quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Religião e Espiritismo


Texto  do Prof. Dr. Guido Nunes Lopes, 

Graduado em Licenciatura e Bacharelado em Física pela Universidade Federal do Amazonas (FUAM, 1986), Mestrado em Física Básica pelo Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IF São Carlos, 1988) e Doutorado em Ciências em Energia Nuclear na Agricultura pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA, 2001).  

A religião não é apenas uma, são centenas.  
O Espiritismo é apenas uma. 

A religião é para os que dormem.  
O Espiritismo é para os que estão despertos.  

A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados. 
O Espiritismo é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.  

A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.  
O Espiritismo te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.  

A religião ameaça e amedronta.
O Espiritismo lhe dá Paz Interior.  

A religião fala de pecado e de culpa.  
O Espiritismo lhe diz: "aprenda com o erro"..  

A religião reprime tudo, te faz falso.  
O Espiritismo transcende tudo, te faz verdadeiro!  

A religião não é Deus.  
O Espiritismo é Tudo e, portanto é Deus.  

A religião inventa.  
O Espiritismo descobre.  

A religião não indaga nem questiona.  
O Espiritismo questiona tudo.  

A religião é humana, é uma organização com regras. 
O Espiritismo é Divino, sem regras.  

A religião é causa de divisões.  
O Espiritismo é causa de União.  

A religião lhe busca para que acredite.  
O Espiritismo você tem que buscá-lo.  

A religião segue os preceitos de um livro sagrado. 
O Espiritismo busca o sagrado em todos os livros.  
A religião se alimenta do medo.  
O Espiritismo se alimenta na Confiança e na Fé.  

A religião faz viver no pensamento. 
O Espiritismo faz Viver na Consciência..  

A religião se ocupa com fazer.  
O Espiritismo se ocupa com Ser.  

A religião alimenta o ego.  
O Espiritismo nos faz Transcender.  

A religião nos faz renunciar ao mundo.  
O Espiritismo nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.  

A religião é adoração.  
O Espiritismo é Meditação.  

A religião sonha com a glória e com o paraíso.  
O Espiritismo nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.  

A religião vive no passado e no futuro.  
O Espiritismo vive no presente.  

A religião enclausura nossa memória.  
O Espiritismo liberta nossa Consciência.  
A religião crê na vida eterna.  
O Espiritismo nos faz consciente da vida eterna.  

A religião promete para depois da morte.  
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.   

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O mundo dá voltas

O mundo dá voltas,
Gira até chegar no mesmo lugar,
E muita coisa continua exatamente do jeito que era.
Gravatas são obrigatórias. Sorrisos, não.
Crianças trabalham. Adultos brincam. De Deus.
Números valem mais que pessoas.
Plantam o cinza. Cortam o verde.
Rezam antes de dormir pedindo para acordar.
Uns com tanto. Outros com tudo. A maioria sem nada.
O destino de muitos já está escrito antes que aprendam a escrevê-lo.

O mundo dá voltas.
Todo mundo sabe como ele é,
Mas você pode decidir como ele vai ser.
Meninos de rua podem ter casas.
Meninos de casa podem ter ruas.
O que é estranho será apenas diferente.
Mais segundas chances,
Principalmente para a paz.
Pontes vão apenas ligar pessoas,
E não servir de abrigo para elas.
Menos armas. Mais alma.
As menores coisas vão mudar o mundo.
Famílias também vão merecer horas extras.

O mundo dá voltas.
E muitas coisas podem estar juntas nesse movimento.
Negócios e abraços,
Selvas de pedra e florestas de verdade.
Ações e boas ações.
Investimentos para o futuro e um futuro melhor.

O mundo dá voltas.
Mas mesmo quando ele volta para o mesmo ponto,
Ele pode chegar diferente.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Agradeço

Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito




Chico Xavier

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Luz

Ninguém quer saber o que fomos, o que possuíamos, que cargo ocupávamos no mundo; o que conta é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo.
Chico Xavier

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Isso Também Passa ! ! !

"Havia um homem que costumava ter em cima de sua cama uma placa escrita:
ISSO TAMBÉM PASSA...
então perguntaram à ele o por quê disso...

Ele disse que era para se lembrar que, quando estivesse passando por momentos ruins, poder se lembrar de que eles iriam embora, e que ele teria que passar por aquilo por algum motivo.

Mas essa placa também era pra lembrá-lo que quando estivesse muito feliz, que não deixasse tudo pra trás, porque esses momentos também iriam passar e momentos difíceis viriam de novo...

