sexta-feira, 6 de setembro de 2024

ETAPAS DO PÓS-MORTE

Quais são as principais etapas da vida após a morte?

Podemos citar algumas das etapas do pós-morte de forma bastante ampla e resumida, apenas para que as pessoas tenham uma visão geral a respeito.

No espiritualismo e na Luminosofia, as fases do pós-morte são conceitos que descrevem o que pode acontecer com o espírito após a morte física do corpo:

Desprendimento

A primeira fase envolve o espírito se desligando do corpo físico. Este processo pode ser rápido ou lento, dependendo do nível de apego do indivíduo à vida material e de sua consciência espiritual. Durante essa fase, o espírito pode não estar totalmente ciente de sua nova condição. Caso não consiga realizar sua ascensão ao plano espiritual, ele pode se tornar um espírito preso a Terra. O desprendimento do corpo no momento da morte é um processo profundo e significativo para o espírito. Quando a vida física chega ao fim, o espírito começa a se separar gradualmente do corpo material. Esse momento pode ser sentido de maneira diferente dependendo da pessoa e de suas condições espirituais e emocionais. Durante o processo de desprendimento, o espírito começa a desligar seus laços com o corpo físico. Isso pode ocorrer de forma rápida ou lenta, variando conforme o nível de apego do indivíduo à vida material e sua preparação espiritual. Para alguns, especialmente aqueles que estão mais conscientes de sua espiritualidade, o desprendimento pode ser tranquilo e natural, como uma transição suave para outra realidade. Para outros, que têm medo da morte ou estão muito apegados à vida terrena, esse processo pode ser mais difícil e confuso. Muitas vezes, o espírito ainda sente as sensações do corpo, como dor ou desconforto, e pode não perceber imediatamente que morreu. Esse estado de confusão pode levar o espírito a permanecer próximo ao corpo por algum tempo, tentando compreender o que está acontecendo. No entanto, com o auxílio de guias espirituais ou de entes queridos que já desencarnaram, o espírito começa a ganhar consciência de sua nova condição.

Transição

Após o desprendimento, o espírito passa por um período de transição. Neste estágio, ele se torna plenamente ciente de sua condição de desencarnado. O espírito pode experimentar uma espécie de revisão da vida, onde momentos significativos são revividos ou contemplados. Este é um momento de autoavaliação e reflexão. Na fase de transição, o espírito, após o desprendimento do corpo físico, começa a se ajustar à nova realidade de existir fora da matéria. Esse período é marcado por uma crescente tomada de consciência, onde o espírito passa a perceber e entender sua condição de desencarnado. A intensidade e a duração dessa fase podem variar amplamente, dependendo de fatores como o nível de evolução espiritual, as crenças mantidas em vida e o estado emocional no momento da morte. Durante a transição, o espírito frequentemente experimenta uma espécie de “revisão da vida”. Nesse processo, momentos significativos de sua existência terrena podem ser revividos ou contemplados, trazendo à tona sentimentos, lições e aprendizados acumulados ao longo de sua jornada. Essa revisão não é um julgamento externo, mas uma oportunidade de autoavaliação, onde o espírito reflete sobre suas ações, decisões e o impacto que teve em sua própria vida e na dos outros. Para alguns, essa fase pode ser acompanhada por confusão ou desorientação, especialmente se a morte foi repentina ou se o espírito estava fortemente apegado ao plano material. Nesses casos, espíritos mais evoluídos ou guias espirituais podem auxiliar no processo, oferecendo suporte e esclarecimento para ajudar o recém-desencarnado a entender sua nova realidade e a seguir em frente. À medida que o espírito se adapta e aceita sua nova condição, ele começa a se preparar para a próxima etapa de sua jornada espiritual. Esse período de transição é, portanto, um momento de reflexão profunda, onde o espírito tem a oportunidade de se reconciliar com seu passado, aprender com suas experiências e se preparar para o que está por vir no plano espiritual.

Acolhimento

Nesta fase, o espírito é recebido por entidades amigáveis ou familiares desencarnados, que ajudam no processo de adaptação à nova realidade. Este acolhimento é fundamental para a tranquilidade e o equilíbrio do espírito no plano espiritual. A fase de acolhimento no pós-morte é um momento de grande importância para o espírito recém-desencarnado. Após o processo de transição, onde o espírito toma consciência de sua nova condição, o acolhimento funciona como uma recepção carinhosa e protetora, oferecendo o suporte necessário para que ele se adapte ao plano espiritual. Quando o espírito deixa o corpo físico, especialmente se a morte foi inesperada ou traumática, ele pode sentir medo, confusão ou solidão. Neste momento, entidades espirituais benevolentes, que podem incluir guias espirituais, mentores, amigos ou familiares desencarnados, vêm ao seu encontro. Essas entidades possuem uma vibração elevada e são capazes de transmitir sentimentos de amor, paz e segurança, que são fundamentais para estabilizar emocionalmente o recém-desencarnado. O ambiente em que o acolhimento ocorre é descrito em diversas tradições espiritualistas como sendo de grande harmonia e beleza, com paisagens serenas e uma atmosfera de profundo respeito e acolhimento. Esse ambiente ajuda o espírito a se acalmar e a se ajustar à nova realidade, oferecendo uma transição mais suave do plano físico para o espiritual. Durante essa fase, o espírito pode receber explicações e orientações sobre o que está acontecendo, o que o ajuda a entender sua situação e a começar a aceitar a morte física. O acolhimento também pode envolver a presença de pessoas amadas que já partiram, proporcionando uma sensação de continuidade e conexão, o que facilita a aceitação da nova etapa de existência. Essa fase é essencial para preparar o espírito para os próximos passos em sua jornada espiritual, como a recuperação e o aprendizado. O acolhimento não só oferece conforto imediato, mas também começa a construir a base para que o espírito possa, eventualmente, participar ativamente de sua própria evolução no plano espiritual. É um momento de grande compaixão e cuidado, onde o espírito é rodeado de amor e compreensão, ajudando-o a iniciar sua nova vida fora da matéria com serenidade e esperança.

