quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Perispírito

"Existem no homem três coisas:
·        O corpo ou ser material;
·        A alma ou ser imaterial;
·        O laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o espírito". – Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, Introdução, item VI.

 Este princípio intermediário é o que chamamos de perispírito.
 Segundo Kardec, em A Gênese, cap. XIV, item 7, "o perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, (...) é uma condensação desse fluido (fluido cósmico) ao redor de um foco de inteligência ou alma."
 E no item 22, assim o define: “(...) é o traço de união entre a vida corpórea e a vida espiritual. É por ele que o Espírito encarnado está em contínua relação com os Espíritos; é por ele, enfim, que se cumprem, no homem, fenômenos especiais que não têm a sua causa primeira na matéria tangível, e que, por esta razão, parecem sobrenaturais."
 Já em O Livro dos Médiuns, segunda parte, capítulo I, Allan Kardec afirma que o perispírito "é o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe e através do qual o Espírito transmite a sua vontade ao exterior, agindo sobre os órgãos do corpo."
 Além disto, "o perispírito é o órgão sensitivo do Espírito; é por seu intermédio que o Espírito encarnado tem a percepção das coisas espirituais que escapam aos seus sentidos carnais." - A Gênese, cap. XIV, item 22.
 Jacob Melo, em O Passe cita Gabriel Dellane que assim se expressa: “Alma e perispírito formam um todo indivisível, constituindo, no conjunto, as partes ativa e passiva, as duas faces do princípio pensante. O invólucro é a parte material, a que tem por função reter todos os estados de consciência, de sensibilidade ou de vontade; é o reservatório de todos os conhecimentos, e, como nada se perde na natureza, sendo o invólucro indestrutível, a alma tem memória integral quando se encontra no espaço.”
O perispírito é a ideia diretora, o plano imponderável da estrutura orgânica. É ele que armazena, registra, conserva todas as percepções, todas as volições e ideias da alma. E não somente incrusta na substância todos os estados anímicos determinados pelo mundo exterior, como se constitui a testemunha imutável, o detentor indefectível dos mais fugidios pensamentos, dos sonhos apenas entrevistos e formulados.”
“É, enfim, o guardião fiel, o acervo imperecível do nosso passado. Em sua substância incorruptível, fixaram-se as leis do nosso desenvolvimento, tornando-o, por excelência, o conservador de nossa personalidade, por isso que nele é que reside a memória”.
 Mais à frente, Jacob Melo cita Emmanuel, em Dissertações Mediúnicas:
O ORGANISMO FLUÍDICO, caracterizado por seus elementos imutáveis, é o assimilador das forças protoplásmicas, o mantenedor da aglutinação molecular que organiza as configurações típicas de cada espécie, incorporando-se, átomo a átomo, à matéria do germe e dirigindo-a, segundo a sua natureza particular.”
“(...) É ainda, pois, ao CORPO ESPIRITUAL que se deve a maravilha da memória, misteriosa chapa fotográfica, onde tudo se grava, sem que os menores coloridos das imagens se confundam entre si.”
“É, pois, CORPO ESPIRITUAL a alma fisiológica, assimilando a matéria ao seu molde, à sua estrutura, a fim de materializar-se no mundo palpável”.
 O perispírito e o corpo físico são formados da mesma substância, ou seja, são condensações do fluido cósmico. A diferença se encontra no fato de que no perispírito "a transformação se opera diferentemente, porque o fluido conserva a sua imponderabilidade e as suas qualidades etéreas. O corpo perispiritual e o corpo carnal têm, pois, a sua fonte no mesmo elemento primitivo; um e o outro são da matéria, embora sob dois estados diferentes." - Allan Kardec, em A Gênese, cap. XIV, item 7.
 Continua Kardec, no item 8: "Os Espíritos haurem o seu perispírito no meio onde se encontrem, quer dizer que este envoltório é formado de fluidos ambientes; disso resulta que os elementos constitutivos do perispírito devem variar segundo os mundos.”
 Mais adiante "A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito.”
"(...) Os Espíritos são chamados a viver nesse meio e aí haurem o seu perispírito; mas, segundo o Espírito seja mais ou menos depurado, ele mesmo, seu perispírito se forma das partes mais puras, ou das mais grosseiras, do fluido próprio do mundo onde se encarna.”
"Disto resulta este fato capital, que a constituição íntima do perispírito não é idêntica entre todos os Espíritos, encarnados ou desencarnados, que povoam a Terra ou o espaço circundante."
 Partindo dessas premissas, podemos concluir, no que tange à origem e natureza do Perispírito que:
·        O mesmo sendo matéria é inerte, não pensa.
·        As sensações, as percepções, a inteligência, o pensamento, não são atributos do perispírito, mas sim do Espírito.
·        Que a ideia de forma é inseparável da de Espírito. Não há como conceber uma sem a outra. Assim, o perispírito faz parte integrante do Espírito, evidenciando que em qualquer grau de adiantamento em que se encontre o Espírito, sempre estará revestido de um envoltório, ou perispírito.
·        Que o perispírito forma o corpo semimaterial dos Espíritos, quando no mundo espiritual, e serve de elo, de intermediário, com o corpo físico, quando encarnado.

