma diferença.

Na TVP, existem profissionais atualmente que trabalham com regressão em crianças com excelentes resultados. 

O que antes era considerado arriscado e improdutivo, hoje profissionais descortinam esse fértil terreno terapêutico e procuram as chaves das criação imaginária infantil, que pode estar além do limiar da vida atual e até mesmo numa presença obsessiva indesejada.

Dentro da Terapia de Vidas Passadas, consideramos que o amigo invisível pode ser:

1) Uma personalidade de vida passada: a criança pode entrar em contato com uma de suas personalidades e conferir-lhe vitalidade, dando autonomia à ela e permitindo-a agir, dialogar e até dar-lhe ordens. A personalidade pode não concordar e nem aceitar a vida atual, podendo causar conflitos diversos.

2) Um espírito desencarnado qualquer: uma presença real, um espírito atraído pela aura da criança, que se lhe afeiçoou e deseja permanecer próximo a ela. 
Pode ser o espírito de outra criança, que não sabe que morreu e ficou preso à Terra, unindo-se ao encarnado. Ambos podem brincar e se tornarem até amigos. 
Quando a criança cresce, suas visões via de regra diminuem.

3) Entidade de outras vidas: alguém que a criança se relacionou e conviveu em outras existências. 
Pode ser algum inimigo de vidas passadas, ou pode mesmo ser alguém que a quer bem e deseja ajuda-la. 
Mesmo no caso aparentemente existir uma boa intenção por parte do espírito, é necessário verificar se ele não está entrando num processo possessivo com a criança, o que pode ocorrer.

4) Um espírito de luz: O amigo invisível pode ser também, porém é mais raro, um espírito de luz, um guia, ou mestre espiritual, que orienta os passos iniciais da criança para que cresça e se desenvolva de forma positiva. 
Em raras ocasiões a criança é um ser de muita luz que nasceu para realizar alguma tarefa evolutiva na humanidade. 
É possível também que essa entidade seja um mestre de luz do espírito da criança de uma vida passada, alguém com quem realizou conjuntamente um treinamento de templo, sendo ambos iniciados na mesma fraternidade ou egrégora de luz. 
Caso seja um espírito de luz que vem ajudar, a criança refletirá paz e tranqüilidade e a presença não lhe causará qualquer transtorno.

Sobre o numero quatro, há relatos de pessoas que, quando crianças, seres de luz lhe davam orientações valiosas sobre o que fazer e não fazer. 

Conheci um caso muito interessante: um conhecido me confidenciou que, quando criança, tinha visões de espíritos luminosos que vinham falar com ele. 

Certa vez, ele estava com 4 ou 5 anos e encontrou uma faca no chão da cozinha. Pensou em pegar a faca e brincar com ela, mas logo ouviu uma voz sussurrando, “Você pode pegar essa faca, é de sua livre escolha fazer isso. Mas devemos dizer que você pode se machucar seriamente com ela.” 
Então, a criança decidiu que não a pegaria. Hoje esse meu conhecido recordou esse evento com certa emoção, lembrando que em algum momento de sua vida, tinha sido praticamente salvo pelos espíritos de luz.

(Hugo Lapa)

terça-feira, 2 de abril de 2024

IGREJAS NADA TEM A VER COM JESUS

A igreja católica afirma ser a única verdadeira igreja cristã. 
Ela usa como base as palavras de Jesus, que disse: “Tu és Pedro e sobre esta pedra erguerei a minha igreja”. 
No entanto, as igrejas atuais, após 2000 anos do ministério de Jesus, nada tem a ver com Jesus. Ao contrário, a maioria das instituições cristãs age contrariamente aos ensinamentos básicos do mestre contidos nos Evangelhos.

Sobre isto, precisamos esclarecer o seguinte:

1 – A palavra grega “ἐκκλησία” (ekklesia), que foi traduzida para o português como “igreja”, originalmente significava “assembleia” ou “convocação”. 
Tratava-se apenas de um grupo de pessoas reunidas com um propósito comum, não algo ligado a uma construção física e menos ainda a criação de uma instituição formalizada. 
A igreja atual foi sendo modificada, século após século, para chegar no formato institucional de hoje. Esse formato atual destoa completamente dos ensinamentos originais de Jesus. É possível afirmar que a igreja atual é uma criação arbitrária dos homens.