Recuperação

Muitos espíritos passam por um período de recuperação, especialmente se a morte foi traumática ou se houve um forte apego material. Centros ou hospitais espirituais são mencionados em várias obras espiritualistas como locais de cura para esses espíritos. Pode acontecer também um período de descanso em que a alma se coloca em um estado onde está desligada de tudo, e pode descansar de uma encarnação muito turbulenta e prolongada. A fase de recuperação no pós-morte é um período em que o espírito, após ser acolhido e orientado, passa por um processo de restauração e cura. Este momento é particularmente crucial para espíritos que tiveram uma morte difícil, traumática ou que estavam fortemente apegados ao mundo material. A recuperação pode ocorrer em ambientes espirituais específicos, frequentemente descritos como “hospitais espirituais” ou “casas de repouso”, onde o espírito recebe cuidados intensivos e especializados. Durante essa fase, o espírito é envolto em uma atmosfera de paz e serenidade, o que ajuda a aliviar traumas e perturbações trazidas da vida terrena. O ambiente é projetado para proporcionar um descanso profundo, permitindo que o espírito se recupere das tensões e dores da encarnação que acabou de terminar. Alguns espíritos podem entrar em um estado de sono ou dormência espiritual, desligando-se temporariamente de qualquer preocupação ou lembrança, como uma forma de se regenerar e restaurar suas energias. Essa recuperação não é apenas física, mas também emocional e espiritual. O espírito pode passar por processos de desintoxicação energética, onde as energias densas e negativas acumuladas durante a vida material são gradualmente dissipadas. Esse processo é assistido por espíritos mais evoluídos, que atuam como médicos e enfermeiros espirituais, utilizando métodos e terapias adequados à condição do espírito em recuperação. Para aqueles que tiveram uma encarnação particularmente turbulenta, esse período pode ser mais longo, envolvendo um trabalho profundo de cura das feridas emocionais, traumas e a dissolução de apegos e padrões negativos. Este processo é essencial para que o espírito possa, eventualmente, seguir adiante em sua jornada espiritual, livre das cargas que trazia da vida anterior. À medida que o espírito se recupera, ele começa a se sentir mais leve, revigorado e em paz. A fase de recuperação prepara o espírito para retornar à atividade no plano espiritual, seja através do aprendizado, do trabalho voluntário, ou da preparação para uma nova encarnação. Esse período de recuperação é, portanto, um tempo de regeneração profunda, onde o espírito é preparado para continuar sua evolução em um estado de maior equilíbrio e harmonia. Durante a fase de recuperação no pós-morte, o descanso é um aspecto fundamental para o espírito que acaba de passar pela experiência de desencarnar. Esse descanso vai muito além de uma simples pausa; é um momento profundo de rejuvenescimento e reequilíbrio. O espírito, especialmente se veio de uma vida de intensas dificuldades, traumas ou sofrimentos, precisa de um tempo para se desligar completamente das pressões e tensões acumuladas durante sua vida terrena. O descanso, nesse contexto, envolve um estado de tranquilidade onde o espírito pode entrar em um tipo de sono espiritual. Esse sono é mais profundo e reparador do que o sono físico, permitindo ao espírito recuperar suas energias em um nível mais sutil. Durante esse período, o espírito é temporariamente desligado das memórias e das emoções que possam ainda estar ligadas à sua última encarnação. É como se o espírito fosse envolvido por uma névoa de serenidade, onde se sente protegido, acolhido e completamente afastado de qualquer perturbação.

Aprendizado

A fase do aprendizado no pós-morte é um período em que o espírito, após ter passado pelo acolhimento e pela recuperação, começa a se engajar em um processo contínuo de crescimento espiritual e autoconhecimento. Nesta etapa, o espírito está mais equilibrado e preparado para absorver novas lições e expandir sua compreensão sobre a vida, o universo e as leis espirituais que regem a existência. Durante essa fase, o espírito pode ser introduzido a uma variedade de atividades educativas. Essas atividades não são apenas teóricas, mas envolvem uma aprendizagem prática e vivencial, adaptada ao nível de desenvolvimento de cada espírito. O aprendizado pode ocorrer em diferentes ambientes no plano espiritual, como centros de estudo ou colônias espirituais, onde o espírito se reúne com outros desencarnados para participar de “palestras” e rodas de diálogo conduzidos por mentores espirituais. O conteúdo desse aprendizado é vasto e abrange desde as leis universais, como a lei do karma e da reencarnação, até o aprofundamento em temas que envolvem o amor, a compaixão, a humildade e o serviço ao próximo. O espírito também pode aprender sobre a natureza da existência, a interconexão entre todos os seres e as diferentes dimensões da realidade. Esses conhecimentos ajudam o espírito a entender melhor sua própria jornada, suas experiências passadas e as escolhas que moldaram seu destino. Além do estudo teórico, o aprendizado inclui a observação da vida material. O espírito pode acompanhar a vida dos encarnados, observando suas interações, escolhas e desafios. Essa observação permite ao espírito refletir sobre suas próprias encarnações passadas, compreendendo os erros cometidos e as virtudes que precisa desenvolver. Essa compreensão profunda leva o espírito a uma maior conscientização sobre o propósito de sua existência e a importância de evoluir espiritualmente. Muitos espíritos também se envolvem em atividades de serviço, ajudando outros espíritos ou mesmo influenciando positivamente os encarnados. Esse trabalho voluntário é uma forma prática de aprendizado, onde o espírito aplica o que está aprendendo em situações reais, contribuindo para o bem comum e fortalecendo suas próprias virtudes espirituais. Com o tempo, o espírito se torna mais sábio, mais compassivo e mais consciente de seu papel dentro do grande esquema da evolução espiritual. O aprendizado no plano espiritual não tem fim; é um processo contínuo que acompanha o espírito em sua jornada infinita de crescimento e aperfeiçoamento. Essa fase é essencial para preparar o espírito para futuras encarnações ou para outras missões no plano espiritual, sempre com o objetivo de avançar em direção à luz e à sabedoria.

Planejamento Encarnatório

Após determinado período, e com o auxílio de mentores espirituais, o espírito pode começar a planejar sua próxima encarnação. Isso envolve escolher lições de vida, desafios e oportunidades para o crescimento espiritual. Nesse planejamento, o espírito revisita suas vidas passadas, analisando os desafios que enfrentou, os erros cometidos e as lições aprendidas. Com base nessa análise, ele escolhe as experiências que deseja vivenciar na próxima vida, sempre com o objetivo de corrigir falhas, superar deficiências e continuar sua evolução espiritual. Essa escolha é feita com muita responsabilidade, pois o espírito tem consciência de que cada decisão terá um impacto significativo em seu progresso. O espírito escolhe vários aspectos fundamentais de sua próxima encarnação, como o local de nascimento, a família em que nascerá, o gênero que assumirá, e as principais provações e desafios que enfrentará ao longo da vida. Essas escolhas não são aleatórias; cada detalhe é cuidadosamente planejado para proporcionar as melhores oportunidades de crescimento. Por exemplo, se o espírito precisa desenvolver a paciência, ele pode escolher uma vida com circunstâncias que vão instigá-lo a desenvolver essa virtude. Se precisa aprender sobre o amor incondicional, pode optar por nascer em uma família onde o amor será posto à prova. Os mentores espirituais desempenham um papel essencial nesse processo, oferecendo orientação e aconselhamento. Eles ajudam o espírito a entender quais experiências serão mais benéficas para seu desenvolvimento e sugerem caminhos que, embora cheios de espinhos, trarão grandes recompensas espirituais. No entanto, o espírito tem liberdade para tomar suas próprias decisões, respeitando seu livre-arbítrio. O planejamento encarnatório também envolve a escolha da duração da vida, que pode ser longa ou curta, dependendo das necessidades evolutivas do espírito. Algumas vezes, uma vida mais curta pode ser escolhida para resolver questões específicas ou para concluir lições que ficaram pendentes em encarnações anteriores. Esse processo é profundamente introspectivo e exige do espírito uma grande honestidade consigo mesmo, pois é necessário reconhecer suas fraquezas e aceitar os desafios que são necessários para sua evolução. O planejamento encarnatório é, em essência, um contrato espiritual que o espírito faz consigo mesmo, comprometendo-se a enfrentar as lições da vida com coragem e determinação, sabendo que cada dificuldade enfrentada é uma oportunidade de crescimento e de aproximação com o divino. Após esse planejamento, o espírito se prepara para o renascimento, entrando em um novo ciclo de vida, onde terá a chance de colocar em prática tudo o que aprendeu e continuar sua jornada em direção à perfeição espiritual.