Propriedades

1) Aparições

 O Espírito pode, por sua vontade, operar uma modificação na constituição íntima do seu perispírito tornando-o visível. Para que isto ocorra é necessário que o Espírito o queira e que os fluidos dele e do médium possuam afinidade. Pode operar ainda uma modificação mais profunda, atraindo a si elementos materiais fazendo-se, então, visível para qualquer encarnado. É o fenômeno comumente chamado dematerialização.
 Ainda dentro da mesma propriedade, um Espírito mais elevado pode ver um outro menos elevado, mas o inferior só poderá enxergar o superior se este assim o desejar.

2) Tangibilidade

 Pode ocorrer uma condensação tal, que ele adquira todas as características de um ser encarnado, podendo ser sentidas a respiração, o calor do corpo, a solidez, etc. De outras vezes, apresenta-se vaporosa e menos nítida.

3) Transfiguração

 O perispírito do encarnado pode às vezes transformar-se, irradiando seus fluidos por sobre a forma material, ocultando-a, mostrando uma aparência diversa ou mesmo a do Espírito comunicante.
 Pode ocorrer em diversos graus de acordo com a maior ou menor pureza do perispírito, o que corresponde à maior ou menor elevação moral do Espírito.

4) Bicorporeidade

 O Espírito encarnado pode, desprendendo-se do seu corpo físico, materializar-se e tornar-se visível e tangível para as outras pessoas.

5) Penetrabilidade

 Nada constitui obstáculo ao perispírito. Ele atravessa qualquer matéria, apesar de muitos Espíritos, por ignorância, não conseguirem fazê-lo por desconhecerem que podem.

6) Emancipação

 Durante qualquer instante de sono, o Espírito pode libertar-se parcialmente do seu corpo, enquanto este repousa. O Espírito permanece ligado à veste carnal pelo cordão fluídico que é o laço que prende o perispírito à matéria e que só é rompido por ocasião da morte.
 Este desprendimento ocorre também nos chamados fenômenos de emancipação da alma, tais como o sonambulismo, a dupla vista, o êxtase, a catalepsia, a letargia, dentre outros.

7) Expansibilidade e Flexibilidade

 O perispírito pode expandir-se, pois não se encontra restrito aos limites do corpo físico podendo irradiar-se e tomar a forma que o Espírito quiser, aquela que mais lhe agrade ou aquela através da qual possa ser reconhecido.

8) Condutor de sensações

 O perispírito serve de canal por onde as sensações recebidas através do corpo físico chegam até o Espírito propriamente dito e retornam deste ao corpo físico, num trânsito contínuo e ininterrupto.