2 – Os primeiros cristãos se reuniam em casas (conhecidas como “igrejas domésticas”), bem como em locais ao ar livre, refletindo um entendimento de “igreja” como uma comunidade viva e ativa, centrada em torno dos ensinamentos de Jesus, e não meramente uma estrutura ou edifício e menos ainda uma instituição.

3 – Jesus mencionou a natureza efêmera dos templos de pedra. Em (Marcos 13, 1, 2) um dos discípulos de Jesus faz um elogio ao templo de jerusalém, exaltando suas belezas dizendo: “Mestre, olha que pedras, e que edifícios!” Jesus não respondeu com outros elogios as belezas e maravilhas do templo. 
O mestre simplesmente disse: “Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada”. 

Esta passagem do Evangelho segundo Marcos é uma excelente reflexão sobre a transitoriedade das realizações humanas, especialmente em termos de construções físicas e monumentos. 
Quando o discípulo de Jesus aponta para o magnífico Templo de Jerusalém, admirando sua grandiosidade e beleza arquitetônica, a resposta de Jesus serve como um lembrete de que, não importa o quão impressionantes sejam essas estruturas, elas são temporárias e sujeitas à destruição. 

O ensinamento de Jesus aqui transcende a discussão sobre edifícios físicos; ele aponta para uma verdade mais profunda sobre a natureza efêmera de tudo o que é material. Em um mundo onde as pessoas frequentemente medem o sucesso e o valor pelas posses materiais e conquistas tangíveis, essa passagem nos chama a refletir sobre o que realmente valorizamos e onde colocamos nossa fé. 

A afirmação de Jesus de que “Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada” não apenas antecipa a destruição física do Templo de Jerusalém no ano 70 d.C. pelos romanos, mas também simboliza a impermanência de todas as coisas materiais. Ele nos encoraja a buscar algo mais duradouro e significativo além do físico e do material, direcionando nossa atenção para os valores espirituais e as realidades eternas. Isso nos mostra que Jesus não dava importância a templos ou organizações, mas sim as verdades eternas do espírito.

4 – Jesus nunca pediu que fosse construído um templo de pedra e menos ainda pediu que se criasse uma instituição. 

O mestre nazareno ensinava no meio da rua, em casas, no alto mar, na praia, na montanha, e também, chegou a ensinar no templo de Jerusalém. 
Mas não há nenhum registro de um pedido de Jesus para que fosse criada qualquer estrutura de pedra ou instituição com regras rígidas, sacerdócio ou rituais.

5 – Jesus falou do templo como sendo algo interno e não externo. 

Lemos em (João 2:19-22): “Derribai este templo, e em três dias o levantarei. Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias? 

Mas ele falava do templo do seu corpo. Quando, pois, ressuscitou dentre os mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isto; e creram na Escritura, e na palavra que Jesus tinha dito”. Jesus se referia ao templo como sendo seu corpo. 

Nesse sentido, o corpo material é o templo da alma ou do espírito. É no templo que a alma habita. Portanto, o verdadeiro templo é interno e não externo. 
Este episódio destaca a ideia de Jesus de que o verdadeiro culto não está vinculado a locais específicos ou construções, mas sim a descoberta de nossa alma, de nossa essência ou de nossa ligação com o divino, sendo o corpo material o templo do espírito.

6 – Em (João 4:21-24) no diálogo com a mulher samaritana junto ao poço, Jesus declara que está chegando a hora em que nem no monte nem em Jerusalém os verdadeiros adoradores adorarão o Pai. Ele enfatiza que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, indicando uma mudança do culto associado a locais específicos para um entendimento mais espiritual e pessoal da adoração. 

Essa passagem indica um movimento na ênfase de Jesus de um culto baseado em estruturas físicas e rituais específicos para um foco na adoração interior e na relação pessoal com Deus. 

Ele sugere que o verdadeiro culto transcende as fronteiras físicas e é fundamentado na fé e na verdade interior, em vez de na observância de rituais em locais consagrados. 