Nova encarnação ou novo nascimento

A última fase é o novo nascimento, onde o espírito se une a um novo corpo físico, iniciando um novo ciclo de vida na Terra. O renascimento é a fase em que o espírito, após passar por todas as etapas de planejamento e preparação no plano espiritual, retorna ao mundo físico para uma nova jornada de vida. Durante o renascimento, o espírito se une a um corpo físico em formação, geralmente durante o processo de gestação. Esse momento é de transição, onde o espírito, que estava em um estado mais sutil no plano espiritual, começa a se ajustar às limitações e condições da matéria. Esse ajuste não é imediato; o espírito vai gradualmente se vinculando ao corpo, que ainda está em desenvolvimento no útero materno. Ao longo dessa fase, o espírito pode experimentar uma sensação de constrição, já que passa de um estado de relativa liberdade espiritual para um ambiente mais restrito e denso. Essa adaptação é acompanhada e guiada por mentores espirituais que assistem o espírito nesse retorno, assegurando que o processo se desenrole de maneira harmoniosa e de acordo com o planejamento encarnatório. Com o nascimento físico, o espírito inicia uma nova vida, trazendo consigo, embora de maneira subconsciente, as lições planejadas e os objetivos que pretende alcançar. A partir do momento em que entra na vida terrena, ele passa a interagir com o ambiente, as pessoas e as circunstâncias que vão moldar sua existência. Embora a consciência do plano espiritual se torne velada pela materialidade, os impulsos e as intuições profundas que guiam suas escolhas e ações são reflexos das metas estabelecidas antes de reencarnar. Aqui é preciso esclarecer que o nascimento representa uma séria limitação para a alma. Da mesma forma que a morte é libertadora, o nascimento inicia um aprisionamento. O espírito perde a memória e outras capacidades, para conseguir recomeçar. O renascimento é, assim, uma oportunidade renovada de crescimento, onde o espírito tem a chance de aplicar o conhecimento adquirido em suas vidas passadas e no período entre encarnações. Cada nova vida é uma chance de avançar em sua jornada evolutiva, enfrentando desafios, aprendendo com as experiências e buscando se aproximar cada vez mais da plenitude espiritual.

(Hugo Lapa)



 

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Como o espiritismo explica a depressão? E como se livrar dela?

Depressão é um estado de humor relacionado a uma significativa diminuição do funcionamento psicológico, mental e emocional que se caracteriza por: 

1) perda do interesse pela vida, 

2) Dificuldade de experimentar as coisas, 

3) insônia e distúrbios do sono em geral, 

4) tristeza generalizada, 

5) desesperança em si e no mundo, 

6) perda do apetite, 

7) pensamentos negativos recorrentes e obsessivos, 

8 ) ideias de autoextermínio, 

9) irritação frequente, 

10) perda de energia, 

11) Dificuldade de concentração, 

12) Sentimentos de autorreprovação e culpa, dentre outros.

A depressão é um problema de ordem mundial e hoje se tornou mesmo uma questão de saúde pública. A depressão pode baixar a nossa imunidade e deixar o corpo vulnerável a toda sorte de patologias. 

No livro “Depressão e Psicossomática”, escrito por vários autores, vemos as relações existentes entre a depressão e as patologias.
As Terapias que são consideradas mais eficientes contra a depressão, afirmadas por vários estudos empíricos na área, são a intervenção medicamentosa e a Terapia Cognitivo-Comportamental. 

Os medicamentos anti-depressivos, apesar de serem eficientes numa certa quantidade de casos, não tem o poder de solucionar o problema, apenas mexem na composição química do cérebro dando a falsa sensação de bom humor, adiando a resolução do problema. Por outro lado, a medicação anti-depressiva não funciona em todos os casos.
Não se deve confundir depressão com tristeza. 

Tristeza é um estado passageiro que tem relação com alguma situação objetiva e concreta vivenciada. Ou seja, na tristeza podemos identificar a causa de forma bem pontual. Além disso, a tristeza é um estado passageiro. 
A depressão é um estado crônico de desvitalização e alteração do humor, que independe de variáveis circunstanciais. Em outras palavras, a depressão é estrutural no indivíduo, tem a ver com sua base psicológica mais profunda. Começa no sujeito e só pode terminar nele mesmo.
Um estudo profundo e minucioso na Terapia de Vidas Passadas sobre a Depressão pode ser encontrado na obra “O Fio de Ariadne” (2008) de Camila Sampaio. Sampaio fez uma revisão bibliográfica de 35 obras sobre TVP e fez um levantamento das principais causas da depressão em nossas existências passadas e se configura como uma referência na área. 
As principais causas da depressão identificadas na literatura são:
1) Situações de abandono (hangover): Hangover de vida passada é uma das maiores causas da depressão hoje. 
São situações em que a pessoa se abandona ou é abandonada numa circunstância muito sofrida. Woolger conta o caso de Chris, que numa vida passada foi acorrentado e abandonado até a morte. O período em que ficou à espera da morte pode hoje ser reacendido e causar uma depressão grave. O ego é obrigado a se diminuir e aceitar aquela situação, sendo reduzido em seu poder de reação e tomada de atitude, o que pode se repercutir até hoje.
2) Vidas de Escravidão e violência: A escravidão é uma das maiores chagas da humanidade e um grande karma coletivo para a humanidade. A subjugação por décadas ou mesmo várias vidas pode gerar perda de energia com baixa autoestima, desesperança, revolta e raiva contida.
3) Posição de Vítima consolidada: Isso significa uma tendência secular ou milenar ao papel de vítima, que pode durar várias vidas. Sentir-se vítima e sempre colocar-se nesse papel reduz nosso poder de escolha e nossa atitude perante a vida, pois sempre vemos o mundo como ameaçador e causador dos nossos males. 
Atribui-se a causalidade dos nossos erros e sofrimentos ao estado das coisas. Isso é campo fértil para a depressão.
4) Apego à existência no astral: quando a pessoa está apegada à existências antes da Terra ou a situações que viveu no espaço entrevidas, após a encarnação, uma parte dela parece ficar presa no estado anterior. 
Segundo alguns casos registrados na literatura, isso pode ocasionar depressão.
5) Perda traumática do passado: Toda perda pode significar também a perda de um “pedaço de nós”, já que nossa identidade muitas vezes é misturada com algo ou alguém. Quando a perda é traumática e muito sofrida, há ainda um agravamento emocional na perda. O sentimento de impotência pode ser tão grande que pode ficar gravada a impressão em nosso psiquismo de que nada podemos fazer e isso pode causar uma sensação generalizada de impotência. A percepção de que não somos capazes, como sabemos, é uma das causas da depressão. Uma perda não significa necessariamente que algo concreto se perdeu. Pode ser também a perda de uma situação, de uma condição de estabilidade, dentre outros, embora esses não sejam casos típicos de perda com poder suficiente de gerar uma depressão mais acentuada.
6) Culpa: Esse é um sentimento que corroi o espírito e faz-nos perecer em vida. A culpa vem geralmente de uma idealização de que devemos cultivar um ideal de perfeição. É o nosso lado perfeccionista que alimenta a culpa como autopunição por não termos acertado. No final das contas, a culpa é uma negação de nossa imperfeição e dos nossos limites; é a recusa de nosso próprio estado humano. A sensação de que algo poderia ser feito e não foi feito pode ter fixado uma posição de incapacidade, que hoje se reflete como depressão. Sampaio diz ainda que “A culpa costuma ser uma brecha kármica, que mantém a pessoa conectada a situações onde ela cometeu algum erro ou prejudicou pessoas”.
7) Afloramento cronológico de alguma situação penosa: Este é o caso de pessoas que morreram de forma traumática ou se mataram em certa idade numa vida passada e ficam com uma força impressão da experiência. Na vida atual, conforme vai se aproximando a mesma idade em que ocorreu o trauma da vida passada, a pessoa começa a sentir toda a carga da experiência, podendo sentir que algo de muito ruim vai ocorrer em breve. Isso pode ser um fator desencadeante para a depressão. É o caso, por exemplo, de uma pessoa que se mata em vida passada aos 36 anos. Na vida atual, ao completar 36 anos, começa a sentir uma forte depressão e uma inexplicável vontade de morrer.