Funções

·        Modelador da forma

"O Espírito, pela sua essência espiritual, é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter uma ação direta sobre a matéria, sendo-lhe necessário um intermediário; esse intermediário está no envoltório fluídico que faz, de alguma sorte, parte integrante do Espírito, envoltório semimaterial, quer dizer, tendo da matéria por sua origem e da espiritualidade por sua natureza etérea; (...) esse envoltório, designado sob o nome de perispírito, de um ser abstrato, faz um ser concreto, definido, perceptível pelo pensamento." - Allan Kardec, em A Gênese, cap. XI, item 17.
 Diz Jacob Melo em O Passe, pág. 82 que "por ser o perispírito um corpo fluídico, ao mesmo tempo em que é o mediador entre o Espírito e o corpo, pode sofrer marcas, mutações, lesões mesmo, que só um trabalho igualmente fluídico pode reparar, seja pela ação fluídico-magnética, seja pela mentalização equilibrada, comprova-o o fato de vermos, ouvirmos e sabermos de tantos Espíritos desencarnados que trazem profundas marcas, fortes deformações em seus perispíritos, como decorrência de desvios pretéritos, regeneráveis pela assimilação moral de uma doutrinação cristã, conjugada à terapia do passe, e todo um processo de arrependimento e reforma íntima que, no seguimento, se estabiliza via etapas reencarnatórias corretivas".
 Em Evolução em Dois Mundos, afirma André Luiz no capítulo IV, 2.ª parte:
"As linhas morfológicas das entidades desencarnadas, no conjunto social a que se integram, são comumente aquelas que trouxeram do mundo, a evoluírem, contudo, constantementepara melhor apresentação, toda vez que esse conjunto social se demore em esfera de sentimentos elevados.”
"A forma individual em si obedece ao reflexo mental dominante (...)”
"(...) Se o progresso mental não é positivamente acentuado, mantém a personalidade desencarnada, nos planos inferiores, por tempo indefinível, a plástica que lhe era própria entre os homens. E, nos planos relativamente superiores, sofre processos de metamorfose, mais lentos ou mais rápidos, conforme as suas disposições íntimas.”
"(...) Quanto mais elevado se lhes descortine o degrau de progresso, mais amplo se lhes revela o poder plástico sobre as células que lhes entretecem o instrumento de manifestação. Em alto nível, a Inteligência opera em minutos certas alterações que as entidades de cultura mediana gastam, por vezes, alguns anos a efetuar."
Da mesma forma, o perispírito é o modelador da aparência do corpo físico, de modo que, (...) quando se dá o fenômeno da morfogênese fisiológica, o perispírito do reencarnante, bem como o de sua genitora, influencia diretamente sobre os caracteres genéticos e hereditários do reencarnante, gerando as marcas e detalhes físicos que exteriorizará em vida." - Jacob Melo, em Cure-se e Cure pelos Passes, cap. 5.

·        Órgão sensitivo do Espírito

"O corpo fluídico não é somente um receptáculo de forças; é também o registro vivo em que se imprimem as imagens e lembranças: sensações, impressões e fatos, tudo aí se grava e fixa. Quando são muito fracas as condições de intensidade e duração, as impressões quase não atingem a nossa consciência; nem por isso deixam de ser registradas no perispírito, em que permanecem latentes. O mesmo se dá com os fatos relativos às nossas anteriores existências." - Leon Denis, em No Invisível, primeira parte, item 3.
 Daí depreendemos que o perispírito além de ser a sede da memória, guardando todas as informações relativas a todas as existências do Espírito seja no mundo corporal ou espiritual, é ainda o veículo de todas as sensações trocadas entre o Espírito e o corpo físico. Desta forma, todas as informações exteriores colhidas pelos cinco sentidos corporais, chegam ao Espírito, que as registra, através do perispírito que é o corpo intermediário, sendo recolhidas e armazenadas pelo Espírito sob a forma de aprendizados, experiências e aptidões. Por outro lado, a vontade do Espírito é levada através do perispírito, sob a forma de impulsos energéticos, para o corpo carnal que a executa, como se pode concluir em Obras Póstumas, do Codificador da Doutrina Espírita, no capítulo das Manifestações dos Espíritos.

·        Veículo das Comunicações Mediúnicas e Anímicas

"O perispírito tem participação ímpar nos fenômenos e nas manifestações mediúnicas e anímicas, sendo ele, portanto, o intermediário vital e indispensável da transmissão fluídica por ocasião do passe, da prece em favor dos outros e de nós mesmos, do próprio magnetismo pessoal e do intercâmbio com o chamado "reino dos mortos". - Jacob Melo, em O Passe, cap. 2, item 2.5.5.
 Diante da vontade do desencarnado de comunicar-se com o plano físico através do médium, ou de executar um trabalho de cura através do passe, ele expande os seus fluidos perispiríticos colocando-os em contato com o perispírito do médium ou do magnetizador. Neste contato, é que se processa a transferência de pensamentos, sensações e energias de um para o outro.

