terça-feira, 2 de outubro de 2018

O que é mediunidade infantil?

As explicações da Doutrina Espírita para a predisposição natural das crianças para entrar em contato com espíritos

Segundo a doutrina espírita, todo ser humano tem a capacidade de se comunicar com os mortos do mundo espiritual. Não é um dom sobrenatural – é uma habilidade física, ligada à glândula pineal, no centro do cérebro, que capta o sinal do “além” como se fosse uma onda magnética e o converte em percepções. O que difere em cada um é a sensibilidade para interpretar essas percepções. Alguns entendem como pressentimento, um medo repentino ou uma intuição inexplicável. Uma pessoa só é considerada médium quando manifesta esse fenômeno de forma ostensiva, ou seja, quando as comunicações podem ser percebidas de forma clara. Ela pode sentir, ver, ouvir, falar ou ainda psicografar textos ditados pelos espíritos. Não há idade determinada para o início das ocorrências e elas podem rolar mesmo se a pessoa não acreditar na interação com os mortos.
Lá no começo
A crença na comunicação com espíritos existiu em quase todas as civilizações. Xamãs invocavam curandeiros, profetas recebiam mensagens divinas e pitonisas viam o futuro. Mas o fenômeno só foi estudado com mais rigor científico após o professor francês Allan Kardec (1804-1869) codificar a doutrina espírita e conceitos como imortalidade da alma e evolução por meio de várias reencarnações
Entre dois mundos
Ainda segundo a doutrina, o processo reencarnatório só se encerra por volta dos 7 anos. Até lá, a criança está ligada tanto ao mundo espiritual quanto ao físico.Por isso, é na infância que mais ocorrem casos de comunicação desse tipo. Isso não significa que ela seja médium – o título só será confirmado no restante da vida, se ela demonstrar essa capacidade de modo ostensivo
As primeiras interações…
As ocorrências tendem a intensificar-se logo que a criança aprende a falar. Visões e audições são as manifestações mais comuns e podem ocorrer juntas. Na maioria das vezes, o pequeno não tem medo algum e não entende por que seus pais também não conseguem ver a presença que ele percebe. Ele não compreende o conceito de morte e por isso encara a “companhia” com naturalidade
Fantasma camarada
Na infância, as interações tendem a ser positivas. É comum, por exemplo, bebês rirem sozinhos, olhando para o “nada”. Em muitos casos, podem estar vendo amigos de vidas passadas ou espíritos protetores. Também são recorrentes as visitas de parentes falecidos ou de amiguinhos espirituais que assumem uma fisionomia mais infantil
Recordações inexplicáveis
Em alguns casos, o contato pode revelar lembranças pregressas: a criança reconhece gente da encarnação anterior e até renega a atual família. Para Léon Denis, filósofo francês e seguidor da doutrina espírita, a mediunidade também pode estar por trás de prodígios precoces: casos de genialidade podem ser manifestados, mesmo de forma inconsciente, pelo estímulo de espíritos
De tremer a espinha
“Assombrações” (em especial, aquelas chamadas de “obsessões” pela doutrina) são mais raras nessa fase da vida. Na maioria das vezes, são espíritos sofredores que habitam o mesmo local que a criança. Mesmo que não desejem causar mal, podem provocar medo. Há também os que querem assustá-la para punir alguém da família por alguma dívida passada
MEDIUNIDADE… OU IMAGINAÇÃO?
Como identificar se um “amiguinho invisível” pode ser mesmo um contato espiritual
De olho nos pequenos
Segundo estatísticas, três em cada dez crianças apresentam “amigos invisíveis” – algo encarado com naturalidade pela psicologia. Então, como diferi-los de um evento mediúnico? Para a vice-presidente da Federação Espírita Brasileira, Marta Antunes, não há uma receita exata: o fundamental é que os pais observem o comportamento dos filhos e conheçam bem sua personalidade e hábitos
Tudo bem
Segundo a autora espírita e especialista em terapia comunitária Walkiria Kaminski, as crianças que se comunicam com espíritos costumam ser saudáveis, sem sinais de apatia ou depressão. Interessam-se por brinquedos ou jogos tanto quanto as outras. Elas encaram as visões com naturalidade, sem espanto – e ficam até intrigadas com o fato de os pais não serem capazes de vê-las
Tudo mal
E se as visões forem sinal de uma doença psiquiátrica? Pode acontecer, mas é raro: esquizofrenia só acomete uma em cada 10 mil crianças. E traz indícios mais fáceis de detectar, como desejo por isolamento, depressão, mudanças repentinas de humor… Além disso, as “vozes” ouvidas costumam ser ameaçadoras e o pequenino tem dificuldade de relatar o fenômeno para os adultos
Clube dos solitários
A imaginação é uma característica comum nessa fase e pode servir como suporte a quem tem pouco ou nenhum contato com amiguinhos da sua idade. A construção fantasiosa também pode rolar quando os filhos não recebem a devida atenção dos pais e passam a maior parte do tempo sozinhos. Assim, as companhias de mentirinha servem para evitar a solidão
MANUAL PARA PAIS PREOCUPADOS
A principal dica é abordar o fenômeno com tranquilidade – ele passa com o tempo
1. Para a educadora espírita Martha Guimarães, os pais devem encarar os relatos com naturalidade. Se eles entram na “brincadeira”, a criança fica à vontade para dar mais dados sobre o “amigo invisível”: nome, aparência, idade… Em alguns casos, ela pode até identificar nos álbuns da família a imagem do espírito como sendo a de um parente já falecido
2. Evite incutir medo. Ele tem péssimas consequências. Aludir a figuras como “monstros” ou “bicho-papão” pode deixar o(a) garoto(a) com pavor de ficar sozinho(a) ou no escuro. Também se deve evitar dizer que “isso é coisa do capeta” ou que as vozes são “do demônio”. Além de apavorar a criança, ela poderá achar que está sendo possuída
3. É importante achar um equilíbrio. Se os adultos acusarem a criança de mentir, ela pode começar um processo de negação da mediunidade e acreditar que é louca. Por outro lado, eles também não devem incentivar demais a habilidade, para que ela não perca interesse pelo mundo físico ou se sinta forçada a forjar relatos de contatos só para agradá-los
4. Para quem estiver aberto à ideia, uma sugestão é buscar apoio num centro espírita. A maioria desenvolve trabalhos voltados às crianças que explicam, em linguagem apropriada, a definição de conceitos como mediunidade e vida após a morte. Além disso, a aplicação de passes e orações já é o suficiente para diminuir a frequência do fenômeno
5. Outra opção é recorrer a um terapeuta profissional. A psicologia nega a existência da mediunidade, mas considera a criação de amigos imaginários natural e positiva. A criança tende a abandonar esse recurso de socialização quando envelhece – geralmente, na mesma época em que a doutrina espírita acredita que o processo reencarnatório se conclui, aos 7 anos