8 ) Suicídios recorrentes: Sampaio explica que “O suicídio pode gerar depressão se a pessoa ficar sintonizada com o pós-morte, quando a mesma sensação de morte provocada é revivida ininterruptamente”. Por exemplo, alguém se suicida e fica preso no pós-morte (o que é comum em suicídios). No período intermissivo, a pessoa pode ficar revivendo a morte por autoextermínio; pode reviver até mesmo a forma com que se matou. Isso faz ficar gravado em seu psiquismo a sensação de morte, que está agregada a sensações de tristeza, melancolia, desesperança, medo de viver etc. Esse sentimento do suicídio, transportado para a vida atual, pode engendrar uma depressão mais profunda.
9) Arquepadia: Sampaio afirma que “Arquepadia é a magia feita em vidas passadas que deixa uma energia congelada de herança e o pacto com entidades trevosas. Essa energia parada e os acompanhantes astrais podem gerar a depressão.” É comum verificar que, aqueles que realizaram práticas de magia negra, pactos de sangue e com entidades, além de rituais diversos com fins de prejudicar outrem e conseguir vantagens materiais são acometidos em vidas futuras por severos quadros depressivos. A origem é a ligação com entidades e energias do astral inferior, além do mau karma acumulado pela força motriz do mal praticado.
10) Impotência em situação traumática: Este fator determinante pode ter relação com a culpa e com perda traumática. Porém, ele aborda um conjunto de vidas onde a linha mestra foi caracterizada pela impotência incrustada e contínua em nosso caráter. É o caso da vida atual despertar uma ou várias vidas de depressão, como se uma fosse se conectando a outra, formando uma bola de neve que deve ser extinta o quanto antes. Tudo isso pode ter sua origem num ou mais traumas passados.
11) Obsessores cobrando: Camila explica que “Os obsessores costumam vampirizar energias e deixar a pessoa em estado apático, para que eles possam emanar ideias negativas e depressivas até que o indivíduo sucumba”. Acrescentamos que, quando há muitas entidades do passado, a pessoa passa a ser controlada por uma corrente de influenciações mentais, que faz encolher seu ego e quase a despersonaliza. Com sua força vital reduzida e sugada, ela perde a vontade de viver e passa a desacreditar de suas capacidades: a depressão é uma conseqüência quase inevitável. Porém, o indivíduo deixa a “porta aberta” para os obsessores quando praticou muito mal a certas pessoas no passado que hoje voltam querendo uma compensação.
12) Alcoolismo no Passado: “O álcool pode deixar uma energia nos corpos espirituais de anestesia, apatia e produzir depressão atualmente”. Porém, é possível também que o álcool seja apenas um reforçador ou um sintoma de uma depressão que já estava instalada. O álcool seria, nesse sentido, não a causa, mas o efeito. Porém, se esse efeito foi levado a cabo por muito tempo, pode potencializar a depressão já presente e piorar as coisas. Esse processo pode ser a causa tanto no alcoolismo atual quanto da depressão que, com o uso da substância no passado, tentamos dissimular.
13) Pactos de Magia: Semelhante à arquepadia, porém com maior participação da pessoa na realização de pactos diretos e conscientes com entidades trevosas. Sampaio afirma que “É um tipo de cobrança de obsessor mais especializada, porque houve a total participação da pessoa no passado ao fazer o pacto mágico. Esse acordo é mantido e cobrado”.
14) Abortos: “O espírito abortado pode perseguir tenazmente a mãe que lhe negou a vida. Caso haja ligação passada entre os dois, essa perseguição pode ser cruel e gerar uma série de sintomas” (Camila Sampaio). É possível, inclusive, o feto ficar um tempo preso à aura da mãe e lhe causar muitos problemas físicos decorrentes, não apenas do aborto em si, mas da influência espiritual do feto. Além disso, a tristeza do espírito em ser rejeitada pode ser o alicerce ou o manancial da depressão atual.
15) Trauma intrauterino: No útero materno também podem ser acionadas, ou reativadas, lembranças passadas muito negativas, que podem ficar tão fixadas na consciência do indivíduo (ainda mais na gestação onde o feto é extremamente sensível ao meio) que ele guarda tudo para o resto de sua encarnação atual. Quando os pais se expõem a vários tipos de comportamentos desregrados e negativos, isso pode se refletir profundamente no feto e no espírito, a ponto de acionar várias camadas pretéritas de karmas, o que se torna a matriz da depressão futura. 
Exemplo 1: uma mãe se entrega a bebida e a vários vícios quando está grávida. 
Exemplo 2: A grávida é atropelada e a mãe sofre um intenso choque emocional. Esse choque pode ficar arquivado como um súbito sentimento de medo e morte, o que pode ativar resquícios de experiências de morte passada e trazer à tona a depressão das mortes passadas.
16) Obsessão por amor: O fundamento da obsessão por amor é o que se chama de apego. Um espírito de alguém que convivemos durante longos tempos no passado ou mesmo várias e prolongadas vidas, pode hoje aproximar-se de nós, e suscitar sentimentos de ausência, falta, carência e saudade. Não podemos usufruir do amor passado, pois encarnado e desencarnado encontram-se em faixas de freqüência distintas. Sampaio afirma que, nesses casos, a depressão pode ser desencadeada tanto pela falta do outro como pela obsessão do espírito cuja “ideia é abreviar a morte [diminuir o tempo de vida] da parte encarnada para agilizar o encontro dos dois”. 
Pode também ocorrer de um deles reacender a depressão que o outro já sentira antes.
17) Expulsão de comunidades e grupos: Diz Sampaio que “A expulsão gera a rejeição, o sentimento de não pertença, a raiva e o isolamento – cargas que, reacionadas, podem levar à depressão.” 
Os seres humanos são seres grupais por natureza, tem necessidade de pertencer a comunidades e coletividades, com estilos e modos de ser bem definidos e juntos por laços de simpatia e similaridade de pensamentos e sentimentos. Ser expulso de um grupo, comunidade ou coletividade na qual está identificado que pode ser um duro golpe para a pessoa, levando-a à depressão.
18) Reencontro e convivência compulsória com inimigos: Quando há encontro com antigos rivais na mesma família, no trabalho, ou em situações onde a convivência é obrigatória, a depressão pode vir chamando a atenção que algo está errado. Isso pode ocorrer, em grande parte, porque a pessoa é obrigada a aturar e conviver com um inimigo cuja carga de males mútuos praticados é imensa e no entanto, temos a obrigação de estar junto. Quando um indivíduo nasce na mesma família com o antigo desafeto, a situação se agrava, pois existe um paradoxo de amor e ódio que pode confundir a consciência de ambos e gerar conflitos aparentemente insolúveis e incapacitantes (pois não se conhece a origem e o motivo dos sentimentos negativos), levando assim à depressão.
(Hugo Lapa)

domingo, 4 de agosto de 2024

ESPIRITISMO E ESPIRITUALISMO SÃO A MESMA COISA ?

Em O Livro dos Espíritos, no anos 1857 Allan Kardec define o espiritualismo: 

"As palavras espiritual, espiritualista, espiritualismo têm uma significação bem definida; ... ... Todo espírita é espiritualista, mas pode o espiritualista não ser espírita".

ALGUMAS DIFERENÇAS

ESPIRITISMO 
O uso de velas no Espiritismo não têm nenhum significado doutrinário.