Fonte

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Vampirismo Espiritual

1 - Cansaço, baixa imunidade às doenças, falta de equilíbrio e concentração, bem como excesso de irritabilidade podem ser indícios de uma perda energética provocada pelo vampirismo.
Quando a Doutrina Espírita se refere aos vampiros, não fala de seres mitológicos com dentes agudos, adaptados para sugar o sangue das pessoas saudáveis, mas sim, de encarnados e desencarnados, que, desrespeitando as leis de Deus, se munem de sentimentos de vingança contra desafetos do passado, ou mesmo de sentimento oportunista e passam a viver à custa de energia vital de outrem.
Há também aqueles seres que embora tenham deixado o corpo físico, continuam ainda vivendo os prazeres obscuros da carne e dos vícios como o fumo e as drogas, bem como os desregramentos da bebida e do sexo, entre outros e que por se encontrarem impossibilitados de satisfazerem seus prazeres, induzem outras pessoas encarnadas a fazê-lo, e delas captam os fluidos, sentindo-se assim os mesmos prazeres produzidos pelo ato.
2. - Espíritos vampirizadores
O termo vampiro é usado analogamente para definir o ato do espírito que suga intencionalmente as energias do outro, em alusão à figura mítica de Drácula que hipnotizava suas vítimas e lhes sugava o sangue até a morte. No mundo espiritual encontram-se figuras distintas deste ser mas que atuam de forma muito parecida com as artimanhas do conhecido ser das trevas do folclore.
Há espíritos que sugam as energias sutis de seus hospedeiros a ponto de lhes causar sérios danos à saúde física e psicológica, uma vez que, além de lhes enfraquecer as forças, lhes envolvem em formas mentais grosseiras, que os martirizam mentalmente levando-os, às vezes, a casos de loucura. André Luiz chamou este processo de infecção fluídica, tão grave é o dano causado a vítima.
3. - Seres alienados
Ao desencarnar, o homem leva consigo todos os seus vícios e necessidades. Dependendo de sua nova situação no mundo dos espíritos e, principalmente da região onde habita, é muito comum que sinta as mesmas necessidades que tinha quando encarnado. Como não tem meios para desfrutar dos prazeres da vida corpórea, e sem condições de suprimir esta necessidade em sua nova condição na erraticidade, ele busca apoio naqueles encarnados que podem lhe oferecer formas para a satisfação destas vontades.
Temos aí o sugador de forças vitais, que se aproxima de um encarnado que detém as mesmas necessidades que as suas, induzindo-o a prática em excesso dos vícios em comum. Podemos citar os viciados no campo sexual, das drogas, do jogo, e até nas práticas mais comuns do dia a dia, mas que em excesso, oferecem sérios prejuízos, como o caso da alimentação, como mostram os ensinamentos do espírito André Luiz nos livros da Coleção Mundo Espiritual (FEB).
Encarnados se alimentam e bebem em excesso, o fazem por si e por outros espíritos, e quando em comportamento sexual vicioso, expõem sua vida íntima e privada a uma série de experiências no campo sexual.
4. - Os monstros
Narra a literatura espírita que, no plano espiritual, há entidades que pela ignorância e atraso moral, além de subjugar suas vítimas encarnadas e até mesmo desencarnadas, mantêm pela chamada ideoplastia seu perispírito em formas monstruosas. Sentem-se bem sendo temidos e reconhecidos pela forma que se apresentam e, normalmente agem em bandos visando intimidar os outros espíritos que encontram pela frente.
Ambientes terrenos onde impera o vício e a imoralidade são roteiros preferidos destes espíritos, uma vez que lá encontram por afinidade suas presas com maior facilidade. Segundo o Espírito Miramez pela psicografia de João Nunes Maia, na série de livros que trata da Vida Espiritual (Editora Fonte Viva), bem como pelos livros de André Luiz, os matadouros de animais estão repletos destas criaturas que sugam a energia do animal abatido, saciando dos seus instintos ferozes com os fluidos da presa.