FONTES Livros História do Espiritismo, de Arthur Conan Doyle, As Vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior,Mediunidade e Obsessão em Crianças, de Suely Caldas Schubert, No País das Sombras, de Elizabeth d’Espérance, e Recordações da Mediunidade, de Yvonne Pereira; documentário Edgar Cayce, do canal Biography
CONSULTORIA Walkiria Kaminski, autora de Pescadores de Almas, Luis Hu Rivas, autor de Crianças Médiuns: A Historinha Que Deu Origem ao Espiritismo, Martha Rios Guimarães, educadora espírita e membro da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE), e Marta Antunes, vice-presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB)
 Por José Eduardo Coutelle







quinta-feira, 30 de agosto de 2018

O sexo casual numa visão espírita

Atualmente o sexo casual é aceito por boa parte da sociedade, mesmo por alguns conservadores. O artigo que segue é uma opinião espírita sobre o tema. Quem quiser consultar doutrina, procure as questões 696 e 701 do Livro dos Espíritos. 
Há algum tempo sexo era tabu e quem desafiasse esse tabu era mal visto pela sociedade. 
Mulheres deviam casar virgens. 
Muitas desgraças familiares, muitos suicídios foram cometidos por mulheres que se deixaram seduzir e engravidaram. 
Era tão estupidamente grande a vergonha de ser mãe solteira, condenada ao preconceito e falatório para o resto da vida; era tão assustadora a ideia de encarar um pai ultrajado com isso que era considerada a maior vergonha possível, que muitas preferiam dar fim à própria vida
Muitos abortos clandestinos e perigosos, muitas mulheres especializadas em tirar a vida que se formava nos ventres jovens de mulheres que não conseguiram superar o desejo. 
Muitos filhos bastardos, nunca reconhecidos, apartados da vida digna e normal. Muitos casamentos forçados na última hora, para evitar que o escândalo de uma gravidez sujasse o nome da família. 
Muitos casamentos arranjados apenas por interesse dos pais ou para evitar que as filhas ficassem solteiras além do tempo e perdessem o ensejo de arranjar um marido. 

E com isso o desgosto, o nojo do sexo, a falta de amor e carinho.

Duvido que a geração de agora saiba o que significava tudo isso. 
Porque hoje a política sexual vigente é exatamente o contrário; hoje o jovem é pressionado a iniciar sua vida sexual cada vez mais cedo, a experimentar o máximo de relações sexuais, a transitar entre pessoas dos dois sexos. Vivemos uma ditadura sexual. 