E é exatamente disso que a vida é feita: MOMENTOS!

Momentos os quais temos que passar, sendo bons ou não, pro nosso próprio aprendizado. Por algum motivo... Nunca esqueça do mais importante:

NADA É POR ACASO ! Absolutamente nada. Por isso temos que nos preocupar em fazer a nossa parte da melhor forma possível."

Chico Xavier

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

PROVA E FORÇA


Se a provação te visita, não esmoreças.
Problemas é condição para crescimento.
Reflete na semente a esforçar-se para vencer o solo que a constrange.
A árvore protetora fala sem palavras quantas vezes aguentou a fúria do vento, a fim de sobreviver.
Dor é uma proposta do Céu para que te promovas.
Confia e atravessa a dificuldade.
O Senhor da Vida que te sustentou ontem, sustentar-te-á também hoje.
Mobiliza a própria fé e caminha adiante.
Liga-te a Deus e segue.
Pensa no prodígio da luz e reconhecerás que a força vem de dentro.

Emmanuel - por Chico Xavier - do livro Sinas de Rumo

Um forte abraço a todos nossos amigos e irmãos, e cotamos com sua presensa e de toda sua família em mais essa nossa Homenagem a Dr. Bezerra de Menezes que igualmente a Chico Xavier dedicou sua vida a quem mais precisava.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Os Orixás.

 Por Pai Alexandre Falasco (Portal Giras de Umbanda)

Dados importantes sobre o culto na Umbanda.

A religião de Umbanda cultua os mesmos Orixás do panteão africano, os mesmos cultuados pelos povos de nação Kêtu/Nagô nos Candomblés, sendo que estes nossos irmãos fazem isso há muito mais tempo que os umbandistas.

Apesar de os Orixás serem os mesmos, é na forma de cultuá-los que está a diferença.

Desenvolvemos abaixo, uma tabela para cada Orixá, que traz diversas informações sobre o culto destas divindades na Umbanda, suas cores, velas, domínios, oferendas, datas votivas, entre outras. Ainda acrescentamos alguns Itãs, histórias mitológicas que eram passadas de pai para filho de forma oral.
(ver as informações detalhadas em http://www.girasdeumbanda.com.br/)

Exu
A Comunicação                                                         Oxalá
                                                                                  A Paz

Xangô
O Rei                                                                        Ogum
                                                                                 O Guerreiro

Oxóssi
O Caçador                                                               Iemanjá
                                                                                A Rainha do Mar

Obaluaê
A Passagem                                                             Iansã
                                                                                A Tempestade

Oxum
O Ouro                                                                   Nanã
                                                                               A Mais Velha

Obá
A Feminista                                                            Ossaim
                                                                              As Ervas

Oxumaré
O Arco-íris                                                            Logunedé
                                                                             o Belo

sábado, 12 de março de 2011

Origem e Ritos da Umbanda

Por Pai Alexandre Falasco (Portal Giras de Umbanda)

A Umbanda.

A origem de uma religião 100% brasileira.

Não se pode negar que a Religião de Umbanda nasceu da mistura de diversas crenças, vindas de outras religiões. Talvez por isso a Umbanda seja a religião que recebe a todos, sem discriminações, principalmente de credo religioso, muito ao contrário do que acontece com o umbandista quando este é recebido por outras religiões, mas não vamos falar disso aqui.

O importante mesmo é termos total consciência de que a Umbanda veio da cultura afro, somada aos costumes indígenas tupiniquins, além é claro do sincretismo católico, este último uma mistura de amor e imposição. Claro que ainda existem influências orientais, cardecistas, místicas, uma verdadeira miscelânea de culturas.

Na minha opinião, a mais forte destas influências é do Candomblé, e tenho muito orgulho de afirmar isso, pois apesar de a Umbanda ter nascido a pouco mais de 100 anos (primeiro registro oficial), sua raiz africada é milenar.

Pai Zélio Fernandino de Moraes foi quem registrou em cartório a primeira tenda Umbandista em 1908, sua casa, a Tenda de Umbanda Nossa Senhora da Piedade, não tocava atabaques, mas estes instrumentos do Candomblé foram incorporados a religião e hoje é difícil encontrar terreiro de Umbanda que não os possua em seus rituais. De onde veio isso?

Com certeza, esta influência veio de nossos queridos Pretos Velhos, entidades que se manifestam na Umbanda e que foram em vida, escravos de tempos antigos em nosso País.