Mas parece que as igrejas atuais ignoram esta passagem e focam suas atenções em templos de pedra, em dogmas, em construções caríssimas e luxuosas e na institucionalização do culto, algo que Jesus nunca pediu que fosse feito.

7 – Em Mateus 6:5-6, no Sermão da Montanha, Jesus adverte contra a prática de orar em público para ser visto pelos outros, incentivando, em vez disso, a oração privada: 
“E quando orares, não sejas como os hipócritas; pois eles gostam de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Verdadeiramente vos digo que eles já receberam a sua recompensa. Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” 

Aqui Jesus deixa claro que as orações e outras formas de culto podem perfeitamente ser realizadas em nosso lar. Jesus ressalta que o essencial não é a prece em locais públicos, em templos, igrejas ou qualquer outro local externo, mas o contato com Deus em nosso íntimo, que pode ser realizado em qualquer lugar, até mesmo em nossa residência.

8 – Em Lucas 17:20-21, Jesus responde aos fariseus que perguntam quando o Reino de Deus viria, dizendo: “O Reino de Deus não vem com aparência externa; nem dirão: ‘Eis aqui!’ ou: ‘Eis ali!’ pois o Reino de Deus está dentro de vós.” 

Esta passagem mostra claramente uma ênfase na natureza espiritual e interna do Reino de Deus e da condição divina do ser. 

Isso contrasta com as manifestações externas e materiais das igrejas de hoje, ricamente adornadas com ouro, riquezas e ostentação. 
Jesus ensinou sobre o valor da interioridade e simplicidade do caminho espiritual. Por outro lado, as igrejas atuais cultivam riquezas materiais, edifícios imensos e poder político e econômico. 

Por esse motivo, algumas correntes do cristianismo místico enfatizam a importância da transformação interior e do desenvolvimento de uma relação pessoal e íntima com Deus, em vez de focar em rituais externos, edifícios suntuosos ou práticas religiosas ostentosas. 

Assim, Jesus deixou claro que o Reino de Deus nada tem a ver com aparências, com exterioridades, mas sim com os tesouros interiores.

9 – Ao longo dos séculos, as igrejas cristãs se empenharam em acumular muitos bens, propriedades, riquezas, terras, imóveis, templos etc. Historicamente, a Igreja Católica Romana e outras instituições religiosas foram grandes proprietárias de terra e imóveis e isso influenciava muito as comunidades locais e o poder político vigente, pois quem tem dinheiro, posses e riquezas, influencia muito na vida do povo. Por isso, a igreja muitas vezes se uniu com o estado e os governos, sendo uma instituição apenas, estando sempre no núcleo do poder e exercendo o poder político nas nações ao longo da história. 

Essa acumulação de riquezas pelas igrejas e também seu poder político, está em total desacordo com o ideal de renúncia, desapego e simplicidade pregado por Jesus. 

Nas tentações do deserto, quando o diabo ofereceu a Jesus dinheiro, riquezas e todo o poder do mundo, Jesus recusou veementemente dizendo: “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás” (Mateus 4, 10). 

No sermão da montanha Jesus deixa bem claro que ninguém deve acumular tesouros sobre a terra, pois as traças consomem e os ladrões arrobam e roubam, mas que todos devem acumular tesouros no céu, pois nem as traças consomem e nem os ladrões arrombam e roubam, pois onde está o seu tesouro, lá estará também o seu coração (Mateus 6, 19-21). 

Nessa passagem Jesus deixa claro que os verdadeiros tesouros de uma pessoa são interiores, onde está o nosso coração e não exteriores, como as riquezas e o poder das igrejas.

10 – As igrejas de várias épocas quase sempre colocaram imensa importância nas doações e no dízimo, tornando as instituições religiosas muito ricas e poderosas. 

No entanto, Jesus nunca nos pediu que doássemos as igrejas. Ele sempre pediu que doássemos aos pobres e necessitados. Quando um homem rico pergunta a Jesus o que deve fazer para herdar a vida eterna, Jesus o instrui a vender todos os seus bens, dar aos pobres e segui-lo. 

Esse ensinamento enfatiza a importância de se desapegar das riquezas materiais para alcançar a verdadeira riqueza espiritual. 

