18.8.25

Morar junto sem estar casado é pecado?

 Existe pecado? Caso exista, o que seria o pecado?

Não existe pecado dentro do significado religioso do termo. 
O que se denomina de pecado nas religiões é quebrar alguma regra imposta pela religião. Por exemplo, fazer sexo antes de casamento, ou divorciar-se, ou blasfemar contra o sagrado etc. 
O pecado então seria algo malvisto por Deus, e dessa forma, Deus inflige algum castigo para o pecador, criando algum sofrimento para ele. Nesse sentido, pecado não existe.

Do ponto de vista espiritual, sob uma perspectiva mais profunda, pecado é simplesmente ir contra Deus. 

Aquele que está de alguma forma de opondo a inteligência suprema está vivendo em pecado. 

Qualquer violação das leis divinas, entendidas aqui como a harmonia de todas as coisas, pode ser considerado pecado. 

Pecado é estar em desarmonia com a natureza, com a vida e com o universo. 

E viver fora do pecado seria o oposto: viver em total harmonia com a vida, com a natureza, com o universo e consigo mesmo. 

Assim, pecado é estar em descompasso com todas as coisas. 

É romper com a ordem cósmica e viver fora do fluxo natural da vida. Por exemplo, comer demais seria viver em pecado, pois estamos consumindo alimentos mais do que nosso organismo necessita e aguenta. 

Fumar seria pecado, pois estamos ingerindo uma fumaça tóxica com substâncias que criam uma desarmonia e doenças em nosso organismo. 

Viver num casamento sem amor, apenas de aparências, seria também viver no pecado, pois para que possamos ser felizes, não podemos viver num casamento de mentiras e aparências. 

Mentir seria pecado, pois não estamos dizendo a verdade. 

Tentar impor alguma coisa a alguém é pecado, pois não estamos permitindo que a pessoa decida por si mesma, de acordo com sua consciência. 

Tentar projetar uma imagem falsa do que somos seria viver em pecado, pois estamos vivendo em desarmonia com o que somos, criando ilusões que estão igualmente em desarmonia com a realidade. 

Viver ansioso esperando algo ocorrer seria viver no pecado, pois deixamos no viver em harmonia com o momento presente, para vivermos no futuro, algo que ainda não ocorreu; algo sem realidade. 

Destruir a natureza é viver em desarmonia com a vida, pois sem a natureza o ser humano não pode se alimentar, viver e permanecer nesse mundo. 

Esses exemplos poderiam ser estendidos ad infinitum, posto que o ser humano vive quase exclusivamente nessa condição de “pecado”. 

No entanto, quando fazemos essas afirmações, não é nosso objetivo que as pessoas fiquem tristes, desanimadas, se sentindo as “erradas”, ou sentindo que são más. 

Ficar se martirizando só aumenta nossa carga, nossas cobranças e cria uma paralisia em nossa caminhada. 

É necessário apenas que o ser humano compreenda a sua condição atual para que dela possa se libertar. 

Uma pessoa que descobre estar encarcerada numa penitenciária pode ficar triste por reconhecer sua condição, mas é necessário que ela se dê conta do seu estado atual para que possa supera-lo. 

Os espíritos encarnados na matéria estão de fato vivendo em desarmonia com a vida e com a inteligência do universo, no entanto, eles podem reaver essa harmonia a qualquer momento.

Imagine um rio que flui na direção para o mar. 

O ser humano resolve então que ele não deseja ir para o mar, mas ele decide que irá para outro lugar, pois gosta mais desse outro local. 

Então, ele pega um barco e começa a remar contra a correnteza. 

O que acontecerá com essa pessoa? 

Logo ela vai se cansar, vai desanimar e vai descobrir que pode não estar no caminho certo. 
O ser humano age assim no mundo… 
ele vive remando contra a corrente… 
a corrente que simboliza a harmonia e o fluxo da vida. 

Justamente por remar contra a corrente, ele cai, perde, vive em desespero e em amarguras… criando o seu próprio sofrimento. 

O universo tem uma harmonia… 
e lutar contra essa harmonia é viver no pecado… 
é remar contra a corrente… 
é quebrar a ordem das coisas… 
é sentir que nada está separado de nada, pois tudo é uma unidade indissociável… 
é romper com o fluxo incessante da vida. 

O objetivo do ser encarnado é, pois, resgatar essa harmonia perdida, e somente assim, ele poderá voltar a ser feliz e a viver em paz profunda.

(Hugo Lapa)

Do livro: Luminosofia: perguntas e respostas.

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