Estes negros escravos, trazidos da África eram adeptos do Candomblé, de diversas nações diferentes, e a Umbanda, ainda sem um código específico e singular, administra seus templos individualmente através das orientações de seus guias patronos, ou seja, quem determina certos fundamentos em uma casa de umbanda é o guia espiritual chefe desta casa, daí a forte influencia dos rituais de nação trazidos por nossos queridos Pretos Velhos.

Outra prova desta forte influencia e que também explica a entrada da cultura européia através da romana religião Católica, é o sincretismo dos Orixás (que vieram da África) com os santos católicos. Isso acontece simplesmente porque nossos antepassados negros, enquanto escravos, não podiam adorar Orixás e portanto adoravam santos católicos para não contrariar seus senhores, mas na verdade, quando um negro rezava para São Gerônimo por exemplo, estava em seu íntimo louvando a Xangô.


A religião de Pai Zélio, que completou 100 anos em 2008 é uma mistura de crenças, ainda em formação, e tomara que continue assim, pois a evolução humana não deve parar nunca, nunca devemos dizer que já sabemos de tudo e que isso é assim e assado. Tomara que a Umbanda continue evoluindo ainda mais e continue acima de tudo, uma religião eclética, sem preconceitos.

A caridade é o principal fundamento.

A ritualística de Umbanda é bastante vasta, vem sendo passada de pai para filho dentro da religião mas principalmente, vem sendo moldada pela orientação de nossos mentores espirituais, mas o principal objetivo é sem dúvida a caridade através dos atendimentos realizados por estes mesmos mentores.

Através da incorporação mediúnica, entidades espirituais muito mais evoluidas do que nós encarnados, vem prestar uma espécie de socorro as pessoas que recorrem aos diversos centros de Umbanda espalhados pelo País.

A forma que se realizam estes rituais difere um pouco de um templo para outro, justamente pelo fato de que cada casa possui seus fundamentos próprios, passados pelos seus mentores espirituais, mas em síntese ocorrem os mesmos preceitos.

O Terreiro é dividido em duas partes, o congá onde ficam os médiuns que irão trabalhar incorporados juntamente com os que irão auxiliar como cambonos e a assistência, onde se acomodam as pessoas que vem em busca deste atendimento.

A ritualística de abertura de uma Gira de Umbanda basicamente é composta de danças para os Orixás, cantos de melodias chamadas por nós de pontos cantados, defumações com ervas especiais e orações, inclusive as orações cristãs, como o Pai Nosso e a Ave Maria.

Ou seja, dentro da ritualística umbandista também se vê com clareza a mistura que compõem esta maravilhosa religião. Os atabaques e outros instrumentos comuns nos cultos aos Orixás se somam a práticas mais familiares aos cultos católicos, mas o culto aos Orixás sempre predomina, em muitos casos o Padê para o Orixá Exú, precede todas as giras, e isso é fundamento herdado do Candomblé que tem efeito prático no resultado das seções.

Este Padê consiste em cantar pontos para Exú e em seguida levar uma oferenda (ebó) até a canjira, que é o assentamento do Orixá na casa e fica do lado de fora do terreiro. Na prática, este ritual é um pedido para que Exú cuide da porteira e evite assim intromissões de espíritos menos evoluídos no trabalho, o chamado "descarrego".

Após estas louvações, rezas e pedidos, se chama em terra a entidade chefe do terreiro que irá incorporar no Zelador de Santo, o dirigente do terreiro, para tanto são entoadas cantigas especiais e próprias da entidade que virá trabalhar neste dia.

O guia chefe, depois de realizar os rituais de segurança da Gira, chama os médiuns já desenvolvidos que irão formar uma roda no centro do terreiro para receberem as entidades que irão prestar o atendimento a assistência.

Este atendimento é feito individualmente, os Guias de Luz passam orientações, receitas de banhos com ervas, dão o tradicional "passe mediúnico" que é o momento onde as entidades realizam as magias que resolvem os problemas daquela pessoa assistida.

São realizados diversos rituais nesta hora, mas acima de tudo estas entidades confortam as pessoas com seu modo carinhoso e humilde.

Existem, é claro, muitos fundamentos que envolvem a preparação de uma gira de Umbanda mas não é objetivo deste site apresentá-las em seus textos, que tem por finalidade apenas divulgar e difundir nossa cultura, mas fica a mensagem que encontramos em um destes pontos cantados que diz: A UMBANDA TEM FUNDAMENTO, É PRECISO PREPARAR.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Entenda o que é o perespírito e como ele se manifesta

Marina Gold

O perespírito é uma emanação vibrátil da energia espiritual, que cada um de nós comporta desde o nascimento. Trata-se de uma espécie de camada, similar ao corpo físico, com uma espécie de conteúdo tênue, imperceptível do ângulo material, no qual a presença energética é intensa.