ESPIRITUALISMO 
O uso de velas tem significado.

ESPIRITISMO
Nas reuniões espíritas não se utiliza velas de nenhuma cor, ou qualquer outro objeto de queima como defumadores ou incensos. 

ESPIRITUALISMO
Nas reuniões Espiritualistas se utilizam velas, por  terem significado se utilizam velas de diferentes cores, como incensos, algumas plantas, bebida alcoólica como cachaça, vinho, oferendas dependendo de qual linha seguem.
Essas práticas rituais são comumente empregadas nas religiões espiritualistas de matriz africana ou indígena, como a umbanda e o candomblé por exemplo.

ESPIRITISMO  
Não tem rituais.

ESPIRITUALISMO  
Tem rituais.

ESPIRITISMO 
A Doutrina Espírita também não emprega imagens, colares, cristais, charutos, amuletos, banhos, sal, mantras, benzimentos, pontos riscados, roupas exóticas e nem impõe vestimentas de determinadas cores, sacrifício de animais, promessas, despachos, confecção de horóscopo, exercício de cartomancia, pagamento por qualquer benefício espiritual recebido, danças, procissões, incensos, bebida alcoólica e substâncias alucinógenas.

O Espiritismo não cobra pelas orientações e tratamentos espirituais. 
É uma doutrina desprovida de rituais e objetos sagrados. 

#OBS: Uma parte da Umbanda também não cobra para auxiliar, é chamada de Umbanda Branca.

No Espiritismo usamos as forças mentais do pensamento e nossas orações, e não há no Espiritismo necessidade de objetos materiais para atuar em beneficio do outro, e nem para atrair a presença dos bons espíritos. Tudo é feito pela sintonia mental.

Segundo a doutrina espírita, como Espíritos encarnados, nos relacionamos e nos comunicamos com o plano espiritual através de preces, estudos, vibrações, passes, água fluidificada e intercâmbio mediúnico. 

A prece e a oração sincera do pensamento e sentimento profundos, tem muito poder e significado para a doutrina.

OBSERVAÇÃO 

O Espirita respeita quem se utiliza dos rituais citados acima. 

Todos sem exceção tem livre arbítrio para decidir como se sentir melhor.

A doutrina espírita não proíbe nada, mas orienta explicando a importância das leis de causa e efeito, e ação e reação.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Sobre os motivos da crise financeira

Vamos elencar abaixo alguns dos motivos pelos quais cada espírito encarnado precisa viver a prova da crise financeira.

Desapego
O desapego é fundamental para nossa evolução. 
Uma pessoa apegada não pode jamais ser feliz, pois no momento em que ela perde seu objeto de apego, o sofrimento emerge com toda força. 
Quanto maior o apego, maior o sofrimento. 

Apego é o mesmo que depender, se viciar, o mesmo que criar uma necessidade de algo para viver. 

Como o espírito nada pode obter para si, pois ele não pertence a esse mundo, qualquer prisão a algum objeto de apego pode atrasar sua evolução e faze-lo mergulhar mais e mais nas ilusões materiais, aumentando sobremaneira seu sofrimento. 

Obviamente que o dinheiro e as posses estimulam nosso apego a elas. 

Por esse motivo, a crise financeira vem com o propósito de possibilitar o desprendimento de todos os seus apegos e, assim, vivermos livres de qualquer aprisionamento emocional ou sensório a esse mundo. 

A falta de dinheiro nos ajuda e, mais do que isso, nos obriga a a decisão do livramento em relação a subjugação do espírito às falsas propriedades deste mundo.
A libertação da ilusão da posse
A provação da crise financeira nos ajuda também a compreender que as posses da vida material nada mais são do que meras ilusões. 

Nada podemos possuir nesse mundo, pois somos espíritos eternos vivendo uma existência física e nossa morada verdadeira não é na matéria, mas nos planos eternos da essência. 

Na vida mundana somos meros utilizadores provisórios de objetos e coisas, e por isso, não podemos acreditar que detemos a posse de algo. 

A abundância de dinheiro e a prosperidade material facilmente nos induzem a cair na armadilha da ilusão da posse, considerando que podemos, sim, obter a monopólio sobre qualquer coisa, basta ter dinheiro para comprar. 

Por isso, é necessário que todos os espíritos que vêm a esse mundo vivam, seja numa encarnação ou em outra, a provação da perda financeira, da escassez, da indigência, da privação total de recursos. Assim compreendemos que nada podemos possuir. 

Essa é uma oportunidade valiosa para que cada espírito encarnado comece a dar mais atenção ao seu espírito eterno do que a uma mera posse material.
Desejo de ganhar
O desejo de ganhar é outro aspecto importante que devemos nos libertar com a prova das crises financeiras. 

O ser humano quer sempre ganhar a todo custo, nunca quer perder nada. 

Mas é certo que não há como manter o apetite pela obtenção material e ao mesmo tempo perseguir o ideal do despertar espiritual. 

Como disse Jesus, “Não se pode servir a Deus e a mamom”. Por isso, ou desejamos ganhar no mundo, ou aspiramos a bem-aventurança dos planos do espírito. Essa é uma escolha que todos devem fazer… afinal, o que vale mais em nossa vida? 

As crises financeiras podem vir com a missão de extirpar completamente do nosso interior o desejo de ganhar sempre, seja o que for. 

Quando perdemos tudo, começamos a despertar para algo que vai além do ganhar, do vencer, do apoderar-se de tudo. 

Começamos a valorizar mais o ser do que o ter… mais o nosso interior do que o nosso exterior. É certo também que, quando ganhamos alguma coisa, quase sempre alguém perde outra coisa. 

Se eu ganho um emprego, alguém está perdendo aquele emprego; 
se eu ganho 100 milhões na loteria, milhões de pessoas perderam seu dinheirinho na aposta; 
se eu conquisto uma vaga num concurso público, milhares de pessoas perderam aquela vaga; 
se eu ganho uma competição de natação ou de qualquer esporte, dezenas de competidores perderam. 

Quando você fica feliz pela sua vitória, é preciso lembrar que existem muitos que ficaram tristes com suas derrotas. 

A competição é, em si mesma, uma chaga da humanidade e uma das causas do sofrimento humano. 

Pessoas que vivem crises financeiras aprendem a ser mais generosas, mais desprendidas, mais clementes, mais indulgentes e mais tolerantes. Aprendem a pensar mais no outro e não apenas em si mesmas. 

Dizem que os pobres se ajudam muito mais do que os ricos, porque os pobres sabem o que é viver na penúria e, por isso, adquirem maior empatia e se colocam mais no lugar de quem passa necessidade como eles.
Desejo pelo sucesso e fama
As riquezas materiais também nos proporcionam algo que é mais subjetivo, que está no nível do engrandecimento de nossa imagem pessoal. 

Essa exaltação da personalidade é conhecida como “sucesso”. 

Para nossa sociedade atual, quem tem dinheiro é, sem dúvida, alguém muito bem sucedido na vida, alguém que possui boa fama, boa imagem… uma visão positiva para a maioria das pessoas. 

O sucesso cria uma disposição do outro nos tratar muito bem, nos agradar, nos dar sua atenção plena e minuciosa, ou nos tratar com muito respeito e admiração. 

A quase totalidade dos seres humanos querem ser ou parecer afortunados, exitosos… para com isso serem admirados e adorados. 

Algumas celebridades são vistas tal como seres que se encontram num patamar acima dos humanos comuns. 

São os ídolos do nosso tempo, com muitos seguidores e adoradores cegos. 

O dinheiro muitas vezes cria uma atmosfera de respeito e submissão. 