Na parábola do Bom Samaritano, Jesus ilustra o conceito de “próximo” através da história de um samaritano que ajuda um homem ferido na estrada, enquanto outros passavam por ele sem prestar socorro. 
O samaritano não apenas cuida de suas feridas, mas também paga por sua estadia em uma hospedaria. 
A parábola é uma exortação à compaixão e à ação generosa. Em (Lucas 6, 30) Jesus diz: “Dai a todo aquele que te pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva”. 

Jesus também afirmou que somente pode ser seu discípulo “aquele que renuncia a tudo que possui” (Lucas 14, 33). Na estória do rico e do Lázaro Jesus deixa claro que o pobre humilde vai ao Reino de Deus e o rico arrogante, que ama suas posses, vai ao submundo. 

Em outra passagem quando Zaqueu disse a Jesus que doaria metade de tudo o que possuía para os pobres, Jesus respondeu dizendo:  Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão”. Aqui Jesus associa a salvação com o despojamento, a doação, a renúncia das posses.

11 – As igrejas de hoje pedem que os fiéis doem para ela própria, igreja, para que assim ela acumule dinheiro. 

Mas a primeira igreja (ekklesia) da história, descrita em Atos dos Apóstolos capítulo 4, pedia aos membros que doassem tudo quanto tinham para uma caixinha comum. 

Eles vendiam tudo, casas, animais, objetos e todas as propriedades. Todos faziam o mesmo. Então esse montante se acumulava e era doado a todos igualmente e, também, de acordo com a necessidade de cada um. “Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. 

E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.” (Atos 4:34,35) Isso significa que a primeira comunidade cristã da história não possuía nenhuma riqueza, mas a riqueza da igreja era distribuída entre todos os membros, sempre de acordo com a necessidade de cada um. 

A pergunta que se faz aqui é: por que as igrejas cristãs não agem da mesma forma? 
Por que não distribuem suas doações entre os fiéis de acordo com a necessidade de cada um? 
Por que desvirtuaram o ideal cristão original, ensinado pelo Cristo e por seus apóstolos e buscam apenas acumular mais e mais riquezas materiais? 
Esse é outro elemento que está em total desalinho com a proposta da igreja primitiva e de Jesus.

12 – O próprio Jesus nada possuía e vivia das doações dos seus seguidores e do povo. 

Várias passagens sugerem que Ele levava uma vida de simplicidade material e dependia da hospitalidade e do apoio de seus seguidores e amigos. 

Em Mateus 8, 20) Jesus diz que: “As raposas têm tocas, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.” 
Essa declaração sugere uma existência itinerante e uma falta de propriedade ou lar físico permanente. 

Jesus também viajava constantemente, pregando e ensinando em diferentes cidades e aldeias. Ele e seus discípulos muitas vezes dependiam da generosidade de outras pessoas para alimentação e alojamento, como está descrito em (Lucas 10:7). 

A opção de Jesus pela pobreza é uma característica marcante de seu ministério. Jesus se identificava com os pobres e os marginalizados, ensinando sobre a importância espiritual de ajudar os necessitados em (Mateus 25:35-40). 

Jesus diz: “Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? 

E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? 
E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? 
E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. 

Aqui Jesus deixa bem claro o valor de se doar aos fracos e necessitados, que ele chama de “pequeninos”. 
Isso mostra que Jesus nunca enfatizou a doação a templos e religiões, mas sempre deixou claro em seu ministério a prioridade de se doar aos pobres aos fracos, aos necessitados, aos marginalizados, aos esquecidos, não apenas doações em dinheiro, mas doar-se a si mesmo em benefício do próximo.

(Hugo Lapa)

sábado, 30 de março de 2024

É comum sonhar transando com espíritos?

Ocorrências como essa não são tão raras como se pode imaginar. 

Há algumas pessoas que relatam sentirem que estão sendo abusadas por espíritos durante a noite. 
Esses abusos incluem toques em partes do corpo, como seios, genitais e outras áreas. 

Há mulheres que relatam presenças estranhas em seu quarto a noite, que a beijam, abraçam e fazem sexo com ela. 
Esses casos são mais comuns em mulheres do que em homens, embora também existam homens que relatam fenômenos semelhantes. Por vezes a pessoa se vê saindo do corpo e indo ao que se chama de “Umbral” no Espiritismo. 