Velórios e cemitérios cujos enterros não contam com a proteção fluídica da prece e a presença de espíritos nobres, podem também ficar vulneráveis à presença destas criaturas, que aproveitam para colher os resquícios de fluidos vitais dos recém-desencarnados.
5. - Vítimas do ódio
Espíritos que mantém desavenças enquanto encarnados, também no plano espiritual, continuam nutrindo o mesmo ódio por seus inimigos. Sentindo-se em vantagem, travam forte perseguição a seus desafetos, aproximando-se deles e, muitas vezes, induzindo-os a tomar atitudes que os prejudiquem como a prática de vícios, o excesso físico, além da escravidão psíquica. Os Centros Espíritas tem por função serem abrigos ao viajor que bate à porta em busca do auxílio para os males do corpo físico ou da alma.
Entre os males da alma, é na Casa Espírita que aquele que, sentindo a pressão da cobrança de uma entidade espiritual vingativa, encontra a proteção e o entendimento necessários ao resgate dessa dívida cármica. Em reunião mediúnica privativa, este espírito será lembrado das palavras do Nazareno que ensinou a perdoar o mal que nos fazem, e que esta dívida cármica será sim quitada com a moeda da ação caridosa em favor de alguém e sem espera de recompensas que não seja outra senão a da alegria na prática do bem
Envolvido em uma psicosfera de amor e oração, este cobrador do além sentirá o envolvimento de sentimentos de paz e bondade que o estimulará a desistir do intento de vingança e a compreender que o perdão liberta quem perdoa e não quem é perdoado.
6. - Vampiros encarnados
Não podemos deixar de falar da obsessão dos encarnados aos desencarnados. É o que acontece devido ao apego aos entes queridos. Ao desencarnar o homem passa a habitar um mundo desconhecido do plano físico, porém, há laços afetivos que não se rompem. O pensamento daquele que fica aqui atravessa as barreiras físicas chegando à alma daquele que está do outro lado da existência.
Se o pensamento do encarnado for de inconformismo e desespero, isto poderá causar desequilíbrios ao desencarnado que poderá sentir a necessidade de voltar a viver junto a seus entes queridos; e infelizmente é esta atitude que muitos tomam ao ouvir os chamados incessantes de seus entes queridos encarnados.
Mas a presença do espírito normalmente se torna um problema, pois ele passa a dividir o espaço com os encarnados e a tirar deles, mesmo involuntariamente, seus fluidos vitais e, pela ligação psíquica, podem passar sua insegurança emocional. Assim ambos, encarnados e desencarnados, são prejudicados.
Há também o exercício irresponsável da mediunidade, quando espíritos são praticamente escravizados por médiuns que os usam para a satisfação de prazeres pessoais e a manutenção de sua vaidade medianímica, como ensina André Luiz no livro Nos Domínios da Mediunidade:
“Desencarnados são mais vampirizados que vampirizadores. Fascinados pelas requisições dos médiuns que lhe prestigiam a obra infeliz, seguem-lhes os passos, como aprendizes no encalço dos mentores aos quais se devotam.”
Fala também do futuro destes irmãos envolvidos no processo de simbiose mental: “Na hipótese de não se reajustarem no bem, tão logo desencarnem o dirigente deste grupo e os instrumentos medianímicos que lhe copiam as atitudes, serão eles surpreendidos pelas entidades que escravizaram, a lhes reclamarem orientação e socorro.”
7. - Proteção
A forma de fugir desta influência é seguir as orientações da Espiritualidade que recomenda a vigilância e a mudança de hábitos. Ninguém pode nos forçar a fazer aquilo que não desejamos desde que tenhamos forças para resistir, conforme ensina o saudoso escritor Herculano Pires:
”Vivendo no plano extra-físico, os vampiros agem sobre nós por indução mental e afetiva. Induzem-nos a fazer o que desejam e que não podem fazer por si mesmos. Quanto mais os obedecemos, mais submissos nos tornamos”.
É preciso ter força para ignorar e resistir às más orientações, perdoar seus inimigos. Além de melhorar sua condição espiritual, você ainda convida os seus obsessores a seguirem seus passos em direção ao bem.
Leandro Martins - Revista Espiritismo