Talvez muitos pais não tenham consciência do que ocorre nas escolas, nas ruas, em suas próprias casas.
Em qualquer contato íntimo entre pessoas há troca de energias. 

Os adolescentes não imaginam que ficar com alguém não é algo apenas momentâneo. 
Eles ficam durante minutos ou horas, com ou sem relações sexuais. 
Mas as energias e as companhias espirituais dos ficantes transitam livremente. 
O sexo forma uma ligação energética entre os parceiros que se estende por muito tempo.  
O sexo casual é tido como uma atividade adulta, livre, em que o único cuidado, se houver, é na prevenção de doenças. 
Tratam isso como se fosse um avanço, uma grande conquista da civilização, quando na verdade se trata de uma tirania dos instintos

O sexo pelo sexo é um retorno à animalidade. 

Sexo sem afeto é instinto animal. 

Os praticantes do sexo casual não gostam de pensar a respeito. 
Ninguém gosta de reconhecer suas fraquezas, analisá-las e questioná-las. Acham que quem tem opinião contrária à sua é moralista.
Não conheço nenhuma  – nenhuma! – pessoa que se entregue a quantos parceiros se lhe apeteçam, durante a vida, que não sofra a partir de uma determinada idade. 

Quando o tesão começa a diminuir e a pessoa percebe que não formou afetos, só erotismo, o vazio aperta, o desgosto pela vida, a depressão. 

Fora a banalização cada vez maior do sexo, a busca por prazeres mais intensos, a experimentação com parceiros do mesmo sexo.
Acho que a homoafetividade deve ser respeitada como manifestação autêntica da personalidade humana. 
Mas a experiência por curiosidade ou por modismo ou por pressão do grupo é um mergulho no desconhecido. 
Estão lidando com sentimentos, emoções e sensações energeticamente poderosas, que mais cedo ou mais tarde exigem o reajuste. 
Aí a dor é inevitável…
Frequentemente sou perguntado pela opinião do Espiritismo a respeito do sexo livre e casual. 
Espiritismo não tem como princípio ser um norteador de condutas à maneira dos antigos códices. 
Espiritismo deixa claro que temos o livre-arbítrio, que tudo nos é permitido mas nem tudo nos convém, que toda ação gera uma reação.
Mas o mais importante é que sempre estamos acompanhados pelos espíritos que se afinizam conosco. 

Somos rodeados de espíritos que gostam do que gostamos. 

Nada que seja estritamente material pode atrair espíritos bem intencionados. 

O sexo casual, sem afeto, apenas pelo prazer, atrai muitos espíritos que sentem necessidade dessas mesmas energias. 
Forma-se com eles verdadeira simbiose, trocando energias e influências.
O sexo é uma dádiva de Deus e uma fonte legítima de prazer e rearmonização energética. 
Mas a vivência do sexo saudável pressupõe afeto. O resto é animalidade.

Fonte: Morel Felipe Wilkon

Espírito Imortal

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Desânimo, preguiça e Espiritismo – A preguiça segundo o Espiritismo

Desânimo, preguiça e Espiritismo – Como posso identificar se uma pessoa está cansada ou se ela está com preguiça?

Ao falar de desânimo, preguiça e Espiritismo, tomaremos a palavra desânimo como uma sensação de falta de energia ou esgotamento, ou até cansaço.
Para falarmos sobre desânimo, preguiça e a visão Espírita sobre o tema, citaremos a fala do palestrante e expositor espírita, Marcelo Garcia Kolling.

A preguiça segundo o Espiritismo – Cansaço ou preguiça?

Marcelo Garcia — Para mim, esse esse é um dos pontos principais que a gente tem que ter. Eu estou sendo preguiçoso ou eu trabalhei demais mesmo porque algumas pessoas te cobram excessivamente consideram que cada momento que elas não estão num determinado trabalho elas estão sendo preguiçosas, então, preconceito aí que precisa ser vencido.
O Livro dos Espíritos é o principal livro da obra espírita, ele que trouxe todos os pilares, ele diz assim: o trabalho tem limite, é necessário repouso para que a gente possa trabalhar bem o nosso corpo físico, precisa-se de momentos de descanso para que se continue trabalhando no seu melhor desempenho, na sua melhor performance.
Acontece que o preguiçoso vai ser considerado sempre cansado; e o industrioso (viciado em trabalho) é aquela pessoa que vai se considerar sendo preguiçoso quando ele está no limite. Então a gente tem que tentar entender.
O laborioso, ele já está pensando no que ele pode fazer, ele tá fazendo planos, ele tá juntando energia para voltar para a luta. E o preguiçoso, não. Ele tá fazendo o máximo para conseguir continuar naquele estado; o objetivo dele é continuar não fazendo nada.