Nessas regiões trevosas, ela pode participar de verdadeiras orgias com vários espíritos, e quando retorna ao corpo, sente-se muito debilitada e carregada. 

Alguns casos semelhantes são encontrados na literatura psiquiátrica como sendo tipos de alucinações táteis, mas aqueles que estudam as doutrinas espiritualistas sabem que pode existir também um componente espiritual em algumas situações. 

No caso da pessoa ter visões de si mesma fazendo sexo com espíritos, ou participando de orgias no astral, é possível que a pessoa tenha participado de orgias em vidas passadas e ainda permaneça nessa vibração densa de uma sexualidade exacerbada. 

Muitas pessoas sonham a noite com pessoas fazendo sexo com elas, ou as provocando sexualmente. 

Na Idade Média esses espíritos que se fantasiam do objeto sexual preferido de homens e mulheres eram chamados de Íncubos e Súcubus. 

Os Íncubus eram considerados demônios que se revestiam de homens para atacar as mulheres, e Súcubus espíritos que se revestiam de mulheres e atacavam os homens. 

O objetivo de tal empreitada não poderia ser outro senão a geração de um prazer sexual para o espírito, além do roubo de energias para fins variados. 

Alguns indivíduos parecem gostar dessa situação, embora sintam fortemente os efeitos negativos desse tipo de obsessão. 

Já outros sentem-se incomodados e desejam se libertar. 

É necessário descobrir a causa de tais obsessões, que muitas vezes estão em nossas vidas passadas. 

Muitas práticas de magia negra da antiguidade se utilizavam de rituais onde o sexo e as trocas de energias sexuais eram abundantes e serviam para diversas finalidades ritualísticas. 

É possível que os mesmos espíritos que hoje vem criar obsessões sexuais tenham sido, no passado, os espíritos que guiavam e se beneficiavam desses rituais sexuais mágicos. 

A pessoa que deseja se libertar desse tipo de obsessão precisa olhar para o seu apego em relação a sua sexualidade e libertar-se dele. 

Também pode ocorrer da pessoa que vem transar conosco no plano astral seja algum encarnado, que em estado de projeção astral venha nos visitar com segundas intenções, de forma consciente ou inconsciente.

Hugo Lapa 

quarta-feira, 20 de março de 2024

O Espírito reencarnante, do primeiro ao nono mês

O ESPÍRITO REENCARNANTE, DO PRIMEIRO AO NONÔ MÊS

- Primeiro dia/primeiro Mês:

-O espírito já está ligado ao feto por um fio muito fino.
-Sua consistência é pura energia.
-O espírito sente uma certa sonolência.
-Ainda tem a consciência da Vida Espiritual, mas já se sente deslocado e se afastando de lá.
-Ele experimenta uma confusão mental, porque seu corpo imaterial está se ligando firmemente a um corpo material, que ainda não está totalmente formado.

- Segundo Mês:

-Nesta etapa o espírito procura um contato com seus futuros pais.
-Tenta participar de sonhos durante a noite.
-Tenta uma aproximação.
-Tem vontade de se revelar e pedir a seus pais que o aceitem.
-Sente ansiedade.
-Sua espiritualidade, seu humor e seu bem estar, estão ligados a mãe.
-Quando a mãe está nervosa, triste ou cansada, o feto sente mesmo com dois meses.
-Além de sentir como sua mãe está, ele já tem uma pré visualização do caráter e dos valores de vida de sua futura mãe.
-Sabe do intimo da mãe e de seus pensamentos mais profundos.

- Terceiro Mês:

-O cordão que une o espírito ao feto já é mais grosso, só que de pura energia. Energia fluídica.
-Este cordão serve como um elo de ligação. Nesta hora o espírito fica sempre próximo a mãe, ao seu lado.
-Se a mãe não aceita a gestação, ou tem problemas de relacionamento com seu parceiro, ela envia energias ao feto sob a forma negativa.
-O espírito sente nos mínimos detalhes os sentimentos da mãe e do pai com relação a sua aceitação.