Para isto, basta prestar atenção em como as pessoas tratam um bilionário e um mendigo. 

O mendigo é um “invisível da sociedade”, ninguém nota sua presença. Quando vem um desses invisíveis e nos pedem dinheiro, a grande maioria passa direto e sequer olha para ele; o ignora e despreza totalmente. 

Já o milionário que vem falar conosco, damos completa atenção – tratando com zelo e devotamento – muitas vezes pensando nos benefícios que esse milionário pode nos proporcionar. 

Por isso, a prova da crise financeira nos acomete com a finalidade de nos inspirar ao desprendimento de tudo isso, principalmente ao desejo pelo sucesso e pela boa fama. 

A pessoa que experimenta uma crise de recursos materiais precisa se desapegar do desejo de uma boa imagem e da admiração que o dinheiro pode proporcionar. Assim, ela dá um passo em sua caminhada evolutiva como espírito que é.
Poder controlar outras pessoas
O dinheiro quase sempre nos confere o controle sobre as coisas e as pessoas. 

Um milionário pode contratar centenas de pessoas. E se ele diz: “faça isto!” A pessoa faz sem questionamento, principalmente se for pobre, pois teme perder seu emprego e viver na pobreza. 

O dinheiro proporciona controle sobre outros; faz com que os outros trabalhem para suprir minhas necessidades, nos dando tudo o que precisamos e muito mais do que precisamos. 

Aquele que vive uma crise financeira perde completamente a possibilidade desse controle, pois no mundo humano é o dinheiro que dita as regras de como as coisas devem ser. 

As crises financeiras nos permitem enxergar essa conjuntura e caminhar para o desprendimento do controle e da subjugação do outro. 

A libertação do desejo de controle sobre o outro é uma das chaves para nosso desenvolvimento espiritual e é algo que as crises financeiras podem nos permitir realizar.

domingo, 14 de abril de 2024

Um homem tinha uma história de vida muito sofrida

Foi maltratado pelo pai, abusado pelo tio, sua mãe o abandonou, e desde bem jovem ele já começara a trabalhar como marceneiro. 
O serviço era duro e muito desgastante. Por conta de todos estes acontecimentos, ele sentia uma tristeza que quase sempre o acompanhava.

Certo dia, o homem já não aguentava mais essa tristeza que persistia em seus sentimentos e não lhe dava trégua. 
Foi então passear na cidade onde morava. 
Sentou num banco, e nele estava um senhor. 
De repente, o senhor puxou conversa com ele e iniciou-se um diálogo leve. O homem, que continuava sentindo a tristeza recorrente, sentiu que podia se abrir com o senhor, e disse:

– Na verdade, sou uma pessoa triste, disse ele.

O senhor, que parecia ser um homem sábio e vivido, disse:

– Não, você não é uma pessoa triste…

O homem surpreendeu-se com essa afirmação. “Como ele poderia saber o que sou e o que não sou? Ele nem me conhece”, pensou. O senhor então continuou a falar:

– Eu também não sou um senhor… Sim, é isso mesmo, e também não sou um professor, como eu havia te falado agora. E você não é um marceneiro e também não é um jovem…

O homem estava cada vez mais confuso. O senhor disse:

– Preste atenção… Eu não sou um senhor, eu ESTOU senhor. 
Você não é um marceneiro, você está marceneiro. 
Você não é jovem, você está jovem, da mesma forma que eu não sou um professor, nem um pai, nem sou deste país, nem nada disso. 
Eu estou essas coisas, eu não sou essas coisas.

O homem agora começava a compreender. O senhor continuou:

– Ninguém é alguma coisa, todos nós estamos. 
A vida humana é apenas uma passagem, um processo. 
Nós incorporamos determinadas posições sociais, papéis, funções e modos de estar no mundo. 
Tudo na vida é um estado, ou seja, é sempre “estar alguma coisa” e nunca “ser alguma coisa”. 
Portanto, você jamais pode admitir que é uma pessoa triste, você apenas está triste momentaneamente, mas isso um dia, mais cedo ou mais tarde, vai passar, assim como tudo passa… e você verá como você apenas “estava algo”, e não “era algo”.

O homem ouvia atentamente. O senhor concluiu:

– Tudo que existe nesse mundo é da natureza dos estados, nunca da natureza do ser. 
O único que não é da ordem do estar é Deus. Deus é da ordem do ser, pois ele é eternamente. 
Ele é o ser que nunca deixará de ser. 
Deus não conhece estados, ele simplesmente é. 
Quando nós, seres humanos, compreendermos a diferença entre estar e ser, que nada é, e que tudo está, entenderemos que vamos vivendo diversos estados até chegar ao ser essencial que somos no infinito, pois em última instância, somos como Deus, que não está, mas simplesmente é…

Autor: Hugo Lapa 


sexta-feira, 5 de abril de 2024

O amigo invisível que acompanha a criança em seus primeiros anos de vida

O amigo invisível é uma presença fantasiosa, simbólica ou real que acompanha a criança em seus primeiros anos de vida.   

Psicólogos e psiquiatras trabalham com a hipótese do amigo invisível ser um processo psicológico da mente infantil. 

Profissionais costumam alertar que a ajuda de um psicólogo é indispensável quando a criança só deseja ficar junto de seu companheiro. 

Crianças podem ter longas conversas com seu amigo; podem colocar para ele pratos e talheres na mesa de jantar; podem elaborar brincadeiras juntos, dentre outras coisas.

O amigo invisível só representa um problema quando existe alguma espécie de dano provocado em decorrência da presença ilusória ou real do amigo. 
Exemplo: o amigo invisível diz a criança para se afastar dos amigos e viver apenas com ele; ou o amigo invisível diz a ela coisas que a fazem sofrer de algum modo.

A Psicologia convencional oferece hipóteses sobre as possíveis causas da criação de um ente imaginário no universo simbólico da criança:

A necessidade de companhia que cria uma presença que não existe.

Necessidade de compartilhar situações que com outras pessoas não seria possível. Exemplo: Contar ao amigo como ela não gosta quando o pai bate nela.

Utilização da imaginação para lidar com a raiva e com a inveja.
A tentativa de criar alguém ideal que corresponda aos nossos gostos e preferências.
Criação de um ente que se possa controlar e que não seja alvo de críticas, obrigações e sofrimentos, dentre outros.
O amigo serve como “bode expiatório”. Exemplo: “Foi ele (o amigo) que sujou a mesa e não eu.”

Observamos que a repressão e negação da existência do amigo invisível não contribui em nada para solucionar as causas da “presença” espiritual. 

Muitas vezes é através da aceitação do amigo que os pais conseguem maior contato com a criança. 

É preciso adentrar no universo simbólico ou encarnatório da criança para que possamos fazer alguma diferença.

Na TVP, existem profissionais atualmente que trabalham com regressão em crianças com excelentes resultados. 

O que antes era considerado arriscado e improdutivo, hoje profissionais descortinam esse fértil terreno terapêutico e procuram as chaves das criação imaginária infantil, que pode estar além do limiar da vida atual e até mesmo numa presença obsessiva indesejada.

Dentro da Terapia de Vidas Passadas, consideramos que o amigo invisível pode ser:

1) Uma personalidade de vida passada: a criança pode entrar em contato com uma de suas personalidades e conferir-lhe vitalidade, dando autonomia à ela e permitindo-a agir, dialogar e até dar-lhe ordens. A personalidade pode não concordar e nem aceitar a vida atual, podendo causar conflitos diversos.