Ao longo da vida, seguindo variações de humor e estresse, obedecendo grande número de condicionantes - idade, equilíbrio interior, momento de vida, tranquilidade afetiva etc -, o perespírito pode se expressar num campo vibracional, que funciona como um ímã, atraindo as circunstâncias necessárias e predeterminadas para nosso crescimento pessoal.

Algumas vezes, de maneira fugaz, ele pode se propagar com surpreendente força, atraindo algo ou alguém que, de repente se impõe à nossa experiência, mesmo que queiramos evitar. Em geral, matéria sutil, ele se mistura com a expressão física da pessoa.

Outra característica interessante é o fato de haver diferentes reações emanadas pelo perespírito. Cada um de nós, involuntariamente, expõe um ou outro tipo. Uma notícia ruim, por exemplo, muda imediatamente o registro do nosso perespírito; da mesma forma, um contentamento também gera alterações. Ao longo da vida amadurecemos espiritualmente, armazenando dados e emoções, que ficam registrados no perispírito, formando uma memória espiritual que nos conduz ao caminho inevitável, seja ele bom ou não.

Ao nos aproximarmos de outras pessoas, em número pequeno ou em multidão, colocamos nosso perespírito em contato com os demais e muito raramente dois perespíritos gêmeos se encontram. Quando temos a oportunidade de racionalizar sobre o acontecimento, costumamos dizer: nossa, mal te conheci e parece que somos amigos há tanto tempo. A troca entre perespíritos próximos gera, corretamente, a sensação de empatia.

Com A.M. se passou exatamente isso. Um novo colega de trabalho acabava de assumir uma diretoria na empresa e o simples aperto de mão de boas-vindas, protocolar, segundo ela me relatou, fez com que as suas pernas tremessem. Quando se encontravam pelos corredores ou na máquina do café, na medida em que a distância física encurtava, uma onda de calor subia pelo rosto e orelhas de A.M. O beijinho social parecia um pequeno choque. Não era paixão: A.M., casada há sete anos, já tinha passado por uma paixão-maremoto e sabia bem do que se tratava. Agora era algo diferente da atração física, do desejo carnal.

Um encontro desses é muito raro e A.M. trabalhou empenhadamente para dominar a força selvagem desse enlace de almas, canalizando a energia positiva para construir uma sólida amizade com o colega. Amizade intensamente correspondida e bastante útil para a vida de ambos.

sábado, 2 de outubro de 2010

Zarmina, uma segunda Terra?

Peter Moon
O repórter especial de ÉPOCA vive No mundo da Lua, um espaço onde dá vazão ao seu fascínio por aventura, cultura, ciência e tecnologia.

Sonhando com ETs
A segunda notícia da semana decorre da ironia do destino. Desde a Antiguidade e até 1993, conhecia-se apenas os planetas do sistema solar, imerso num oceano de estrelas chamado Via Láctea, imersa por sua vez num oceano de galáxias chamado universo. Mas, em 1993, foram detectados os primeiros planetas orbitando outras estrelas. Eles não foram fotografados. Sua existência foi inferida a partir da oscilação que a sua atração gravitacional exerce na posição relativa no céu da estrela que orbitam. São mundos gasosos gigantes e incandescentes, muito maiores que Júpiter ou Saturno. Jamais abrigariam vida.

Desde então foram detectados 490 planetas orbitando 412 estrelas. Nenhum poderia abrigar a vida como a conhecemos, pois, apesar de alguns poucos serem planetas rochosos, ainda assim são mundos infernais ou muito mais gelados que o dia mais frio de inverno no coração da Antártida. Nenhum se situa no “cinturão habitável”, um anel em torno da estrela onde pode haver planetas com água em estado líquido - como a Terra. E água corrente é uma condição básica para a vida.

É exatamente chuva e oceanos que o americano Steven Vogt, um astrônomo da Universidade da Califórnia em Santa Cruz espera (espera, não a prova nenhuma disto) existir no recém-descoberto planeta Gliese 581g. G é a sétima letra do alfabeto. Gliese 581g é o sétimo planeta achado por Vogt no sistema da estrela Gliese 581 (o primeiro foi achado há 11 anos).