Preguiça segundo o Espiritismo – como posso saber se estou sentindo preguiça ou cansaço?

Marcelo Garcia — Quem está cansado, o objetivo dele é “o que que eu preciso para voltar a trabalhar” e o preguiçoso é “o que que é preciso fazer para continuar na minha inércia”.
Então, naquele momento que você está tomado daquela falta de energia, qual que é a sua preocupação? É conseguir voltar a fazer esforço? Então, você tá esgotado, muito diferente de ser preguiçoso.
O preguiçoso frequentemente não se sente culpado por por estar sendo preguiçoso. Ele não percebe. Ele tem que tomar muito cuidado com a preguiça, porque a preguiça vai destruir a sua auto-imagem, só que por meio de uma culpa silenciosa; é uma culpa que não é manifesta.
Se a pessoa está se sentindo culpada, provavelmente ela é industriosa, ela está esgotada, tá trabalhando de um jeito errado, tá trabalhando demais e não está se sentindo culpada de ter que parar um pouco de não consegui continuar.

Preguiça e espiritismo – O risco de permanecer na zona da preguiça

Marcelo Garcia — O preguiçoso ele vai, sim… a consciência vai cobrar essa inércia, só que ela não vai se manifestar com sentimento de pesar por estar sem trabalhar.
A nossa imagem depende daquilo que a gente faz. A gente se sente bem conosco à medida que a gente vai conseguindo colocar os nossos talentos em movimento. O preguiçoso, por definição, não ajuda a si mesmo e não ajuda a ninguém.
Isso vai fazer com que ele se considere uma pessoa cada vez menos valor, e daí você junta aquela preguiça e esse sentimento de que ele não vale nada e que, portanto, ele não é capaz.
E daí as coisas vão se alimentando de um ponto de vista negativo a ponto de paralisar perspectivas espirituais.
Tem pessoas que colocam em risco a sua encarnação porque entram nesse ciclo de preguiça e não realização.

Preguiça e espiritismo – Como a preguiça pode surgir na vida de uma pessoa?

preguiça segundo o espiritismo 22
Marcelo Garcia — A origem da preguiça geralmente vem de uma decepção, então se você sofre com aquela falta de energia, ou conhece alguém que sofre, leve essa pessoa pensar um pouquinho sobre isso.
E a partir daí eu começo a ficar hesitante, então, é diferente de ser “exitoso”, nesse, todo aquele que teve êxito que fez muito bem.
Então, ou você fica exitoso, que sente mais capaz de seguir adiante, ou você pega aquela marca e ela te golpeia muito fundo e aí você fala: “ah! não vou fazer”.
E a partir dali, você talvez vá tendo outras pequenas decepções menores até mais porque também você não estava sentindo muito capaz, muito competente, estava se sentindo um pouco inseguro para fazer e também não foi dando certo essas outras coisas.
Você vai tendo aquela aquela coisa que vai ter laçando em volta de você; vai te prendendo e é muito interessante, porque é a sensação de algo que te prende por fora.
Então, um golpe desse que a gente recebeu e não conseguiu trabalhar adequadamente, seja porque a gente já estava fragilizada, por que a gente não buscou um apoio em algum lugar depois de tomar aquele golpe pode nos levar nesse sentido.
Esse golpe pode acontecer na infância, na adolescência, na unidade adulta. Mas na infância a gente costuma ter mais recursos para lidar com ele, porque porque a criança, de algum modo, ela manifesta mais esse golpe que ela recebeu. Então, a gente está prestando atenção nas crianças porque ela muda subitamente o comportamento.
Mas frequentemente a preguiça mesmo vai vir a partir de um golpe que a gente tomou já na idade adulta e daí sofreu em silêncio.

Desânimo, preguiça e Espiritismo – como vencer a preguiça

Marcelo Garcia — Se você está tomado por aquela preguiça vai ter que ser primeiro no “golpe da vontade”; tem que ser golpeado na vontade.
Você vai pôr a vontade sobre aquela sensação física de preguiça. E nesse caso eu acho que é extremamente valioso se juntar a grupos que fazem tarefas de caridade.
E vá com eles fazendo dentro das suas condições e comece a modificar isso. E depois, vá trabalhando esse teu valor como pessoa, vá trabalhando abra esse trauma passado, tente comunicar com alguém e vá tentando consolidar melhor aquela ferida que é uma mala de pedra que você deixa para trás e vai te permite caminhar com muito mais agilidade.
A resposta e rápida, mais rápida do que as pessoas imaginam. É muito mais fácil de ser tratado que outros transtornos emocionais que a gente possa ter.
Fonte: Transcrição do vídeo “A Vida em Foco #209 – Preguiça”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cHsj5_nf2qA&t=1198s.
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preguiça no espiritismo 2