2) Um espírito desencarnado qualquer: uma presença real, um espírito atraído pela aura da criança, que se lhe afeiçoou e deseja permanecer próximo a ela. 
Pode ser o espírito de outra criança, que não sabe que morreu e ficou preso à Terra, unindo-se ao encarnado. Ambos podem brincar e se tornarem até amigos. 
Quando a criança cresce, suas visões via de regra diminuem.

3) Entidade de outras vidas: alguém que a criança se relacionou e conviveu em outras existências. 
Pode ser algum inimigo de vidas passadas, ou pode mesmo ser alguém que a quer bem e deseja ajuda-la. 
Mesmo no caso aparentemente existir uma boa intenção por parte do espírito, é necessário verificar se ele não está entrando num processo possessivo com a criança, o que pode ocorrer.

4) Um espírito de luz: O amigo invisível pode ser também, porém é mais raro, um espírito de luz, um guia, ou mestre espiritual, que orienta os passos iniciais da criança para que cresça e se desenvolva de forma positiva. 
Em raras ocasiões a criança é um ser de muita luz que nasceu para realizar alguma tarefa evolutiva na humanidade. 
É possível também que essa entidade seja um mestre de luz do espírito da criança de uma vida passada, alguém com quem realizou conjuntamente um treinamento de templo, sendo ambos iniciados na mesma fraternidade ou egrégora de luz. 
Caso seja um espírito de luz que vem ajudar, a criança refletirá paz e tranqüilidade e a presença não lhe causará qualquer transtorno.

Sobre o numero quatro, há relatos de pessoas que, quando crianças, seres de luz lhe davam orientações valiosas sobre o que fazer e não fazer. 

Conheci um caso muito interessante: um conhecido me confidenciou que, quando criança, tinha visões de espíritos luminosos que vinham falar com ele. 

Certa vez, ele estava com 4 ou 5 anos e encontrou uma faca no chão da cozinha. Pensou em pegar a faca e brincar com ela, mas logo ouviu uma voz sussurrando, “Você pode pegar essa faca, é de sua livre escolha fazer isso. Mas devemos dizer que você pode se machucar seriamente com ela.” 
Então, a criança decidiu que não a pegaria. Hoje esse meu conhecido recordou esse evento com certa emoção, lembrando que em algum momento de sua vida, tinha sido praticamente salvo pelos espíritos de luz.

(Hugo Lapa)

terça-feira, 2 de abril de 2024

IGREJAS NADA TEM A VER COM JESUS

A igreja católica afirma ser a única verdadeira igreja cristã. 
Ela usa como base as palavras de Jesus, que disse: “Tu és Pedro e sobre esta pedra erguerei a minha igreja”. 
No entanto, as igrejas atuais, após 2000 anos do ministério de Jesus, nada tem a ver com Jesus. Ao contrário, a maioria das instituições cristãs age contrariamente aos ensinamentos básicos do mestre contidos nos Evangelhos.

Sobre isto, precisamos esclarecer o seguinte:

1 – A palavra grega “ἐκκλησία” (ekklesia), que foi traduzida para o português como “igreja”, originalmente significava “assembleia” ou “convocação”. 
Tratava-se apenas de um grupo de pessoas reunidas com um propósito comum, não algo ligado a uma construção física e menos ainda a criação de uma instituição formalizada. 
A igreja atual foi sendo modificada, século após século, para chegar no formato institucional de hoje. Esse formato atual destoa completamente dos ensinamentos originais de Jesus. É possível afirmar que a igreja atual é uma criação arbitrária dos homens.

2 – Os primeiros cristãos se reuniam em casas (conhecidas como “igrejas domésticas”), bem como em locais ao ar livre, refletindo um entendimento de “igreja” como uma comunidade viva e ativa, centrada em torno dos ensinamentos de Jesus, e não meramente uma estrutura ou edifício e menos ainda uma instituição.

3 – Jesus mencionou a natureza efêmera dos templos de pedra. Em (Marcos 13, 1, 2) um dos discípulos de Jesus faz um elogio ao templo de jerusalém, exaltando suas belezas dizendo: “Mestre, olha que pedras, e que edifícios!” Jesus não respondeu com outros elogios as belezas e maravilhas do templo. 
O mestre simplesmente disse: “Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada”. 

Esta passagem do Evangelho segundo Marcos é uma excelente reflexão sobre a transitoriedade das realizações humanas, especialmente em termos de construções físicas e monumentos. 
Quando o discípulo de Jesus aponta para o magnífico Templo de Jerusalém, admirando sua grandiosidade e beleza arquitetônica, a resposta de Jesus serve como um lembrete de que, não importa o quão impressionantes sejam essas estruturas, elas são temporárias e sujeitas à destruição. 

O ensinamento de Jesus aqui transcende a discussão sobre edifícios físicos; ele aponta para uma verdade mais profunda sobre a natureza efêmera de tudo o que é material. Em um mundo onde as pessoas frequentemente medem o sucesso e o valor pelas posses materiais e conquistas tangíveis, essa passagem nos chama a refletir sobre o que realmente valorizamos e onde colocamos nossa fé. 

A afirmação de Jesus de que “Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada” não apenas antecipa a destruição física do Templo de Jerusalém no ano 70 d.C. pelos romanos, mas também simboliza a impermanência de todas as coisas materiais. Ele nos encoraja a buscar algo mais duradouro e significativo além do físico e do material, direcionando nossa atenção para os valores espirituais e as realidades eternas. Isso nos mostra que Jesus não dava importância a templos ou organizações, mas sim as verdades eternas do espírito.

4 – Jesus nunca pediu que fosse construído um templo de pedra e menos ainda pediu que se criasse uma instituição. 

O mestre nazareno ensinava no meio da rua, em casas, no alto mar, na praia, na montanha, e também, chegou a ensinar no templo de Jerusalém. 
Mas não há nenhum registro de um pedido de Jesus para que fosse criada qualquer estrutura de pedra ou instituição com regras rígidas, sacerdócio ou rituais.

5 – Jesus falou do templo como sendo algo interno e não externo. 

Lemos em (João 2:19-22): “Derribai este templo, e em três dias o levantarei. Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias? 

Mas ele falava do templo do seu corpo. Quando, pois, ressuscitou dentre os mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isto; e creram na Escritura, e na palavra que Jesus tinha dito”. Jesus se referia ao templo como sendo seu corpo. 

Nesse sentido, o corpo material é o templo da alma ou do espírito. É no templo que a alma habita. Portanto, o verdadeiro templo é interno e não externo. 
Este episódio destaca a ideia de Jesus de que o verdadeiro culto não está vinculado a locais específicos ou construções, mas sim a descoberta de nossa alma, de nossa essência ou de nossa ligação com o divino, sendo o corpo material o templo do espírito.

6 – Em (João 4:21-24) no diálogo com a mulher samaritana junto ao poço, Jesus declara que está chegando a hora em que nem no monte nem em Jerusalém os verdadeiros adoradores adorarão o Pai. Ele enfatiza que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, indicando uma mudança do culto associado a locais específicos para um entendimento mais espiritual e pessoal da adoração. 

Essa passagem indica um movimento na ênfase de Jesus de um culto baseado em estruturas físicas e rituais específicos para um foco na adoração interior e na relação pessoal com Deus. 

Ele sugere que o verdadeiro culto transcende as fronteiras físicas e é fundamentado na fé e na verdade interior, em vez de na observância de rituais em locais consagrados. 

Mas parece que as igrejas atuais ignoram esta passagem e focam suas atenções em templos de pedra, em dogmas, em construções caríssimas e luxuosas e na institucionalização do culto, algo que Jesus nunca pediu que fosse feito.