sábado, 29 de agosto de 2015

Palavras de Chico Xavier sobre a aflição. (stress)

-“À medida que a Providência Divina determina melhoras para nós, na Terra, inventamos aflições. (...)

Para cultivar o solo temos o auxílio do trator, antes só possuíamos carros-de-bois. 
Hoje, temos veículos motorizados encurtando distâncias, mas não nos contentamos com os 80 km/h; antes, andava-se a pé....

Hoje, a geladeira conserva quase tudo; antes, plantava-se canteiros...”

Fala então do conforto em que o homem vive e do seu comodismo espiritual:

-“É que precisamos de contentar-nos com o que temos; estamos ricos, sem saber aproveitar a nossa felicidade.

Antes, as pessoas idosas desencarnavam conosco, hoje as mandamos para os abrigos.

Tínhamos um pouco de prosa durante o dia, a oração à noite. 


Agora inventamos dificuldades e depois vem o complexo de culpa e vamos para os psiquiatras. (...)

Se estamos numa fila e uma senhora doente nos pede o lugar, precisamos cedê-lo.

Recordemo-nos da prece padrão para todos os tempos que é o Pai Nosso, quando Jesus nos diz: O pão nosso de cada dia... 


Por que acumular tanto? 

Existem pessoas que possuem 35 pares de sapatos; onde é que irão arrumar 70 pés?! (...) 

Estamos sofrendo mais por excesso de conforto do que por excesso de desconforto. 

Morre muito mais gente de tanto comer e de tanto beber, do que por falta de comida(...) 

A inflação existe, porque queremos o que é demais...”

E conclui:

-“Esta é a opinião dos Espíritos. 

Perdoem-me se eu falei mal, mas se eu falei mal, falei, foi, de mim.

do livro: “Chico Xavier à Ssombra do Abacateiro”
Carlos A. Bacelli - Edição IDEAL


Fonte:

terça-feira, 25 de agosto de 2015

O futuro já aconteceu e o tempo é uma ilusão # Albert Einstein.