Zarmina, como Voigt prefere chamá-lo (Zarmina é o nome da sua mulher) é tudo com que os astrônomos sonhavam. Tem o tamanho de 3,1 Terras, ou seja, é um planeta pequeno e rochoso. A gravidade na superfície é de 1,1 a 1,7 vezes a terrestre. E fica bem no meio da zona habitável do sistema Gliese 581. Não bastasse, Zarmina é nossa vizinha. Fica só a 20 anos-luz de distância. Em termos cósmicos, é dobrando a esquina.

Durante o anúncio da descoberta, Vogt foi pressionado pelos jornalistas a falar sobre a possibilidade de vida em Zarmina. No começo, tergiversou alegando ser um astrônomo, não um biólogo. Acabou cedendo: “As chances de vida neste planeta são quase 100%”.

Zarmina pode ter vida. Mas também pode não ter. Pode ser um mundo infernal como Vênus. Apesar de inserido da zona habitável do Sol, Vênus é vítima de um efeito estufa descontrolado, que eleva a temperatura na superfície a 800 graus Celsius.

Se Zarmina abrigar vida, talvez seja vida inteligente? Ou talvez seja o túmulo de uma civilização extinta? Existe sempre a possibilidade de, dado o grau de avanço tecnológico, seus habitantes preferirem simplesmente manter-se em silêncio a ser incomodados por terráqueos selvagens, primitivos e encrenqueiros? Talvez nunca saibamos a resposta. O problema é a distância...

Isolados, jamais sozinhos

A nave mais rápida feita pelo homem é a Voyager 2. Lançada em 1977, a Voyager 2 visitou Saturno, Urano e Netuno. Neste momento ela está saindo do sistema solar à velocidade de 16,5 km/s ou 70 mil km/h. Nessa velocidade, levaria 363 mil anos para chegar a Zarmina. É mais tempo do que a idade da nossa espécie, o Homo sapiens, que evoluiu na África faz cerca de 250 mil anos.

Voar mais rápido que a luz, segundo Einstein, é proibido. Se algum dia, no século XXIII de Jornada nas Estrelas, formos capazes de construir naves para voar a 90% da velocidade da luz, ainda assim levará 22 anos para ir a Zarmina. Caso não sejamos capazes de desenvolver meios de propulsão para acelerar naves a frações consideráveis da velocidades da luz, estaremos para sempre confinados no sistema solar. Estaremos isolados... jamais sozinhos. Esta é a tremenda importância da descoberta de Zarmina.

Em 1962, o astrônomo americano Frank Drake propôs uma famosa equação para determinar o número de civilizações inteligentes na Via Láctea. Se a equação de Drake está correta, e sabendo-se hoje que a existência de sistemas planetários ao redor de estrelas é a regra, não a exceção, estima-se que possam existir até 20 mil civilizações inteligentes espalhadas pelas 100 bilhões de estrelas da Via Láctea. Haveria pelo menos uma num raio de 1.500 anos-luz da Terra.

Levando-se este último cálculo em conta, as chances de Zarmina ser habitada por gente inteligente (qualquer seja a sua forma) é bastante remota. Isto, é claro, se houver vida fora da Terra. A descoberta de Zarmina eleva esta possibilidade a uma quase certeza.

domingo, 6 de junho de 2010

Folclore - Festa Junina - Os Santos

Conheça Santo Antônio, São João e São Pedro
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação # UOL Educação

"Com a filha de João/Antônio ia se casar/mas Pedro fugiu com a noiva/na hora de ir para o altar."
Esta e outras cantigas de roda são característica marcante das Festas Juninas realizadas em todo o país. Especialmente no interior, as homenagens a Santo Antônio, São João Batista e São Pedro mobilizam a população e levam visitantes às pequenas e grandes cidades, nos dias 13, 24 e 29 de junho.
Que tal conhecer o que diz a tradição católica sobre esses santos?

Santo Antônio
Para seguir a ordem cronológica das festas, pode-se começar por Santo Antônio. Ele nasceu em Lisboa, em data incerta, entre 1190 e 1195. Seu nome de batismo era Fernando. Pertencia a uma família de posses, chamada Bulhão ou Bulhões. No entanto, abdicou da riqueza por volta de 1210, ingressando na ordem dos franciscanos.

Seguiu para o atual Marrocos para desenvolver trabalho missionário, mas sua saúde não se adaptou ao clima africano. Adoeceu e regressou à Europa, fixando-se na Itália. Lá, demonstrou grande talento para a oratória, o qual desenvolveu praticando ao máximo durante nove anos.