- Quarto Mês:

-Neste momento o espírito que está ligado ao feto, está completamente desligado da Vida Espiritual.
-Suas lembranças de vidas passadas e da vida espiritual são transferidas ao perispírito (corpo espiritual).
-Do corpo espiritual, toda bagagem é transferida para o pequeno corpinho físico.
-Estas lembranças ficam no subconsciente adormecidas.
-No pequeno cérebro fica gravado vagas lembranças das coisas que o espírito sabe, que aprendeu de vidas passadas, as suas experiências, como por exemplo:

- tocar música.
- aptidões.
- as situações que marcaram muito.

-Tudo fica guardado de forma que quando ele crescer, vai ter mais facilidade, ou aptidões ligadas a experiências do espírito.

Importante:

Se em uma vida passada o espírito foi um músico, o bebê vai ter, ao nascer, as aptidões para música, se este espírito em uma vida passada faleceu de morte por afogamento, nesta nova vida ele vai ter um trauma natural pela água.

- Quinto Mês:

-Neste mês, o espírito já está com seu perispírito anexado ao bebê.
-Nesto momento o espírito se incorpora de maneira definitiva ao bebê.
- Por agora o espírito ligado por um cordão energético, já começa a ter informações vindas do cérebro com mais intensidade, sente os carinhos que a mãe faz, sente as vozes, sente os barulhos, e tudo isso vai ficando registrado.
-O espírito do bebê que já está ali dentro da barriga da mãe, adormecido parcialmente, tem sua consciência do Mundo Material se instalando gradualmente. A consciência do Plano Espiritual já ficou guardada.

- Sexto Mês:

-No sexto mês em diante, o espírito já está completamente em nosso mundo, daí para frente ele procura se adaptar ao novo corpo que lhe foi dado por Deus.
-Seus pensamentos são inocentes. As energias estão renovadas.
-Dessa forma esta nova vida vai ter uma chance de recomeçar do zero em sua nova chance de vida.
-O espírito troca a experiência pela inocência.
-Após um período de adaptação do espírito, após a ligação do feto com o espírito, o pequeno cérebro no bebê recebe a morada definitiva do espírito.
-A partir daí já estão formados os laços que o prenderão por toda a vida ao seu novo corpo.
-O caráter de sua mãe e seu pai, as virtudes e sentimentos de alegria e tranquilidade, os novos valores que serão adquiridos na educação, o amor que sentirá mesmo estando ainda dentro do útero materno, tudo isto se somará a nova personalidade do espírito que virá a vida material.

- Sétimo Mês:

-Neste momento o bebê está restrito ainda aos primeiros instintos humanos, fome, dor, sono, alegria, tristeza, e os movimentos do bebê são involuntários e sem coordenação motora.
-A verdadeira personalidade que está estampada no íntimo do espírito, só aparece entre os seis e sete anos, isto porque primeiro ele precisa receber nos primeiros anos de vida,  a educação, o amor e o caráter de sua família.
-O espírito tem ligeiros momentos de lucidez.
-Ele vê sua próxima encarnação e seus resgates de antigos carmas que ele precisará se submeter as provas futuras.

- Oitavo Mês:

-O espírito já inteiramente lúcido, e ligado ao seu novo corpo, já não pertence mais ao Mundo Espiritual.
-A ansiedade toma conta de seu ser, e tudo que ele deseja é que o parto seja breve, e que tudo saia bem.
-Ele escuta a voz de sua Mãe e seu Pai, e sente o amor que vem dos dois.
-Em sua mente já sabe que vai nascer para o mundo. Em suas lembranças não sabe mais que está reencarnando, e nem sabe sobre suas vidas passadas.
-Um novo começo se abre em seu horizonte.

- Nono Mês:

-Nesta fase o espírito sabe que irá ter uma nova chance, e que vai começar do zero.
- Inclusive a sua inteligência e seu conhecimento ficaram adormecidos. Sua aparência vai ser de um bebê com a inocência divina. Um anjo que nasce.

Observações importantes: 

1- O Espirito se liga ao feto já na concepção. Neste momento começa a se afastar pouco a pouco da vida espiritual.

2- No segundo mês já procura o contato com os pais. Já sente ansiedade e tem muita sensibilidade com o emocional da mãe. Sabe dos pensamentos da mãe.