“A diferença entre passado, presente e futuro é apenas uma persistente ilusão…”,
Albert Einstein.
Existe um lugar em que o tempo passa diferente de pessoa para pessoa. Nesse lugar, nenhum relógio marca a mesma hora e passado, presente e futuro estão essencialmente congelados, e também aconteceram ao mesmo tempo. Também tudo o que aconteceu desde a origem do universo até o seu fim existe ao mesmo tempo.
Nesse lugar, o que para você é o futuro já é uma memória distante para outra pessoa. Para você, seu filho nem sequer nasceu, mas para seu vizinho ele já tem 20 anos. Em outras palavras, você pode nem ter decidido se quer ter filhos ou não, mas você não tem escolha. Deve ser chato morar em um lugar como esse, afinal de contas, você não parece ter liberdade de escolha, é tudo uma ilusão.
Mas que lugar é esse?
O nosso universo. Parece ficção, mas tudo isso foi descoberto pelo cientista mais célebre de todos os tempos, Albert Einstein, em 1905.
Desde que nascemos, temos a ideia de que o tempo passa no mesmo ritmo para todas as pessoas, e que todos no planeta viajam juntos rumo ao futuro. Não parece ser uma ilusão, certo?
Hora de complicar as coisas. De acordo com Einstein, o tempo é uma espécie de lugar, uma dimensão onde andamos até a morte. Enquanto você lê esse texto, o tempo passa, certo? Na verdade, não. É você quem está viajando por um lugar chamado tempo através de um meio de transporte que não pode ver, mas é bem rápido, tão rápido quanto a luz.
Esse meio de transporte invisível viaja a 1,08 bilhão de km/s, a velocidade da luz.
Como você deve saber, de acordo com a relatividade de Einstein, tempo e espaço são uma coisa só, chamada espaço-tempo, onde nada pode viajar mais rápido do que a luz.
E a essa altura, você já deve ter notado um grande problema. Se você está andando na velocidade da luz enquanto lê esse texto, se você se levantar e ir ao banheiro a 4 km/h, você terá ultrapassado a velocidade da luz?
É claro que não. O que acontece é que essa velocidade é descontada. Em outras palavras, “emprestadas” pelos motores que empurram o tempo. Eles emprestam um pouco de sua velocidade para tudo o que se move. Isso tem um preço, claro: o tempo passa mais devagar para você.
Sei que provavelmente está tudo muito confuso. Vou tentar exemplificar:
Você está parado nesse instante, atravessando o tempo a 1,08 bilhão de km/h, mas então decide dar uma volta em sua Ferrari novinha a 180 km/h. O que acontece? Você pega emprestado do “banco do tempo” 180 km/h, e ele desconta de seu relógio, isto é, o tempo para você passa mais devagar em relação a todas as outras pessoas que estão paradas no momento. Um momento que durava 60 segundos agora passa a durar 59,9999999999953 segundos. O carro acelera, mas freia seu relógio – apenas o SEU. Depois de uma hora viajando no carro a essa velocidade, você viaja 0,0000000576 milésimo de segundo para o futuro.
Pouca coisa, certo? Sim, as velocidades que experimentamos no dia-a-dia são extremamente insignificantes para ter um efeito notável na passagem no tempo. 1,08 bilhão parece ser muito mais do que o suficiente…
Mas o banco do tempo pode falir?
Sim, e é aí que tudo fica ainda mais interessante. Se uma nave futurista viajar a 1 bilhão de km/h, o banco do tempo estará em apuros. Aí vai mais um exemplo:
Suponha que sua Ferrari possa atingir a mesma velocidade da suposta nave. Na rodovia que você viaja, há uma pessoa no bar. Então, um ladrão aparece do nada e aponta uma pistola na cabeça do indivíduo. Você passa pela rodovia à 1 bilhão de km/h. Seu relógio marca 14h30, e quando você passa em frente ao bar você não vê a pessoa sendo ameaçada de morte. Por que? Porque o tempo passou mais devagar para você do que para as pessoas no bar. Seu relógio marca 14h30, mas o relógio do bar marca 14h45. Você viajou para o futuro. E vê ou uma pessoa morta ou a polícia prendendo o sujeito no bar. Você vê algo que para as pessoas que estavam no bar ainda não está decidido.
Temos então um paradoxo. Tanto você como o homem ameaçado vivem o que os dois chamam de agora. Mas para ele é futuro algo que você já tem na memória, algo que para você já é passado.
Por incrível que pareça, as coisas ainda podem ficar mais complicadas. Segundo Einstein, grandes distâncias também podem distorcer a ideia de que exista um agora para todos. Em outras palavras, para um alienígena vivendo em outra galáxia, o momento em que você está em frente ao celular ou computador lendo esse artigo é um passado distante.
“A concepção dele sobre o que existe neste momento no Universo pode incluir coisas que parecem completamente abertas para nós, como o vencedor das eleições presidenciais dos EUA de 2100. Os candidatos ainda nem nasceram, mas na ideia dele sobre o que acontece exatamente agora já vai estar o primeiro presidente americano do século 22”, escreveu o físico Brian Greene, da Universidade Columbia, nos EUA, em seu livro The Fabric of the Cosmos (O Tecido do Cosmos).
Então o futuro já aconteceu…
Se você pensar um pouco, temos aqui uma conclusão extraordinária. Toda a história do universo já está escrita e, obviamente, não temos o que chamamos poder de escolha. Seu dia de amanhã já está definido no tecido da realidade do universo.
Universos paralelos
Existe, no entanto, uma teoria de que sim, temos poder de escolha mesmo em um universo determinado. São os mundos paralelos, e são ainda mais bizarros do que tudo o que foi apresentado até aqui.
A Teoria dos Muitos Mundos, criada pelo físico norte-americano Hugh Everett em 1957, sugere que a cada possível ação que fazemos, o universo se divide em realidades paralelas, onde cada possível ação é executada. Por exemplo, você está em uma festa, e encontra alguém que não tem coragem de puxar conversa. Em algum universo paralelo, uma cópia sua chegou até essa pessoa, e levou um fora. Em outro, a cantada deu certo. E em outro, vocês se casaram e tiveram filhos. Assim funcionaria com cada possível resultado de uma ação, infinitos universos gerados com infinitas possibilidades.
Temos, nesse cenário, um futuro aberto para qualquer coisa, o oposto do que a relatividade de Einstein aceita. Em teoria, é bonito, mas testar isso na prática é um desafio imenso (diferentemente da relatividade de Einstein, que já foi testada na prática com observações cósmicas e em laboratórios).
E você, leitor, fica do lado de Einstein e de sua relatividade, ou aposta em realidades alternativas paralelas? Tenha toda a liberdade de escolha para decidir. Ou não…
Lucas

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Lucas tem 20 anos, é de São Paulo/SP, e administrador do projeto Mistérios do Mundo, iniciado em 2011. É formado em análise de sistemas, adora ciência e tecnologia e escreve diariamente para o site. Faz divulgação científica e trabalha na programação e layout do site. Também colabora para o projeto Climatologia Geográfica, do Isaías Júnior. Adora viajar e ama a natureza.


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