Possuía grande conhecimento da Bíblia e seus sermões impressionavam tanto os intelectuais quanto as pessoas simples. Alguns de seus escritos foram conservados e são conhecidos ainda hoje. Seu carisma conquistava multidões. A saúde, porém, continuava frágil e ele morreu com cerca de 35 anos, em 13 de junho de 1231, sendo canonizado no ano seguinte. Está enterrado em Pádua (Itália) e sobre seu túmulo ergueu-se uma basílica, que é lugar de grande peregrinação.

São João Batista
Em geral, os dias consagrados aos santos são aqueles em que eles morreram. No caso de São João Batista, acontece o contrário: comemora-se o seu nascimento, que teria sido em 24 de junho de ano desconhecido. João Batista foi profeta e precursor de Jesus Cristo. Era filho de Zacarias, um sacerdote de Jerusalém, e de Isabel, parente da mãe de Jesus.

João apareceu como pregador itinerante em 27 d.C. Aqueles que confessavam seus pecados eram por ele lavados no rio Jordão, na cerimônia do batismo. Atualmente, Israel e a Jordânia disputam a posse do local exato do rio onde São João batizava, já que isso atrai uma imensa quantidade de peregrinos e turistas.

João teve muitos discípulos e batizou o próprio Jesus. Porém, logo depois, foi atirado na prisão por haver censurado o rei Herodes Antipas, quando este se casou com Herodíades, a mulher de seu meio-irmão.

De acordo com a Bíblia, Herodes prometeu à jovem Salomé, filha de Herodíades e execelente dançarina, o que ela lhe pedisse, depois de tê-la visto dançar. Instigada pela mãe, Salomé pediu a cabeça de João Batista, que lhe foi entregue numa bandeja. O episódio teria ocorrido em 29 d.C.

São Pedro
São Pedro também tem parte de sua vida registrada pelo Novo Testamento. Era um pescador no mar da Galiléia, casado, irmão de Santo André. Juntamente com este, foi chamado por Cristo para tornar-se "pescador de homens". Seu nome original era Simão, mas Jesus deu-lhe o título de Kephas, que, em língua aramaica, significa "pedra", e cujo equivalente grego tornou-se Pedro.

O nome se origina quando Simão declarou "Tu és Cristo, o filho de Deus vivo", ao que Jesus respondeu "Tu és Pedro e sobre essa Pedra edificarei minha Igreja", entregando-lhe as "chaves do reino do Céu" e o poder de "ligar e desligar". Os evangelhos dão testemunho da posição de destaque ocupada por Pedro entre os discípulos de Jesus. No entanto, mesmo assegurando que jamais trairia Cristo, negou conhecê-lo por três vezes, quando seu mestre foi preso. Após a ressurreição, Pedro foi o primeiro apóstolo a quem Cristo apareceu e, depois disso, ele se tornou chefe da comunidade cristã.

A tradição, que não está relatada explicitamente no Novo Testamento, conta que Pedro teria sido crucificado em Roma. O fato tem sido muito questionado, mas as pesquisas arqueológicas têm contribuido para confirmar a tradição, deixando claro que Pedro foi martirizado a mando de Nero.

Conta-se que ele pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, para não igualar-se a Jesus. No local onde foi sepultado, segundo a tradição, ergueu-se a basílica do Vaticano, mas as escavações feitas no local não são conclusivas quanto ao fato de ali ser ou não o túmulo do santo.

Quo vadis?
Das várias histórias que surgiram em torno de São Pedro, uma delas conta que o santo, fugindo da perseguição, estava deixando Roma, quando encontrou-se com Cristo e perguntou-lhe: "Onde vais, Senhor?" (em latim, Quo vadis, Domine?). Jesus disse que voltava para Roma, onde seria novamente crucificado. Pedro então voltou para Roma e acabou martirizado.

Este episódio deu origem ao romance "Quo Vadis", do escrito polonês Henrik Sienkiewicz, Prêmio Nobel de 1905, adaptado pelo cinema norte-americano num filme de 1951, dirigido por Mervin LeRoy, que se tornou um clássico de Hollywood.

Para encerrar, uma curiosidade lingüística. Você sabe o que significa comemoração? Comemorar, junta o prefixo latino "co" (uma redução de "com") com "memorar" que significa trazer à memória, lembrar. Ou seja, trata-se de lembrar com os outros alguma pessoa ou fato importante para a comunidade.