7 – Em Mateus 6:5-6, no Sermão da Montanha, Jesus adverte contra a prática de orar em público para ser visto pelos outros, incentivando, em vez disso, a oração privada: 
“E quando orares, não sejas como os hipócritas; pois eles gostam de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Verdadeiramente vos digo que eles já receberam a sua recompensa. Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” 

Aqui Jesus deixa claro que as orações e outras formas de culto podem perfeitamente ser realizadas em nosso lar. Jesus ressalta que o essencial não é a prece em locais públicos, em templos, igrejas ou qualquer outro local externo, mas o contato com Deus em nosso íntimo, que pode ser realizado em qualquer lugar, até mesmo em nossa residência.

8 – Em Lucas 17:20-21, Jesus responde aos fariseus que perguntam quando o Reino de Deus viria, dizendo: “O Reino de Deus não vem com aparência externa; nem dirão: ‘Eis aqui!’ ou: ‘Eis ali!’ pois o Reino de Deus está dentro de vós.” 

Esta passagem mostra claramente uma ênfase na natureza espiritual e interna do Reino de Deus e da condição divina do ser. 

Isso contrasta com as manifestações externas e materiais das igrejas de hoje, ricamente adornadas com ouro, riquezas e ostentação. 
Jesus ensinou sobre o valor da interioridade e simplicidade do caminho espiritual. Por outro lado, as igrejas atuais cultivam riquezas materiais, edifícios imensos e poder político e econômico. 

Por esse motivo, algumas correntes do cristianismo místico enfatizam a importância da transformação interior e do desenvolvimento de uma relação pessoal e íntima com Deus, em vez de focar em rituais externos, edifícios suntuosos ou práticas religiosas ostentosas. 

Assim, Jesus deixou claro que o Reino de Deus nada tem a ver com aparências, com exterioridades, mas sim com os tesouros interiores.

9 – Ao longo dos séculos, as igrejas cristãs se empenharam em acumular muitos bens, propriedades, riquezas, terras, imóveis, templos etc. Historicamente, a Igreja Católica Romana e outras instituições religiosas foram grandes proprietárias de terra e imóveis e isso influenciava muito as comunidades locais e o poder político vigente, pois quem tem dinheiro, posses e riquezas, influencia muito na vida do povo. Por isso, a igreja muitas vezes se uniu com o estado e os governos, sendo uma instituição apenas, estando sempre no núcleo do poder e exercendo o poder político nas nações ao longo da história. 

Essa acumulação de riquezas pelas igrejas e também seu poder político, está em total desacordo com o ideal de renúncia, desapego e simplicidade pregado por Jesus. 

Nas tentações do deserto, quando o diabo ofereceu a Jesus dinheiro, riquezas e todo o poder do mundo, Jesus recusou veementemente dizendo: “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás” (Mateus 4, 10). 

No sermão da montanha Jesus deixa bem claro que ninguém deve acumular tesouros sobre a terra, pois as traças consomem e os ladrões arrobam e roubam, mas que todos devem acumular tesouros no céu, pois nem as traças consomem e nem os ladrões arrombam e roubam, pois onde está o seu tesouro, lá estará também o seu coração (Mateus 6, 19-21). 

Nessa passagem Jesus deixa claro que os verdadeiros tesouros de uma pessoa são interiores, onde está o nosso coração e não exteriores, como as riquezas e o poder das igrejas.

10 – As igrejas de várias épocas quase sempre colocaram imensa importância nas doações e no dízimo, tornando as instituições religiosas muito ricas e poderosas. 

No entanto, Jesus nunca nos pediu que doássemos as igrejas. Ele sempre pediu que doássemos aos pobres e necessitados. Quando um homem rico pergunta a Jesus o que deve fazer para herdar a vida eterna, Jesus o instrui a vender todos os seus bens, dar aos pobres e segui-lo. 

Esse ensinamento enfatiza a importância de se desapegar das riquezas materiais para alcançar a verdadeira riqueza espiritual. 

Na parábola do Bom Samaritano, Jesus ilustra o conceito de “próximo” através da história de um samaritano que ajuda um homem ferido na estrada, enquanto outros passavam por ele sem prestar socorro. 
O samaritano não apenas cuida de suas feridas, mas também paga por sua estadia em uma hospedaria. 
A parábola é uma exortação à compaixão e à ação generosa. Em (Lucas 6, 30) Jesus diz: “Dai a todo aquele que te pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva”. 

Jesus também afirmou que somente pode ser seu discípulo “aquele que renuncia a tudo que possui” (Lucas 14, 33). Na estória do rico e do Lázaro Jesus deixa claro que o pobre humilde vai ao Reino de Deus e o rico arrogante, que ama suas posses, vai ao submundo. 

Em outra passagem quando Zaqueu disse a Jesus que doaria metade de tudo o que possuía para os pobres, Jesus respondeu dizendo:  Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão”. Aqui Jesus associa a salvação com o despojamento, a doação, a renúncia das posses.

11 – As igrejas de hoje pedem que os fiéis doem para ela própria, igreja, para que assim ela acumule dinheiro. 

Mas a primeira igreja (ekklesia) da história, descrita em Atos dos Apóstolos capítulo 4, pedia aos membros que doassem tudo quanto tinham para uma caixinha comum. 

Eles vendiam tudo, casas, animais, objetos e todas as propriedades. Todos faziam o mesmo. Então esse montante se acumulava e era doado a todos igualmente e, também, de acordo com a necessidade de cada um. “Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. 

E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.” (Atos 4:34,35) Isso significa que a primeira comunidade cristã da história não possuía nenhuma riqueza, mas a riqueza da igreja era distribuída entre todos os membros, sempre de acordo com a necessidade de cada um. 

A pergunta que se faz aqui é: por que as igrejas cristãs não agem da mesma forma? 
Por que não distribuem suas doações entre os fiéis de acordo com a necessidade de cada um? 
Por que desvirtuaram o ideal cristão original, ensinado pelo Cristo e por seus apóstolos e buscam apenas acumular mais e mais riquezas materiais? 
Esse é outro elemento que está em total desalinho com a proposta da igreja primitiva e de Jesus.

12 – O próprio Jesus nada possuía e vivia das doações dos seus seguidores e do povo. 

Várias passagens sugerem que Ele levava uma vida de simplicidade material e dependia da hospitalidade e do apoio de seus seguidores e amigos. 

Em Mateus 8, 20) Jesus diz que: “As raposas têm tocas, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.” 
Essa declaração sugere uma existência itinerante e uma falta de propriedade ou lar físico permanente. 

Jesus também viajava constantemente, pregando e ensinando em diferentes cidades e aldeias. Ele e seus discípulos muitas vezes dependiam da generosidade de outras pessoas para alimentação e alojamento, como está descrito em (Lucas 10:7). 

A opção de Jesus pela pobreza é uma característica marcante de seu ministério. Jesus se identificava com os pobres e os marginalizados, ensinando sobre a importância espiritual de ajudar os necessitados em (Mateus 25:35-40). 

Jesus diz: “Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? 

E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? 
E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? 
E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. 

Aqui Jesus deixa bem claro o valor de se doar aos fracos e necessitados, que ele chama de “pequeninos”. 
Isso mostra que Jesus nunca enfatizou a doação a templos e religiões, mas sempre deixou claro em seu ministério a prioridade de se doar aos pobres aos fracos, aos necessitados, aos marginalizados, aos esquecidos, não apenas doações em dinheiro, mas doar-se a si mesmo em benefício do próximo.

(Hugo Lapa)