3- Do segundo ao terceiro mês, o Espirito já sente se é ou não aceito pelos pais. Essa transmissão é feita sob a forma de energia. 

4- No quarto mês o feto está totalmente afastado do Plano Espiritual. Sua vida, do espirito eterno, fica gravado no perispírito ( corpo espiritual). Muitas lembranças são transferidas para seu corpo fisico,  e estas lembranças de vidas passadas ficam retidas tanto no perispírito, como no subconsciente do cérebro (ali ficam adormecidas ), para desabrocharem por volta dos sete anos de idade da criança. 

5- No quinto mês o perispírito já está incorporado definitivamente no bebê. 

6- Do sexto mês para frente, o Espirito já está encarnado por completo. 

7- Se houver o nascimento prematuro, por exemplo com 7 meses, o Espirito já está totalmente enlaçado ao feto. Pronto pra nascer espiritualmente e fisicamente. 

🗣 Muito importante estes ensinamentos serem passados as gestantes, as futuras mães, e aos pais, que por decisão própria, por motivo que for, fazem a opção do aborto. O Espiritismo não proíbe nada, mas orienta que mesmo nas adversidades materiais e psicológicas, não devemos decidir pelo aborto, ja que há um espírito aguardando uma nova oportunidade de vida na terra.

— Sobre a questão do aborto espontâneo, pode ocorrer por um problema orgânico/fisiológico da mãe, como pode ocorrer o aborto espontâneo pela desistência do espírito na reencarnação, por inseguranças e medos de sustentar as provações que vem pela frente na nova existência.

sexta-feira, 8 de março de 2024

O que é o Cordão de Prata?

Também conhecido por “Fio de Prata, “Cordão Fluídico” ou “Cordão Astral”, o Cordão de Prata é um fio que liga o corpo físico ao corpo astral (perispírito). 
Ele é um apêndice energético que transmite energia vital para o corpo físico durante a projeção astral (desdobramento). 
Ele também conduz energias do corpo físico para o psicossoma (espírito), criando um circuito energético de ida e volta.
O Cordão de Prata é um laço semimaterial que mantém o espírito ligado ao corpo humano com uma conexão inicial no psicossoma e outra, logo depois, corpo físico. 
Como o próprio nome sugere, trata-se de uma espécie de "cordão" que liga o perispírito ao corpo físico. É imprescindível a vida carnal, pois assegura a perfeita realização das funções biológicas vitais durante o período do sono natural, quando então o espírito se desprende do corpo físico para interagir no Mundo Espiritual, embora sempre seu corpo e seu perispírito estejam sempre ligados através do chamado cordão de prata.

Como é a aparência do Cordão de Prata?
O Cordão de Prata varia de pessoa a pessoa, ou seja, em espessura, diâmetros e ductos magnéticos, assim como em relação ao brilho, luminosidade, coloração prateada ou branco brilhante claro, pulsação, textura do cabo e raio de alcance de extensão quando a Alma se acha projetada. 
Para se ter uma simplória ideia, ele pode parecer semelhante a uma fumacinha que sai de um cigarro, contudo, prateado.

Qual a elasticidade do Cordão de Prata?
O que acontece quando ele se rompe?
À medida que a Alma se afasta das imediações do corpo físico, o cordão se torna cada vez mais fino e sutíl. 
O vigor e a elasticidade do Cordão de Prata são incalculáveis e, por mais longe que o projetor estiver, o Cordão de Prata sempre o trará de volta ao corpo físico. 
Ele possui uma espécie de automatismo subconsciente que funciona independentemente da vontade do projetor e atrai o espirito de volta para o corpo físico, quer ele queira voltar ou não. 
O Cordão de Prata é pré-requisito essencial para a vida orgânica, e esse Cordão só se rompe, quando ocorre o desencarne.
Em alguns meios "espiritualistas" com pouco estudo, há uma discussão sobre os "perigos de rompimento" de tal Cordão espontâneamente, durante o conhecido fenômeno das projeções para fora do corpo. 
Como se algo no Universo pudesse acontecer "espontanêamente", ou seja, sem o consentimento e o conhecimento de Deus.